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Os Fundamentos da Produção Historiográfica I

Por:   •  1/10/2018  •  Resenha  •  2.095 Palavras (9 Páginas)  •  140 Visualizações

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Universidade Federal de Roraima

Curso de Licenciatura em História

Disciplina: Fundamentos da Produção Historiográfica I

Professor: Alfredo Ferreira de Souza

Aluno: Denison Duarte Reis

ALVES, Cláudia. Positivismo no século XIX.

 

A autora inicia o texto fazendo um breve percurso histórico sobre o positivismo, seu precursor e influenciadores. Isidore August Marie François-Xavier Comte (1798-1857) nasceu na França em um período de vários conflitos que levariam Napoleão Bonaparte ao trono francês através da revolução francesa que iniciara em 1789. August Comte foi o fundador do positivismo e se encontra atrelado em duas de suas grandes obras publicadas entre 1830 e 1894 chamados Curso de filosofia positiva e Sistema de política positiva. 

Os textos apresentam a sistematização dos princípios filosóficos que defendia e que considerava a expressão máxima de um caminho que levaria o homem ao mais alto grau de evolução. Ainda que a produção dos textos tenham sido na primeira metade do século XIX, sua repercussão positivista só ganhou espaço na segunda metade do mesmo século. Ao passo que as ideias positivistas iam ganhando espaço, na primeira metade do século XX outra ideia estava ganhando força, o chamado neopositivismo ganha espaço com a assimilação dos meios formais da lógica matemática, com afirma a autora. Contudo, na segunda metade do mesmo século surgiram críticas violentas ao ideal neopositivista e fez com que seu ritmo desacelerasse drasticamente junto com suas perspectivas influentes.

Após a morte de sua esposa, Clotilde de Vaux, Comte começara a transformar sua produção intelectual em proposta de uma religião positivista qual foi publicada, também, no livro Catecismo positivista ou exposição sumária da religião universa (1952); a autora coloca que seu percurso intelectual havia se curvado a uma história psíquica e emocional tal que acabou entrando em uma forte tendência mística.

Saindo do espaço francês, a Inglaterra celebrava outro intelectual, John Stuart Mill (1806-1873), que atuaria na consolidação dos ideais positivistas qual, também, identificava-se com as ideias de Comte, especialmente com os posicionamentos empiricistas e antimetafísico, entretanto, ao explanar seu posicionamento místico, Mill, se rebelaria em oposição a Comte mantendo traços mais liberais em sua filosofia.

Mill passou a dedicar-se na defesa da lógica indutiva, exposta na sua obra mais importante, O sistema de lógica dedutiva e indutiva, de 1843. Para o intelectual, a filosofia deveria se orientar pelo plano factual conhecido cientificamente e também pelos métodos das ciências reais, esse princípio pavimentou a influência que exerceu sobre os seguidores do positivismo no século XIX, onde a ciência seria o estágio máximo do homem.

Ao passo que o pensamento positivista se destacava em autores que buscavam as pesquisas metodológicas e de teoria da ciência, como Ernst Mach (1832-1916) e Richard Avenarius (1843-1896), no século XX, justamente no período entre guerras, uma vertente considerada neopositivista surgia e logo foi chamada de “empirismo lógico” por ser marcado pela concepção de que só pode ser considerado conhecimento aquilo que pode ser justificado por meio do empirismo e com a ajuda da lógica, tendo como seus representantes Moritz Schlick (1882-1936), Hans Reichenbach (1891-1953) kreis Rudolf Carnap (1891-1970), Otto Neurath (1882-1945), Herbert Feigl (1902-1988) e Victor Kraft (1880-1975), todos esses mantiveram sua postura antimetafísica, mas avançaram, e muitas vezes, distanciaram-se do positivismo original, por meio dos recursos apoiados na lógica matemática.

A formulação do pensamento moderno teve como princípio fundador alguns postulados que concediam respostas obtidas por meio da lógica matemática. Tal modo de pensamento teve tão influencia ao ponto de vir tornar-se a forma hegemônica de pensamento além de determinar os critérios de seleção e hierarquização dos saberes; ele se tornava, por utilizar da lógica e matemática, a mais segura forma de explicação dos fenômenos naturais.

René Descartes ao início do século XVII, procurou sistematizar o método para obterem-se os juízos justificáveis e verdadeiros sobre todo objeto que se apresenta ao espírito, como afirma ao autora. Descartes, ao propor implementar o princípio da dúvida metódica como base da construção do conhecimento apoiado em certezas; o filósofo sugere que seja usado a razão humana para questionar as visões enraizadas nas tradições, as opiniões da vida cotidiana e as suposições que edificavam o conhecimento científico.

Descartes, através de sua proposta da dúvida metódica, acaba rompendo com todo o conhecimento já produzido ao negar a realidade. “Penso, logo existo” ou “cogito ergo sum”, não se trata de um raciocínio e sim uma intuição, é mais sólido que a intuição do matemático pois é uma intuição metafísica; ela trata não do objeto, mas do ser. O cogito de Descarte, portanto, não é um ato de nascimento daquilo que se chama em filosofia, de idealismo (o sujeito pensante e suas ideias como fundamento de todo o conhecimento), mas a descoberta do domínio ontológico (estes objetos que são as evidencias matemáticas remetem a este ser que é meu pensamento).

Galileu Galilei finalizou este movimento com radicalidade, cujas formulações estabeleceram um corte epistemológico com o mundo antigo e medieval ao linearizar o espaço e substituí-lo pela ideia de um universo aberto, indefinido e unificado. A lógica e a matemática como ciência, acabava por desmontar o pensamento de que os eventos naturais fossem determinados cada qual regido por leis específicas.

A partir deste momento, o pensamento filosófico passava por tremenda transformação ao passo que o mesmo necessitou adaptar-se assim como o conhecimento da natureza passaria a ser formulado com base em princípios completamente novos.

Os variados pontos de vista que buscavam associar a filosofia á ciência tinham suas raízes fincadas nas preposições iluministas e encontravam-se espelhadas ainda na época vivida por August Comte, um momento do século XIX qual foi guiado pelo método das ciências naturais e reativo às concepções do romantismo.

Já no século XIX, tal cientificismo apoiado nas visões iluministas acaba por ser enriquecido com a inserção da dimensão histórica que ganham força com as novas teorias que acrescentam o tempo como categoria para se pensar também no mundo natural. As ideias positivistas, a ciência tornaria a encontrar a melhor possibilidade de o homem conhecer a si mesmo, e nesse interim conhecer a própria justificativa da existência do método cientifico.

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