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Resenha "O Estado Absolutista no Ocidente" ANDERSON, Perry

Por:   •  31/8/2018  •  Resenha  •  1.001 Palavras (5 Páginas)  •  343 Visualizações

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UFRB - Universidade Federal do recôncavo da Bahia

CAHL - Centro de Artes, Humanidades e Letras

Disciplina: Ensino de História. // 2017.2

Professor(a): Luciana Brito

Discente: Felipe Sousa

MULLER, Maria Lucia Rodrigues. A PRODUÇÃO DE SENTIDOS SOBRE MULHERES NEGRAS E O BRANQUEAMENTO DO MAGISTÉRIO NO RIO DE JANEIRO NA PRIMEIRA REPÚBLICA. Interfaces da Educ., Paranaíba, v.5, n.14, p.68-81, 2014

Maria Lucia Rodrigues Muller apresenta em seu texto bases teóricas que reforçaram o processo de exclusão do negro na formação de bens culturais, sobretudo, essas teorias racistas contribuíram para retirada forçada da mulher negra como agente de construção sócio educacional no Rio de Janeiro da primeira república. A idealização de um povo enquanto nação não buscava retratar os indígenas, e ou, muito menos os negros como espelho, com isso, diversos setores da sociedade voltavam-se para essa discussão; “quem é o povo brasileiro?”.

As instituições sociais e cientificas daquele período, início do século XX responsáveis por discutir sobre os rumos que deveria ser tomada a constituição social brasileira, iniciam um processo que penaliza o povo negro como responsáveis pelo atraso do país, como observa Maria Lúcia. A disseminação de ideais racistas, eugenistas e misóginas no meio social e no cotidiano da população em formação vale ressaltar, afastou as mulheres negras do magistério, e consequentemente, negou espaço a esse grupo nas instituições de ensino.

A preocupação com o futuro do país e com a “face” que o teria, é constante nas elites brasileiras desde meados do século anterior, final do império e início da primeira república, principalmente com a aproximação do fim do escravismo negro, a burguesia então começa a se preocupar com a heterogeneidade racial e cultural e os traços que essa gente de cor poderia deixar e “manchar” o país. Uma visão de população perfeita tomando com parâmetro as nações europeias, reforçaram a hierarquia das raças, onde negros e orientais eram postos em patamares mais baixos. A elite conservadora e racista do Brasil ver então no “branqueamento” da população a solução para alcançar o progresso, rumo ao espelho europeu que se buscaria como ideal de civilização. Para efetivar tal processo foi necessário “importar” trabalhadores europeus, ao fim desse procedimento iria se ter uma raça branca, a “raça brasileira” como diz a autora. A grande maioria da população brasileira era formada por pelo povo negro e indígenas, tidos como incapazes de construir a modernidade e o progresso.

Maria Lúcia Rodrigues Muller elucida, que a maioria do grupo social recém liberto se dedicava a ocupações manuais, ou seja, trabalho braçal e que de forma precária buscavam se “adequar” as condutas simbólicas de homens livres como casamento oficial, o registro dos filhos, dentre outras. A realização de atividades por esses libertos deu origem a uma classe média de artesãos, e mesmo de pequenos funcionários, havia uma parcela feminina desse grupo que se voltava as ocupações econômicas que lhes trazia ganhos maiores, fazendo assim, com que seus descendentes alcançassem um nível maior de estudo e instrução. Supostamente em condições de igualdade econômica, não seria então agora teorias racistas baseadas na escravidão extinta, que limitariam os negros e ou mestiços a alcançarem voo que os colocassem como professores e escritores, por exemplo. A desigualdade no âmbito cultural iria se mostrar como “medida impeditiva” de acesso dos negros. A hierarquização ocupacional, antes de ser um reflexo de condições econômicas, era fruto do mesmo tipo de diferenciação cultural. A distinção entre um e outro grupo, uma vez que não podia ser dada a nível jurídico, passou a ser construída em termos simbólicos, visando demarcar diferenças, cita a autora.

Estereótipos de beleza, padrão aceitável socialmente são ferramentas que buscavam, e ainda hoje buscam reafirmar a “superioridade” da raça branca e a “inferioridade” das demais etnias, sobretudo dos negros, nesse contraste de representação da insuficiência dos negros, está presente a ilustração sobre a pouca “inteligência”  e a “incapacidade” para desenvolver estudos mais complexos, esse quadro representa a difusão de teorias racistas em vigor em pleno século XIX, daí é possível notar a manifestação do racismo velado que através de medidas fazia com que os libertos esbarassem em resistências e no que a autora ao citar Lima Barreto, chama de “má vontade” o que excluíam os negros de alcançar melhores profissões e prestigio social.

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