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Questão a respeito de Stuart Mill

Por:   •  25/4/2015  •  Resenha  •  729 Palavras (3 Páginas)  •  395 Visualizações

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        Stuart Mill é tido como o fundador da ideologia liberal-socialista, pelo fato de ter defendido a tese da assimilação de alguns princípios socialistas pré-marxistas, em pleno domínio liberal do Estado. Princípios como o fim de privilégios e desigualdades sociais, além de uma distribuição relativa da riqueza material.

        Dessa forma, cabe ressaltar que Mill apresenta ideias diferentes em relação ao socialismo, de forma que tais ideias passaram a ser menos ortodoxas com o passar de sua maturidade, muito disso em função de influências, como a de Saint-Simon e a de Harriet Taylor (esposa de Mill).

        Assim, representando as ideias do jovem Mill, pode-se ilustrar um debate realizado entre ele e Willian Thompson (defensor dos ideias de Robert Owen). No debate, o jovem Mill em defesa de seus ideais utilitaristas, acaba por listar os problemas intrínsecos a uma sociedade cooperativa e que tornariam esta, algo inviável. A questão da baixa produtividade em um sistema cujo o sustento fosse garantido (nota-se nesse ponto a influência de Benthan, a de que os indivíduos são naturalmente “preguiçosos”), a questão da má administração dos gestores da sociedade cooperativa (que colocariam seus interesses próprios acima dos da sociedade), fora o fato de num sistema de cooperação haver a necessidade de um controle comunitário contrário a liberdade individual. Nesse debate, Mill também critica as construções dos “paralelogramos”, que seriam as sociedades idealizadas por Owen, críticas essas que iam na direção aos custos que incorreriam na construção dessas comunidades.

        Levando-se em conta a obra de Stuart Mill em seu período de maior maturidade, nota-se ideais e convicções de mais elevada deferência e sistematização a respeito do socialismo. Assim ele considera a dificuldade de se haver algum controle populacional numa população cujo o sustento fosse garantido a todos. Também é considerado por Mill, a problemática da impossibilidade de distribuição equitativa das funções, pois caso cada indivíduo fizesse um pouco de cada coisa durante a produção, estaria sendo perdido a divisão do trabalho e todos os benefícios presentes nela.

Posteriormente a essas ideias, Mill acaba por contrapor que a “preguiça” natural dos seres humanos sendo agravada por um sistema cooperativo de garantia ao sustento, pois nesse tipo de sistema não haveria apenas um supervisor, mas todos da comunidade cumprindo esse papel. Com relação ao elevado nível de procriação, no qual se teria em casos de bons níveis sociais para a população em geral, é redefinido por ele que o melhoramento da qualidade de vida acabaria por consequência, aumentando o nível educacional das pessoas, o que as fariam a ter uma certa consciência em relação aos problemas ocasionados por um crescimento populacional excessivo, a esse posicionamento nota-se certa influência de seu pai, James Mill.

        A respeito de Stuart Mill, deve ser mencionado seu posicionamento a respeito dos principais  pensadores socialistas de sua época, principalmente tendo como foco tal posicionamento deferido durante o seu amadurecimento. Dessa forma tem-se para Mill a superioridade da doutrina de Saint-Simon em comparação com a de Robert Owen, principalmente no que consistia na solução do problema ao incentivo do empenho individual.

        Em relação as reformas no capitalismo, deve-se considerar que por conta da sua herança benthamita, Mill é considerado como um reformador da sociedade, de modo a ter chegado a demonstrar uma certa simpatia pelo socialismo, muito disso por ter em mente as limitações do sistema capitalista industrial no qual tinha a frente de si. Assim, nas considerações do autor acerca da propriedade e de suas reflexões finais perante ao socialismo, é reconhecido por ele, avanços que seriam possíveis, e alguns até mesmo já alcançados, através de melhoramentos progressivos da ordem social estabelecida no capital privado e na indústria. Desse modo, contrariando o rigor do laissez-faire no que tange aos compromissos do Estado, Mill elenca mais funções a este, sendo que essas funções seriam: o oferecimento de educação pública gratuita, o reconhecimento dos direitos das mulheres, a regulação do trabalho, a garantia de subsistência aos desamparados, a proteção da criança  e dos incapazes, o fornecimento de utilidades públicas, o financiamento de pesquisa científica, a administração dos projetos de colonização, a proibição de contratos irrevogáveis e a construção de infraestrutura básica ao desenvolvimento econômico.

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