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O prazer na idade média

Por:   •  12/1/2017  •  Resenha  •  1.452 Palavras (6 Páginas)  •  498 Visualizações

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VERDON, Jean. O prazer na idade média. Lisboa: Difusão Cultural, 1998.

Jean Verdon, nascido em 1937 é um historiador medievalista francês. Em sua obra “O prazer na Idade Média” periodo que é conhecido como “Idade das Trevas” no imaginario popular, onde não havia prazer, diversão, nada além do controle da igreja e das famosas indulgências, o historiador busca desmistificar a ideia que se possui deste periodo, mostrando os prazeres daquela época, não só de cunho sexual, mas também o prazer obtivo através do lazer. O livro é estruturado um breve introdução e três partes “Fazer amor”, “A igreja e a rejeição do prazer” e “ Prazeres em todos s sentidos”, onde 8 capitulos as subdividem e por fim uma conclusão das ideias expostas, no decorrer do livro o autor se utilizará em grande parte de obras literarias para expor  e organizar sua ideias.

A introdução breve, porém esclarecedora busca demonstrar a linha de pensamente que o autor utilizará para desenvolver seus escritos, deixando claro que ele buscar quebrar os estereotipos que o senso comum possui de de idade média, como a idade da obscurida, sem prazer ou qualquer tipo de distração, ele diz que o prazer é um dos aspectos fundamentais para o entendimento do homem, e ele esta presente em todas as epocas, mesmo que de certa forma considerado “reprimido da idade média” este estava presente, mesmo que sua relação com igreja dominante na época, o leve a um conceito muito peculiar.

Na primeira parte denominada “Fazer Amor” percebe-se que o autor busca traçar um caminho para o prazer, dentro de relações e romances, na primeira subdivisão “Preliminares” ele o faz de fato, explicando parte por pare o percurso do amor, através das subdivisões do capitulo “os amantes da literatura” e “os amantes da realidade”. A visão é o primeiro aspecto fundamental, afirma-se que onde esta o amor ali estará a vista, este é o sentido fundamental para que nasça o amor, um autor citado pelo medievalista, André le  Chapelain em um momento chega a afirmar que uma pessoa cega não pode amar, pois se não se vê o espirito não possui então o objeto para suas reflexões obsessivas. A conversa é a segunda rua na caminha do amor, ela é um das fazer dificil, visto que nos romances a timidez de ambos os amantes é de inicio uma verdadeira sina, porém após ela, o contato fisico e os doces beijos que os amantes trocarão levara a consumação desse amor. Amor este que pode ser o “Amor louco” incontrolavel porém passageiro desejo dos amantes, onde o prazer é o principal objetivo ou o “Amor Verdadeiro e Bom” que consiste no casamento e na união eterna de duas pessoas.

Levando mais adiante o assunto o Jean Verdon entra no contexto fisico, onde explica um pouco do ato sexual em si durante o periodo, falando sobre estudo médicos  anatomicos e fisiologicos que começam quando no século XIII os primeiro corpo passam a serem dissecados e permitem que os órgão genitais possam ser entendidos e como o prazer se dá. Já no capitulo “Desvios” o autor busca mostrar como era a percepção e atos eróticos, auto-eróticos (masturbação), passando pelas bestialidade (relações sexuais com animais) e a sodomia ou relações com pessoas de mesmo sexo. Ele relata minusciosamente esses desvios, desde posições sexuais usadas por prostitudas até questões como o coito interrompido, considerado um pecado tal como as relações anais, pois rompia com o andamento natural da relação sexual; as relações homossexuais pouco são tratadas por medicos, por estas não tem haver com ciência mas sim com uma ética da sociedade guiada pela igreja cristã, a influencia da igreja é expressa claramente ao tratar das bestialidades onde relatar um caso é dito que um homem tentado pelo Demônio, havia mantido relações sexuais com um bovino.

Essa influência da igreja nos prazeres ganhar uma parte dedica a entende-la de forma mais ampla, denominado “A Igreja e a rejeição do Prazer” onde o medievalista explica minusciosamente os fundamentos biblicos que levam a igreja a criar esse controle e essa rejeição ao prazer.

O primeiro mandamento de Deus aos homens, crescei e multiplicai-vos, implica em relações entre um homem e uma mulher, relação natural que da origem a concepção humana. O prazer é carnal, e se segundo a biblia o espirito vivifica e a carne retornará ao pó, de nada serve o prazer carnal, nessa linha se pensamento ele segue pontuando passagens biblicas que condenam praticas sexuais impuras e anti-naturais, em Levitico o terceiro livro do pentateuco, as praticas como nudez, incesto, homossexualidade, animalidade, coito durante o periodo menstrual da mulher, são consideradas impuras e condenadas; Eclesiastes possui um discurso denominado pelo autor como anti-feminista, dizendo que foi pela mulher que o pecado começou; Cantico dos Canticos, exalta o amor conjugal, ele beira o erotico, embora detenha-se muito a contemplação da amada; e no Novo Testamento deixado pós Cristo, pouco se menciona a sexualidade, o quase erotismo contido em cantico dos canticos é deixado de lado, o casamente monogamico é coloca em um pedestal, torna-se indissolúvel e louvado e o adulterio e outras praticas condenadas como tentações da carne.

Prega-se o desprezo ao mundo, já que segundo o evangelho a vida nesta terra é passageira, e durante a existência terrena deve-se preparar ao máximo, buscando um estilo de vida o mais parecido com a que se viverá no paraiso com Deus, logo, é fundamental que resistamos as tentações da carne, tal como o desejo sexual, essas tentações poluem o espirito e o espirito deve estar puro, é uma excelência da vida sem prazer que é pregada.

As duas primeiras parte do livro abordam em geral o prazer visto da ótica sexual, Jean Verdon busca mostrar como era essa ótica tanto na realidade do homem medieval, como era retratada em seu imaginário atraves da literatura e por fim como a Igreja teve de lidar com esse assunto para adequa-los e controla-los de acordo com suas doutrina.

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