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Resenha de LOUREIRO. Isabel Maria Frederico Rodrigues. A Revolução Alemã.

Por:   •  28/6/2017  •  Resenha  •  1.333 Palavras (6 Páginas)  •  316 Visualizações

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O presente trabalho é baseado na obra de Isabel Maria Frederico Rodrigues Loureiro – Doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e professora aposentada da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – presente na coleção dirigida por Emília Viotti da Costa, doutora em História pela USP, professora aposentada da mesma instituição e da Universidade de Yale.

O processo de unificação alemã é narrado frisando o caráter agrário e autoritário do Estado que vai liderar a formação do Estado Nacional Alemão, a Prússia. A burguesia se alia à elite agrária contra os revolucionários, dando origem a um Kaiserreich industrializado, porém estruturalmente semifeudal. Cada um dos 25 Estados (Länder) da Federação conservaria ainda suas antigas constituições, podendo preservar seus reis, sendo atribuído ao o rei da Prússia o título de Imperador. Cada Estado com seu próprio sistema eleitoral a fim de eleger os Landtag. O Reichstag se constituía um Parlamento que não poderia propor leis, totalmente subordinado ao governo prussiano.

Loureiro cita Arno Mayer para fomentar a predominância das atividades rurais na Alemanha. A oeste e sul, estabeleciam-se os pequenos proprietários de terras. À leste se concentrava a população sem-terra constituída de assalariados e arrendatários da nobreza. Apesar de estar industrialmente a frente das outras nações europeias durante seu processo de modernização, é intrigante o remanescente conservadorismo alemão atrelado às suas instituições. A Igreja Católica e Luterana reacionárias a república, A predominância rural e agrária, um Reichstag subordinado ao governo prussiano, a sociedade que desenvolvia sua indústria sob uma estrutura política semifeudal que preservava os privilégios da antiga nobreza.

A autora retrocede às diversas perspectivas que se teve em relação à Revolução Alemã. Alguns contemporâneos à revolução interpretavam o movimento revolucionário do final de 1918, com as ondas de greve, manifestações e ocupações dos jornais como a derrota do bolchevismo. Se tratava da interpretação liberal-democrática da revolução, predominante na Alemanha Ocidental após a Segunda Guerra Mundial e utilizada até mesmo no contexto da Guerra Fria enquanto negação do comunismo. Nos anos 1950, a interpretação burguesa (de carga marxista) também era corrente: via a revolução de 1918-1919 como uma lição a ser aprendida do passado para nortear a oposição ao imperialismo vigente. Em fim existem ainda as teses de 1958, elaboradas pelo Partido Socialista Unificado (SED) sobre a revolução de novembro em que spartakistas-comunistas tinham uma avaliação exageradamente positiva enquanto “únicos verdadeiros revolucionários”. A perspectiva mais difundida atualmente teria seu início nos anos 1960 na Alemanha Ocidental, tendo como indagação a real periculosidade da extrema esquerda e da real possibilidade de bolchevização da Alemanha naquele contexto. A partir dessa investigação, concluiu-se que a extrema esquerda teria na verdade poucos representantes nos conselhos, que a revolução teria se desenrolado em duas fases (moderada e radical) e que o bolchevismo não estaria na ordem do dia.

Com a guerra, os problemas sociais se agravam. A população se desgasta com fome, inflação, falta de moradia, desemprego. São mobilizadas greves e revoltas a favor da paz com muita adesão dos trabalhadores. Preocupado, o império decide fazer concessões. Como precisava preencher alguns requisitos para conseguir o armistício perante os estados unidos, o império se torna uma monarquia parlamentar. Nem os Estados Unidos e muito menos a população fica satisfeita com a medida. A população das ruas clama revoltosa por ares republicanos. Nesse momento se dá a passagem pacífica de monarquia a república. O SPD é chamado para compor esse novo governo, já que seu posicionamento era de acordo com aqueles que estavam anteriormente no poder. Essa república nasce endividada, com auto comando censurando a opinião pública para que recaísse sobre ela o peso do armistício, sendo ela então a responsável pela rendição. A participação do SPD na revolução tinha como objetivo conter o movimento. Diante do apelo geral para uma união do bloco socialista, a SPD chama a USPD para compor o governo. Contudo, essa é uma aliança frágil. As divergências de objetivos ficam cada vez mais evidentes. É importante ressaltar que a própria USPD tinha suas divergências enquanto partido. De um lado, a ala mais radical, os spartaquistas, gostariam de uma recolocação aos moldes da revolução russa, pedindo todo o poder aos conselhos. Do outro, juntamente com os SPD, opunham-se a uma república de base nos conselhos. Os spartaquistas perdem essa disputa.

Após o combate no Natal de soldados da marinha com o governo começou a fase radical da Revolução, onde diversos historiadores consideram como a única fase da Revolução Alemã. No dia 5 de abril de 1919 ocorreu uma manifestação convocada pela KPD, USPD e delegados revolucionários, milhares de trabalhadores saíram a rua em apoio a tomada de poder. Posterior a manifestação é criado um Comitê Revolucionário Provisório com 52 membros que expressa assumir transitoriamente o governo.

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