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O VISÍVEL E O INVISÍVEL NA CONQUISTA DA AMÉRICA HISPÂNICA: As estratégias de Guerra

Por:   •  20/11/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.437 Palavras (10 Páginas)  •  202 Visualizações

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O VISÍVEL E O INVISÍVEL NA CONQUISTA DA AMÉRICA HISPÂNICA: As estratégias de Guerra[1]

        

Andreia Karine Duarte

dedeiaduarte@hotmail.com

Curso de História Moderna/História da América Colonial

Graduação em História Licenciatura

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Resumo: Tendo como ponto de partida, a terceira expedição para América indígena [chefiada por Hernán Cortez] este trabalho se propõe analisar, as estratégias de guerra de caráter (simbólico e concreto), usadas pelos dois lados da conquista desde, os primeiros contatos até a consumação da guerra e destruição dos povos que constituíam o Império Asteca. Assim, como verificar o processo de assimilação sofrido por ambos associando-os a opinião de diversos pesquisadores do assunto.

Palavras-chave: Estratégias de guerra, Hernán Cortez, Destruição do Império Asteca.

        

INTRODUÇÃO:

 O presente artigo busca apresentar as estratégias de guerra, dos espanhóis (da expedição de Hernán Cortez) e a dos Astecas usadas, durante o processo de dominação. Hernán Cortez (conquistador do Império Asteca) faz parte de uma série de exploradores que deixaram a Espanha em busca de riqueza e poder. A comunicação entre índios e castelhanos, durante os primeiros contatos, foi praticamente impossível, pois não só as línguas eram estranhas, mas o universo cultural de ambos os lados era muito diferente.

A solução encontrada pelos conquistadores foi à dominação dos índios pela guerra. Um questionamento que se fez durante muito tempo, a respeito dessa conquista foi o de como os espanhóis, conseguiram dizimar populações altamente desenvolvidas, que se encontrava em maior número e que conheciam bem o ambiente. A resposta pode estar num conjunto de estratégias que englobam fatores (simbólicos a atos concretos) usados no momento da guerra.

O processo de Conquista espanhol não foi fácil, os mesoamericanos eram sociedades altamente sofisticadas e militarizadas, não aceitaram a dominação após saber que não se tratavam de seus deuses, as revoltas foram constantes. No fim, o que restou foi o saque e destruição de um Império, a miscigenação de povo e a descaracterização de uma cultura em nome do “progresso” de Castela.

         As Estratégias de Guerra: Os fatores Simbólicos e Concretos da Conquista

Sendo estratégia “arte de traçar planos de guerra”, não foram poucas, as usadas durante o processo de conquista, objetivando sempre a vitória seja, (da Coroa de Castela ou do Império mexica) algumas foram carregadas de misticismos (pacíficas), já outras se mostravam mais “violentas” realizadas pela força das armas, outras mais “diplomatas”, formação de alianças, acordos de união em momentos de guerra.

Partindo desse ponto de vista, a chegada dos aventureiros espanhóis foi encarada pelos nativos com uma forte impregnação religiosa, sendo tratada como algo já preanúnciado em suas escrituras, este acontecimento carregado de simbolismo, relaciona a presença estrangeira, a um possivel regresso de seus deuses e ao fim, de um ciclo. Percebendo essa associação, os espanhois se puserram a tirar vantagem, elegendo para eles privilegios sobre o poder, religião e riquezas dos nativos. “Os estrangeiros foram vistos como deuses pelo poder do trovão, pelo extraordinario de suas figuras, amortalhados misteriosos de tamanho descomunal, que se moviam com rapidez e estrondo e se dividiam em dois cavalo e cavaleiro”. (BRUIT, 1993, p.31).

Vale ressaltar,  que o primeiro impacto psicologico deixado durante a passagem de Hernán Cortés sobre o territorio dos mexicanos, sendo este confundido com o deus asteca  Quetzalcóatl, aproveitou-se dessa vantagem para capturar o imperador asteca Montezuma, destruir seu templo, matar os guerreiros, tomar as mulheres, as riquezas e conquistar a cidade. “Quando começou a matança e destruição dos templos, ídolos e cidades, e  as pedras explodiram em fragmentos sem fim, o medo transformou-se em pânico e o pesadelo em cruenta realidade. Então, o trauma engoliu a consciência dos índios.” (BRUIT, 1993, p.31).

A comunicação foi uma das primeiras preocupações, de Hernán Cortez no México, através da ajuda de dois interpretes (Gerónimo de Aguilar um naufrágio espanhol e da índia La Malinche, amante de Cortez) se pôde compreender o funcionamento da estrutura do Império Asteca e assim concretizar seu processo de conquista. O historiador Jorge L. Ferreira ao analisar o trajetória de Cortez associando-o aos mecanismos sociais da conquista e afirma que “Sua primeira preocupação foi à comunicação – era necessário conhecer aquelas populações para melhor conquista-las”. (1992, p.26).

 Ruggiero Romano entende da mesma forma e acrescenta que “os espanhóis exploram não apenas a vantagem militar, mas a vantagem psicológica que sabem tirar da situação”. (1995, p.13) Sendo a compreensão da linguagem nativa muito significativa para o processo de dominação, pois a partir dela, que se adquiriu uma consciência temporal do que estava ocorrendo com aquela sociedade e embora esses homens procurassem ouro, conhecer melhor aquelas populações, lhes poderia garantir a possibilidade de subjuga-las de maneira mais eficiente, assim como de usufruir de suas riquezas.

Passando a conhecer o sistema de dominação mesoamericano e suas contradições, Cortez verificou que não se tratava de um “bloco” e sim de um conjunto de diferentes povos subjugados. Essa informação possibilitou ao conquistador dar um novo passo, rumo à dominação desse Império: a formação de alianças com os povos do jugo Asteca.

Em relação às alianças, Ferreira as divide em “alianças políticas e alianças realizadas por meio do terror” (1992, p.27). O autor salienta que na primeira predominava a diplomacia, na qual os conquistadores puderam contar com o apoio de vários nativos das periferias do Império. Reafirmando essa ideia, Ruggiero Romano cita que “os espanhóis ao se baterem contra grandes exércitos puderam contar com a ajuda de numerosos colaboradores” (1995, p.15), ou seja, apoio dos povos dominados pelo grande império mesoamericano.

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