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O último presidente militar e o retorno da democracia

Por:   •  12/3/2018  •  Tese  •  3.994 Palavras (16 Páginas)  •  225 Visualizações

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A década de 80 se iniciou com uma grave crise econômica que vinha a partir do “milagre econômico” que veio da ditadura militar que já havia chegado ao fim. As dívidas externas do país juntamente com a inflação fizeram parte dessa grande crise. Em 1980, mais uma vez é feita uma tentativa de se tornar o país um país macroeconômico visando assim o crescimento da economia sem medir as responsabilidades fiscais, sendo assim o governo investe nos setores de energia, insumos básicos e nas atividades voltadas para a exportação.

O último presidente militar e o retorno da democracia

O governo de João Baptista Figueiredo (1979 - 1985) é marcado pela abertura política, com o fim do bipartidarismo e surgimento de partidos advindos das camadas populares. Figueiredo em seu governo, demonstrava em suas ações - revogar decretos que impediam greves, interferiam em sindicatos, etc. - que possibilita a volta da democracia. Mas dependia de classes econômicas, do fantasma da recessão econômica e heranças políticas.

Então, em sua política, ele estabelecia que a abertura deveria ser “lenta, gradual e segura”, para que assegura a participação popular dentro dos limites das leis e dispositivos que garantem aspectos institucionais básicos. Mas para a conquista da abertura, foi necessário a pressão dos movimentos sociais, mas não conseguiram realmente o funcionamento da democracia por completo, pois necessitaria de mecanismo políticos mais profundos, com a criação de canais efetivos para as classes trabalhadoras.

A greve do ABC paulista teve uma importância imensa tanto por incendiar outros locais e setores de trabalho tanto no apoio que obteve da população e de instituições, como a Igreja e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)

Porém, foi promovida uma pressão de setores radicais das Forças Armadas que tinha como objetivo amedrontar a população e as oposições e desestabilizar o governo, a fim de provocar um endurecimento do regime. O ato terrorista mais grave ficou conhecido como “atentado do Riocentro”.

Delfim Neto, o novo “milagre brasileiro”

Tendo em vista um país em crise devido ao declínio do “milagre brasileiro”, onde a inflação era incontrolável e os investimentos eram voltados para o setor financeiro, o presidente então resolveu chamar Delfim Neto para poder ajudá-lo a tentar controlar a economia brasileira com recursos através da agricultura, expandindo, exportando e criando a economia das divisas, o então ministro lançou o III Plano Nacional de Desenvolvimento. Mas no plano internacional, provocou quedas nas exportações brasileiras e aumento dos preços dos importados necessários à indústria, gerando desempregados. A solução foi pegar empréstimos externo.

Em 1982, o governo apela ao FMI (Fundo Monetário Internacional), a fim de se controlar a situação de crise, em troca de medidas que visassem o equilíbrio do país. Essas medidas estavam em uma “carta de intenções”, em que envolvia a redução do crédito, do déficit público, dos subsídios, a desvalorização da moeda e restrições nos aumentos salariais. Essas medidas geraram uma tensão entre os trabalhadores e o Estado, promovendo greves e mais greves em vários setores, em que buscavam os seus direitos trabalhistas.

A inflação em 1983 atingiu 211% e o único setor da economia que valorizou foi a agrícola devido a política econômica de Delfim. Os outros setores foram prejudicados pelo controle do déficit público, que agravou ainda o número de desempregados. A dívida externa chegou aos 95 bilhões de dólares e continuava a impor sacrifícios ao trabalhador. No ano anterior, apenas os serviços da dívida absolveram 90% da receita das exportações. Em 1986, a inflação era de 223,8%.

Reforma partidária

Com a abertura das votações diretas para governador, tivemos então um restabelecimento de alguns aspectos institucionais básicos partidários. Com a reforma partidária de 1979, esses aspectos abrangiam partidos mais definidos em relação a interesse de grupos e segmentos de classe na qual o partido representa.

O PDS(Partido Democrático Social), antigo Arena, apoiava o governo e reunia setores da burguesia e proprietários rurais. O antigo MDB, em torno do qual durante a ditadura agruparam-se a oposição de diversos matizes, e tornou-se PMDB (Partido do movimento Democrático Brasileiro). Outros partidos formaram-se em torno de antigos políticos - como PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) de Ivete Vargas, o PDT (Partido Democrático Trabalhista), de Leonel Brizola, e o PP (Partido Popular), de Magalhães Pinto e Tancredo Neves, liberal-conservador, reunindo parte da burguesia brasileira e que, posteriormente, foi absorvido pelo PMDB.

No início de 1982 foi dado o direito ao PT de se registrar, o mesmo foi originado de luta de metalúrgicos do ABC paulista e representava uma opção socialista visando os setores da classe Operária.

Com a Reforma Partidária o governo visava legitimar a representação política e ainda por cima fragmentar a oposição e conquistar os governos estaduais que seriam pelo voto direto desde os anos 60.

Mesmo com a reforma em 82 foram eleitos 12 governadores do PDS, 10 do PMDB e apenas um do PDT, mostrando que mesmo com fortes dispositivos legais o governo não consegue vencer a opinião pública. A oposição foi favorecida e efetivaram a possibilidade de articulações políticas, visando a realização de eleições diretas para presidente da República

Diretas já

Foi ainda no governo de João Figueiredo que ocorreu uma das maiores movimentações populares da história do Brasil, as Diretas Já. Influenciado por um projeto de lei do deputado Dante de Oliveira que determinava a eleição direta para presidente, o povo foi para as ruas em vários lugares do Brasil para exibir seu apoio.

Suas primeiras manifestações ocorreram no nordeste em 1983 organizado pelo PMDB, logo em seguida foi tendo sinais parecidos no centro-oeste, sul e sudeste. Como o crescimento do movimento coincidiu com o agravamento da crise econômica as classes mais altas e os sindicatos aderiram também a mobilização. Com o engrandecimento das multidões a repressão também crescia, mas o movimento pela democracia se intensifica e exige eleições diretas.

Inútil

Ultraje a Rigor

“A gente não sabemos escolher presidente

A gente não sabemos tomar conta da gente

A gente não sabemos

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