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Relatório do Documentário Atlântico negro: Na rota dos orixás

Por:   •  31/5/2022  •  Resenha  •  779 Palavras (4 Páginas)  •  89 Visualizações

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Atlântico Negro – na rota dos Orixás, produzido no ano de 1998 no Brasil e no Benim, com direção do videomaker Renato Barbieri e roteirizado também por ele e pelo historiador Victor Leonardi, é um documentário sobre as origens africanas da cultura brasileira, partindo das tradições religiosas afro-brasileiras até seu berço em África, mostrando como as raízes culturais jeje-nagô se tornaram o que hoje se conhece como o Candomblé da Bahia e o Tambor de Minas do Maranhão. O filme tem a intenção de quebrar o paradigma estabelecido de que o continente africano é um lugar somente com fome, pobreza e conflitos armados, ele mostra as belezas das regiões de onde foram trazidos africanos escravizados para o Brasil, como também a beleza das religiões que foram trazidas junto a esses seres humanos.

O filme se inicia com a apresentação de Pai Euclides, um sacerdote de uma comunidade religiosa afro-brasileira no Maranhão, ele envia uma mensagem de paz para outro sacerdote, Avimanjé-Non, da cidade de Uidá, no Benim, que recebe essa mensagem e a responde, dizendo que se sente emocionado por saber que aqueles que foram tirados de suas casas no passado, através do tráfico negreiro, mantém suas tradições originárias e ainda as vivem em plenitude. Ambos, Pai Euclides e Avimanjé-Non, são representações das pontas inicial e final da grandiosa jornada travada, em grande parte de forma involuntária, pelas religiões de matriz africana até o continente americano, em especial no Brasil. Avimanjé representa a tradição original, a memória primeira de um culto antigo, Euclides representa a nova tradição, se é que se pode chamar assim, a tradição que resistiu ao tempo, a tortura e ao apagamento, ambas tradições nada mais são do que frutos de resistência, e os sacerdotes representam em si mesmos essa resistência.

Na sequência, somos apresentados aos lugares sagrados das religiões tanto no Brasil quanto em África, e as influências que um povo mantém sobre o outro mesmo com um oceano de distância entre si. Somos apresentados aos Agudás, descendentes de traficantes de escravizados e também de brasileiros, só que esses brasileiros na verdade são descendentes de pessoas que foram sequestradas na África e que, por conta de revoltas ou de outros motivos, foram enviados de volta ao continente de origem de seus antepassados, onde tiveram que começar do zero.

No Benim, são mostradas as cidades de Abomey e de Ouidá, ambas com passados que de alguma maneira se conectam com a história brasileira. Ouidá era um porto de tráfico de escravizados, era nessa cidade que, em um passado não tão distante, pessoas eram despidas de suas culturas e histórias e embarcavam rumo a uma vida nova da qual não escolheram, e nunca escolheriam. É dito que, em Ouidá, se tinha o costume de fazer os negros capturados darem voltas em torno de uma árvore, chamada de árvore do esquecimento, com o intuito de que esses negros se esquecessem de sua história, cultura e valores. Inclusive, uma voz questiona que seria impossível fazer um nagô esquecer de seu passado, o que se provou verdadeiro nos eventos da escravatura.

O filme mostra alguns territórios de influência cultural africana no Brasil, ele mostra sobre terreiros na Bahia, alguns antiquíssimos, mas o foco nessa parte não se mostra na Bahia e sim no Maranhão, falando sobre os negros que foram arrancados de suas casas no grande reino

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