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OS PROGRAMAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPI

Por:   •  3/6/2022  •  Relatório de pesquisa  •  4.109 Palavras (17 Páginas)  •  78 Visualizações

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES – PROGRAMAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPI

PARTE I – IDENTIFICAÇÃO

Tipo do Relatório:

( )

Parcial                (X)  Final

Programa:

(    )

(    )

(  X )

(    )

PIBIC/CNPq/UFPI

PIBIC-Af/CNPq/UFPI

ICV/UFPI

PIBIC-EM/CNPq/UFPI

Titulo do Plano de Trabalho:

Assistencialismo e caridade aos migrantes da seca no Piauí (1877-1879).

Nome do Orientador(a):

Francisco Gleison da Costa Monteiro

Nome do Orientando(a):

Victória Régia dos Santos Lima

PARTE II – RELATO TÉCNICO-CIENTÍFICO

1. Introdução

A partir da independência do Brasil, em 1822, o país se subdividiu em dois eixos de desenvolvimento, o Centro- Sul e o Norte, de forma que haviam diferenças visíveis de investimentos. A região Centro- Sul foi a escolhida para centralizar o poder administrativo, trazendo para si uma posição de privilégio, sobrando para a região Norte tornar-se uma “periferia do sistema produtivo.” Com o advento da seca de 1877-79 houve por parte, inicialmente do governo do Ceará, a tentativa de implantação de um projeto que viesse para equalizar as diferenças, principalmente econômicas entre as duas regiões. O Projeto Pompeu Sinimbú teve a sua aplicabilidade através das políticas de socorros públicos e em tese, por meio dele haveria um desenvolvimento econômico da região. O Projeto que nasceu como uma ideia de desenvolvimento da província do Ceará, desenvolveu-se e atingiu as demais províncias do Norte, fazendo surgir uma intensa rede de assistência e solidariedade.

Além de projetos de desenvolvimento econômico, a seca de 1877-79, trouxe para o Norte os olhares das demais províncias do Sul, seja para noticiar as calamidades que assolavam o sertão, seja para enviarem ajudas para os “desvalidos”.  A relação Norte e Sul ao final do século XIX passou a ser formulada através da grande seca. Trazendo o nosso olhar para essa relação estabelecida percebemos uma faca de dois gumes, na medida em que as investidas da região Sul em ajudar a região Norte estavam permeadas de interesses e exploração.

Assim como as demais províncias do Norte, a província do Piauí também foi assolada pelos infortúnios da grande seca, sofrendo, em menor escala que a do Ceará, com a fome, migração e morte. A estrutura das Comissões de Socorros Públicos que se estabelecerem nessa província seguiam a estruturação daquelas das demais províncias, e foram substanciais para o socorro do nativos e migrantes que chegaram nas terras piauienses.

No decorrer do desenvolvimento da primeira parte desta pesquisa pudemos perceber a dualidade no discurso das elites dominantes a respeito das assistências fornecidas às regiões que sofriam com a seca, e a organização e funcionalidade  das Comissões de Socorros Públicos que atuaram na província do Piauí. A atuação das Comissões de Socorros Públicos tiveram como principal mecanismo de controle, o emprego dos migrantes nas obras públicas. Além de funcionar para os migrantes como uma maneira de escaparem das dificuldades da estiagem, era para a elite, governo local e imperial um mecanismo de controle, impedindo os migrantes de saírem em retirada dos sertões em direção aos grandes centros urbanos, não deixando em defasagem a mão de obra barata para os grandes fazendeiros quando o período de estiagem cessasse; para além da questão da mão de obra, as obras públicas funcionavam como um impedimento à presença dos migrantes nas cidades, o que atrapalharia, na visão das elites, a construção de uma cidade de acordo com o ideal de belle époque.

Por conseguinte, para esta segunda etapa da pesquisa almejamos salientar conceitos que rodeiam as narrativas sobre a seca e que se mantiveram presentes nas petições e requerimentos que utilizamos como fontes,  focaremos portanto, na discussão dos sentidos que determinados conceitos carregam no contexto histórico local e, principalmente no sentido que estes assumem nas fontes. Conceitos como os termos, desvalido, ociosidade e trabalho nos permitiram enxergar e entender as narrativas e discursos por trás das nossa fontes.

  1. Revisão de Literatura

Sempre que iniciamos uma pesquisa um passo essencial é o estabelecimento de uma base teórica que vá servir de alicerce para a introdução das discussões. Após a primeira parte da pesquisa, onde os resultados preliminares foram apresentados no relatório parcial, procuramos estabelecer os conceitos que seriam pertinentes no desenvolvimento da segunda parte da pesquisa e, consequentemente no desenvolvimento do relatório aqui exposto. Fixados os termos, partimos a procura de autores que  nos contribuíssem com discussões acerca destes. A leitura desses autores se deu de maneira metódica, buscando extrair as principais ideias e teses defendidas, a partir de fichamentos e resenhas de cunho simples e pessoal.

Dentro as leituras realizadas, destacaremos aqui aqueles que de forma mais significativa nos serviram de discussão e base.

         A historiadora Maria Mafalda Baldoino Araújo, foi importantíssima para a nossa escrita e entendimento de como a grande seca de 1877-79 mexeu com as estruturas econômicas e sociais da província do Piauí. A autora é referencia no estudo historiográfico sobre o Piauí, é marco inovador na discussão do cotidiano da pobreza, principalmente no recorte temporal da grande seca. Na sua obra Cotidiano e pobreza: a magia da sobrevivência em Teresina, Araújo trabalha a partir da perspectiva de agentes sociais que costumeiramente são relegados pela historiografia local. Com muita propriedade a historiadora reconstroi o cotidiano da pobreza em Teresina, expondo o dia a dia de migrantes, mulheres e homens livres, órfãos e mendigos, e as suas alternativas, escolhas e resistências ao se relacionarem com os infortúnios da seca e de uma sociedade desigual  que  os enxergavam com um peso.  

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