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Quilombolas

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Por:   •  28/10/2014  •  1.285 Palavras (6 Páginas)  •  1.214 Visualizações

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SUMÁRIO

Quilombolas ........................................................................................................... 03

A Importância dos Quilombos na Resistência ao Sistema Colonial Português ..... 04

A Importância dos Quilombos na Preservação da Memória Nacional .................. 05

Comunidade Quilombola São Tomé....................................................................... 06

Referências ........................................................................................................... 07

Anexo .................................................................................................................... 08

QUILOMBOLAS

O termo quilombo vem das palavras “kilombo” da língua quimbundo e “ochilombo”

da língua Umbundo. Originalmente esta palavra se referia a um lugar de repouso

para nômades. No Brasil, quilombo ou mucambo era uma comunidade de

escravos fugitivos.

No período colonial, considerava-se quilombo “toda habitação de negros fugitivos

que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenha ranchos

levantados nem se achem pilões neles.” (O'DWYER, 2002:47). Muitos quilombos

foram constituídos no Brasil durante o período escravista. Segundo o pesquisador

Clovis Moura, existiram de norte a sul do país. Eram acampamentos que poderiam

ser montados e desmontados facilmente, enquanto fugiam ou procuravam

melhores terrenos. Através do aquilombamento, os habitantes, chamados

“quilombolas, mocambeiros ou calhambolas”, lutavam contra o escravismo,

buscavam outra forma de vida e de cultura. Plantavam, colhiam, constituíam

família e viviam em sociedade. Também assaltavam, atacavam fazendas e

povoados e preparavam fugas para escravos. Apesar da perseguição, alguns

quilombos sobreviveram por anos, mesmo durante a escravidão. Os sobreviventes

geralmente eram aqueles que viviam em áreas mais isoladas, distante de centros

econômicos, ou faziam acordos com índios e brancos pobres.

O conceito de quilombo hoje, refere-se a “grupos que desenvolveram práticas

cotidianas de resistência na manutenção e reprodução de seus modos de viver

característicos e na consolidação de um território próprio.” (O'DWYER, 2002:18).

Segundo a Fundação Cultural Palmares, quilombolas são descendentes de

africanos escravizados que mantêm tradições culturais, de subsistência e religiosas

ao longo dos séculos. E uma das funções desta organização é formalizar a

existência das comunidades, assessorá-las juridicamente e desenvolver projetos,

programas e políticas públicas de acesso à cidadania. Mais de 1.500 comunidades

espalhadas pelo território nacional são certificadas pela Palmares.

O quilombo mais conhecido foi de Palmares. Na época do Brasil Colonial,

localizava-se região da Capitania de Pernambuco, hoje Alagoas. Conheceu seu

auge na segunda metade do século XVII, constituindo-se no mais emblemático

dos quilombos formados no período colonial. Resistiu por mais de um século, seus

moradores viviam da agricultura, artesanato e também trabalhavam com metais.

Era considerado uma ameaça ao Regime escravista, apesar das várias expedições

do governo na tentativa de reprimí-lo, só foi dominado em 1695. O seu líder mais

famoso foi Zumbi, que transformou-se em moderno símbolo da resistência negra

à escravatura. O dia da sua morte, 20 de novembro, é comemorado o Dia da

Consciência Negra.

A IMPORTÂNCIA DOS QUILOMBOS NA RESISTÊNCIA AO SISTEMA

COLONIAL PORTUGUÊS

Não se deve pensar que os negros aceitaram docilmente a sua condição de

escravos, grande foi o número de abusos sofridos no período colonial no Brasil:

Tinham uma dura rotina de trabalho com longas jornadas e grande esforço físico,

a ponto de ter, em alguns casos, um tempo de vida que não ultrapassava uma

década. Se não realizavam suas tarefas eram punidos severamente. Quando

eram pegos infringindo alguma norma, eram amarrados no tronco e açoitados com

chicote que abria feridas na pele. Em casos mais severos, havia a mutilação, a

castração ou amputação de alguma parte do corpo.

Naturalmente, por não suportarem a dureza do trabalho, os abusos sofridos, a

saudade dos entes queridos e da terra natal, a população negra gerava formas de

resistência contra o Regime escravista, como a sabotagem na produção de alguma

fazenda, emboscadas para assassinar os feitores e senhores de engenho e suas

famílias. Em alguns casos, os escravos atentavam contra a própria vida, entrando

em estado de inapetência, escravas grávidas buscavam abortar através do preparo

de ervas. Outra forma de resistência era a prática das manifestações culturais,

como o culto aos orixás associados com os santos católicos, a comida, as danças

e as lutas eram formas de se preservar os costumes africanos.

Os quilombos, porém, foram a melhor estratégia contra a escravatura. Os negros

organizavam as fugas e formavam as comunidades na mata, muitos em lugares

de difícil acesso. Viviam plantando e produzindo em comunidade. Durante quatro

séculos, os quilombos representaram, de um modo significativo, a luta contra a

escravatura.

IMPORTANCIA DOS QUILOMBOS NA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA

NACIONAL

Antes e depois da abolição da escravatura o território nacional brasileiro esteve

marcado pela presença de comunidades negras que ainda hoje resistem às

pressões de latifundiários, de especuladores imobiliários e ate mesmo do poder

publico pela manutenção ou reconquista de seus territórios. Desta forma, o

processo de territorialização quilombola constitui-se muitas das vezes, na luta

para continuar a existir, na reinvenção de uma identidade politica portadora de

direitos que é informada por uma memoria ancestral. A memoria nesse sentido

tem grande importância visto que em geral se tratam de comunidades iletradas,

de forte tradição oral e que encontram na reinvenção de suas identidades numa

oportunidade de recriação historiográficas.

COMUNIDADE QUILOMBOLA SÃO TOMÉ

Localizada no município de Campo Formoso, a 90 km do Centro da cidade,

a Comunidade Quilombola de São Tomé, formou-se a aproximadamente 200

anos. Em sua totalidade é formada por negros fugitivos que vieram em busca

de refúgio. Tem uma linguagem própria, diferenciada de outros moradores da

circunvizinhança, ao invés de pronunciarem sal, Manoel, mingal, pronunciam: sale,

Manele, mingale, também usam palavras como vosmecê, pra mode, nós fumo...

A negra mais velha do povoado faleceu com 110 anos, chamava-se Laura, mas era

conhecida por Balaia. O casal Cariolando e Maria Albina eram os moradores mais

antigos, tiveram 11 filhos, todos trabalhavam na agricultura. Um de seus filhos, Sr.

João Reis, hoje com 70 anos, negro sofrido, falou um pouco sobre sua vida:

“Não fui escravo de chibata, mas escravo das roças pra garantir o

sustento... Hoje melhorou muito, antigamente nosso alimento era rapadura, maxixe

maduro, porque enquanto tava verde o dono da da roça não deixava levar, a gente

comia maxixe verde com banana verde. Muitos desmaiavam de fome, a gente

andava de jegue em busca de alimento até a cidade de Campo Formoso ou

Jacobina. A gente não tinha infância, desde muito cedo tinha que trabalhar na

roça...”

No ano de 1932 havia um coronel chamado Ananias, que levava todos os

quilombolas para trabalhar em sua fazenda em troca de alimentos. Depois dele

vieram Pedro Gonzaga e João Gonzaga, que também ofereciam trabalho, dessa

forma os ajudava no sustento de suas famílias.

Vendo o sofrimento dos quilombolas, pois viviam às margens da sociedade, sem

assistência governamental, um dos moradores foi estudar fora e ao retornar, lutou

pela formação da Comunidade Quilombola. O Sr. Manoel Ailton de Carvalho,

hoje é coordenador e presidente dos quilombolas, não só de São Tomé, mas dos

povoados vizinhos: Almeida, Marruás, Marreca, Várzea de Dentro, Olhos D'Água e

Taipado.

Foi certificada pela Fundação Cultural Palmares em 07/06/2006 e tem mais de

600 associados. Através do Programa de Políticas Públicas do Governo Federal, a

associação conseguiu a implantação de um Colégio, trator para agricultura, além

de cestas básicas mensais para todos os quilombolas. Hoje vivem da agricultura,

há muitos que já estão aposentados. No povoado há supermercados, igrejas,

energia elétrica, internet, faculdade (FAIBRA) Faculdade Integrada do Brasil, com

curso de pedagogia e letras, como também posto médico, transporte para as

cidades vizinhas, como Jacobina e Campo Formoso. Para os quilombolas é uma

grande conquista, lembram o passado de fome e sofrimento, sem se envergonhar,

pois acreditam que o que passaram foi um aprendizado para a vida. A comunidade

tenta resgatar a cultura afro-descendente através de samba de roda, capoeira e

danças africanas.

Referências

Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/quilombos>. Acesso

em: 10 mar. 2014.

Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiab/quilombo-dos-palmares>.

Acesso em: 10 mar. 2014.

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Colonial_Portuguesa>. Acesso

em: 11 mar. 2014.

Disponível em: <http://educacao.uol.com.br>. Acesso em: 11 mar. 2014.

Disponível em: <http://www2.marilia.unesp.br/>. Acesso em: 11 mar. 2014.

Disponível em: <http://www.palmares.gov.br/quilombola/>. Acesso em: 12 mar.

2014.

Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiab/a-resistencia-dos-escravos>.

Acesso em: 12 mar. 2014.

Disponível em: <http://www.unifoa.edu.br/cadernos/edicao/07/47.pdf>. Acesso em:

10 mar. 2014.

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