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O Nordeste Açucareiro no Brasil Colonial

Por:   •  9/1/2017  •  Resenha  •  1.228 Palavras (5 Páginas)  •  5.770 Visualizações

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O Nordeste Açucareiro no Brasil Colonial -  Stuart Schwartz

 

A introdução da cana de açúcar transformaria o Brasil, principalmente o litoral nordeste, no que ele chama “ colônia de assentamento no qual os engenhos, por sua própria natureza e por suas populações social e racialmente sedimentadas, determinavam boa parte da estrutura da colônia e sua sociedade”.

“Todo engenho [tem] capelas, escolas, um padre, um barbeiro, um ferreiro, um sapateiro, um carpinteiro, um marceneiro, um oleiro, um alfaiate  e todos os demais ofícios necessários. Que todo engenho é uma comunidade em [si] mesma e o senhor do engenho, promotor e juiz por si mesmo.”(Cuthbert Pudsey).

Obs:Frei Vicente do Salvador, o primeiro historiador do Brasil, observou que no Brasil as coisas eram invertidas, pois a colônia toda não formava uma república, antes parecendo que cada casa era um república ( nota do autor)

Entre 1550 e 1670, o Brasil tornou-se principal produto de açúcar no mundo atlântico. Por conta dos solos de massapé, os rios que forneciam força e transporte fácil até os portos, o regime de chuva e as florestas necessárias para lenha e outros suprimentos.

Embora há indícios em 1510 já havia açúcar produzido na colônia no mercado da Antuérpia, foi sobre o regime de Donatários, em 1534, que a indústria açucareira local começou a florescer. Concentrada nas capitanias da Bahia e Pernambuco o açúcar iria dominar o mercado europeu até o século XVII.

A indústria açucareira brasileira adaptou a tecnologia das indústrias açucareiras mediterrâneas e do Atlântico às condições locais. Usava-se apenas uma única inovação tecnológica ocorrida no período em questão foi a introdução do engenho vertical de rolos, o Engenho de três paus. Ela tornava a construção de engenhos mais barata, possibilitando que um numero maior de colonos, não tão abastados, tivesse condições de ter um engenho.

A economia açucareira brasileira foi extremamente vulnerável as vicissitudes politicas no mundo atlântico:

ECONÔMICOS

 

  1. Causada também pelo preço do açúcar que sustentava toda a economia. A tendência secular dos preços do açúcar brasileiro foi de aumento entre 1550 e aproximadamente 1620. Após essa data, a crise econômica geral(1619-21), o reinicio de hostilidades entre os holandeses e os Habsburgos, espanhóis que governavam Portugal e seu império (1580-1640) e uma generalizada contração do mercado europeu contribuíram para uma queda no preço do açúcar brasileiro.
  2. Medidas de monopólio como as Leis de Navegação Inglesas de 1651, 1660, 1661 e 1673 e as politicas de Colbert na França acabaram por desestimular o comércio de açúcar brasileiro na Europa.
  3. A concorrência Caribenha. Por conta dessa concorrência foi a elevação dos custo do trabalho e uma expansão do comércio de escravos. Elevando o preço dos escravos.

POLÍTICO

  1. Um exemplo mais óbvio do impacto politico europeu na economia açucareira brasileira foi à ocupação holandesa no nordeste do Brasil durante 25 anos. Durante esse período ocorreu incêndios em plantações de cana, tanto pelos invasores quanto por defensores. Engenhos abandonados por portugueses, ou vendidos a holandeses. A economia açucareira de Pernambuco nunca se recuperaria totalmente do interlúdio holandês e seus efeitos. Seria superada pela Bahia, que continuou sendo o principal produtor no Brasil até o século XIX;

OBS: o ponto mais alto das importações de escravos coincidiu como o ponto mais alto das exportações de açúcar no Brasil, 1639 E 1644.

A arte de fazer açúcar

O processo de produção do açúcar era um tanto complexo, uma arte: cultivo, moagem, cozimento, depuração e embalagem. Cada processo apresentava sua necessidade e emprego de mão de obra e era essencial para o bom êxito do engenho.

A safra no Brasil era longa, o engenho chegava a funcionar de 270 a 300 dias por anos, embora com interrupções, feirados religiosos- que nem sempre eram respeitados-, para consertos e momentos de escassez de cana. Essa extensa duração da Safra era adequada para a escravidão, pois não havia quase tempo morto. O escravos podiam ser utilizados quase continuamente na produção do açúcar.

Haviam trabalhos mais específicos, que necessitavam de inteligência e destreza nas diferentes partes do processo, para o êxito. O mestre de açúcar era uma função bem remunerada, contudo mesmo nos século XVI encontra-se referencias de atividades exercidas por escravos, na medida em que o proprietário tentava diminuir os custos.

Era usada a técnica manual para se plantar a cana,  pois na Bahia e em Pernambuco, onde havia predominância do solo de massapé, era dificultoso o uso do arado. Até o século XVIII, os engenhos brasileiros que processavam a cana crioula raramente faziam uso do bagaço como combustível. Como resultado disso houve a destruição de grandes ares da floresta atlântica.

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