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O debate das relações étnico-raciais através da música "racismo é burrice".

Por:   •  26/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.862 Palavras (8 Páginas)  •  444 Visualizações

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Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC

DISCIPLINA: Oficina de Instrumentos didáticos

EQUIPE: Diones Souza Braz, Luiz Henrique de Oliveira Filho

PROFESSORA: Camila Imaculada Silveira Lima

CURSO: Lic. Plena em História

QUIXADÁ – CE

2020

DEBATE TEÓRICO E METODOLÓGICO

Para a confecção desse instrumento didático, decidimos abordar a temática das relações étnico-raciais no Brasil, tendo como pano de fundo a canção ‘racismo é burrice’ do Rapper Gabriel o pensador.  É notório que a canção “Racismo é burrice é uma crítica a prática de comportamentos racistas, preconceituosos e discriminatórios em geral na nossa sociedade.

Sabemos que preconceito e discriminação racial no Brasil não são coisas existentes apenas na  nossa contemporaneidade. Apesar de termos hoje em dia grande ascensão dos movimentos sociais, negros, lutas por classes e igualdade de direitos.

Não seria de admirar enxergar os alarmantes índices de desigualdade existentes em nosso país. Para onde olhamos podemos perceber frutos dessa desigualdade. Apesar da conquista de espaço das minorias, que diga-se de passagem vem crescendo gradativamente graças a expansão dos movimentos sociais e da luta de classe, o negro ainda assim ocupa uma posição de desprezo: são a minoria nas universidades, os menos remunerados, a maioria da população carcerária e os que mais são mortos pela polícia.

Sem dúvidas, tais mazelas citadas acima, são frutos do extenso período escravagista no Brasil que perdurou por mais de 300 anos. Ainda que por meio da Lei Áurea o direito a liberdade fosse assegurados aos nossos irmãos escravizados, ainda hoje a população negra, pra ser mais enfático; o Brasil, vive acorrentado a uma sociedade extremamente racista e preconceituosa na qual o negro, como  desde os primórdios da colonização, foi posto em um lugar de inferioridade ao homem branco.

As práticas discriminatórias citadas pelo rapper na música, é considerada como falta de inteligência por parte da população. Tal afirmação pode ser percebida em diversas frases na composição: ‘racismo é burrice”, “se você é mais um burro não me leve a mal”, “burrice coletiva”, etc.

METODOLOGIA

    Pretendo através deste material didático aprofundar os conhecimentos sobre a importância da discussão das relações étnico-raciais no ensino e na construção da sociedade bem como entender as consequências que a omissão desta temática pode trazer a nossa sociedade.

Para aprofundar o conhecimento e deixar a aula mais interativa farei uso da referida música dialogando com alguns autores contemporâneos que abordam a temática das relações étnico-raciais e a partir deste dialogo falar da implantação da Lei 10.639 e bem como da importância da referida lei nos estabelecimentos de ensino do Brasil.

Além disso, pretendo evidenciar alguns dados no que se diz respeito a população negra e evidenciar a realidade da população negra no contexto na qual esta está inserida, fazendo uma análise simultânea com as informações repassadas através da música.

ROTEIRO

  1. QUANDO TUDO COMEÇOU?

    Acredita-se que por volta de 1538 os primeiros ou o primeiro navio carregado de escravos atracava em terras brasileiras, mas precisamente na Bahia, dando assim, início ao tráfico negreiro no Brasil. Lucrativo e de “investimento” barato, a escravidão no Brasil perdurou por incríveis 300 anos. Isso mesmo, 300 anos. Durante três séculos a população africana e afro-brasileira foram  sendo dizimadas pelo maior regime escravagista da américa.

     Durante todo o período escravagista brasileiro, acredita-se que cerca de 4,8 milhões de africanos foram forçados a deixarem suas terras e serem escravizados no Brasil. Número que poderia ser ainda maior se não fosse a grande quantidade de óbitos registrados durante as travessias do atlântico. É o que afirma o Prof. Vítor Hugo Garaeis em um editorial na internet:

Eles eram capturados nas terras onde viviam na África e trazidos à força para a América, em grandes navios, em condições miseráveis e desumanas. Muitos morriam durante a viagem através do oceano Atlântico, vítimas de doenças, de maus tratos e da fome. 

Disponível em: https://www.geledes.org.br/historia-da-escravidao-negra-brasil/

Hoje, o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo  e maior fora da África. Apesar da grande miscigenação presente em nosso país, da maioria da população ser negra, ainda assim a discriminação racial é uma das grandes mazelas do nosso país. Discriminação que está presente em todas as camadas da sociedade e que afetam diretamente todos os setores da sociedade.

Após longos anos de escravidão, o tráfico negreiro para o Brasil, enfim parecia chegar ao fim. No decorrer de décadas que antecediam a criação da Lei Áurea, diversas medidas já vinham sido adotadas com o intuito de pôr fim de vez a escravidão: Lei Eusébio de Queiroz promulgada em 1850 e que proibia o trafico negreiro para o Brasil e em seguida, já no ano de 1871 a Lei do Ventre livre que garantia liberdade aos filhos de escravos que nascerem a partir da data de promulgação da Lei.

 

  1. LIBERTOS E...

Em 1888 a Lei Áurea é finalmente assinada, pondo fim a escravidão no Brasil. Em meio a abolição da escravidão um outro problema passaria a existir no Brasil: o que fazer com as centenas de milhares de negros que outrora eram escravos? Sem renda, sem lar, o que seriam destes?

Diante de condições sub humanas na qual foram submetidas mesmo após a “libertação” a população negra passou a ocupar as ruas das grandes cidades brasileiras, em especial o Rio de Janeiro. Estavam libertos, mas famintos, sem lar, sem dinheiro. Para não morrer de fome, a solução era roubar alimentos para sobreviver.

     Como podemos perceber, não bastava libertar os escravos, era necessário criar políticas que inserissem o negro na sociedade. Mesmo após a abolição, grande parte dos libertos decidiram se sujeitarem a trabalhos em condições análogas ao trabalho escravo. Quase sempre trocava mão de obra em troca de alimento. Mesmo após a promulgação da Lei Áurea, a atividade escravista perdurou ainda por alguns anos no Brasil.

    A falta de política de inserção do negro, reflete o que vemos hoje em nossa sociedade, embora que a largos passos  as coisas vem caminhando para uma melhoria e uma maior inserção da população negra no acesso aos diversos meios na sociedade.

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