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Resenha livro "Onda negra, medo branco"

Por:   •  8/11/2020  •  Resenha  •  1.375 Palavras (6 Páginas)  •  1.254 Visualizações

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Resenha do livro: Onda negra, medo branco; o negro no imaginário das elites — século XIX

Azevedo, Celia Maria Marinho de. Onda negra, medo branco; o negro no imaginário das elites — século XIX / Celia Maria Marinho de Azeredo; prefácio de Peter Eisenberg — Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

A autora do livro "Onda Negra, Medo Branco: o negro no imaginário das elites - século XX", Célia Maria Marinho de Azevedo, é graduada em jornalismo (1974) e em ciências sociais (1983), ambos pela Universidade de São Paulo; mestre em história (1985) pela Universidade Estadual de Campinas; M. Phil. (1991) e PhD em história (1993), ambos pela Columbia University, New York, Estados Unidos. É professora doutora aposentada da UNICAMP. Áreas de atuação: história do racismo e do anti-racismo; história da escravidão e do abolicionismo; história comparada; teorias da história; história da maçonaria; história moderna e contemporânea; história do Brasil; história dos Estados Unidos.

No livro em tela Azevedo (1987), trata do temor vivido pelas elites brasileiras em razão da libertação dos escravos e da preocupação estabelecida a partir disso. Assim, se volta para as discussões relacionadas com as ditas questões senhoriais pautadas por abolicionistas e imigrantistas no decorrer do longo do século dezenove. De modo sucinto, o prefácio do livro (p. 13) traz a indagação: “o que fazer com o negro?” retratando bem o que Azevedo aborda no livro em tela, que aborda um debate que já vinha sendo realizado no Brasil desde meados do século XVII. Assim, Azevedo se debruça sobre uma variedade de fontes à procura de respostas históricas a essa pergunta básica.

A obra em tela discorre sobre o medo suscitado nas elites a partir da formação do mercado livre em substituição ao escravo naquele contexto, uma vez que havia a preocupação da elite em promover uma transição segura, minimizando o máximo possível o poder de opressão que sempre teve sobre a população negra e oprimida, pela qual de certo modo temia ser arrasada.

Azevedo nos conta que no quesito mão de obra, a corrente dos imigrantistas acreditava que era preciso “importar” trabalhadores europeus, para reabilitar o povo brasileiro, já que os africanos e seus descendentes eram considerados “incapazes de interiorizar sentimentos civilizados sem que antes as virtudes étnicas dos trabalhadores brancos os impregnassem, quer por seu exemplo moralizador, quer pelos cruzamentos interraciais” (AZEVEDO, 2004, p. 53).

A esse respeito, a autora nos “a força de atração destas propostas imigrantistas foi tão grande que, em fins do século, a antiga preocupação com o destino dos ex-escravos e pobres livres foi praticamente sobrepujada pelo grande debate em torno do imigrante ideal ou do tipo racial mais adequado para purificar a ‘raça brasílica’ e engendrar por fim, a identidade nacional”.

O livro está dividido em quatro capítulos sendo o primeiro deles nomeado Em busca de um povo (Projetos emancipatórios Projetos Imigrantistas; e Projetos Abolicionistas); o segundo capítulo, por sua vez, fala sobre Os Políticos e a "Onda Negra" (A batalha contra o tráfico; O nacional livre em debate; O sentido racista do imigrantismo; O grande avanço imigrantista; e O imigrantista consolidado); no terceiro capítulo a autora nos discorre sobre O "Não Quero" dos Escravos (Crime de escravos; Revoltas, fugas e apoio popular; e A pátria em perigo! Pela união Nacional!); e, por fim, no quarto e último capítulo, nos é dado a conhecer sobre o Abolicionismo e Controle Social (A defesa da ordem; Denúncia de racismo; e Integração e cidadania).

Dessa maneira, Azevedo (1987) nos explica que o negro no imaginário das elites do séc. XIX resultava em um medo irracional por parte desta elite de que homens e mulheres negras livres pudessem destruir o país a qualquer momento. A autora nos fala também que ao longo do século o negro aparece em várias produções, de modo que alguns autores tentaram inseri-lo na sociedade brasileira, enquanto outros discordavam e remetiam a ideias de selvageria africana, de que o negro não se adequaria ao mundo civilizado e várias outras discussões.

No primeiro capítulo, “Em busca de um povo (Projetos emancipatórios Projetos Imigrantistas” a autora discorre sobre os projetos reformadores que buscavam manter a ordem social por um lado, enquanto por outro, discutiam como encontrar um destino “útil” para população negra livre ou a ser libertada. Desse modo, conhecemos um pouco mais sobre os projetos emancipacionista iniciais que pretendiam incluir no mundo do trabalho homens livres (escravos ou não, inclusive as mulheres) e, depois somos dados a saber sobre os projetos imigrantistas, que tinham por norte as teorias científicas raciais, que buscavam substituir o elemento negro livre pelo europeu, tendo em vista inclusive a purificação nacional da raça e coisas do tipo.

No segundo capítulo - Os Políticos e a "Onda Negra”, Azevedo discute os condicionamentos da vitória da opção imigrantista. A autora afirma que a imagem no negro como um homem mau, advindo do norte (p. 111), permeia o discursos de muitos

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