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Resumo Chartier

Por:   •  7/12/2015  •  Resenha  •  1.153 Palavras (5 Páginas)  •  446 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES

PRÓ-REITORIA DE ENSINO – COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH

ANA FLÁVIA GONÇALVES CRUZ

A HISTÓRIA OU LEITURA DO TEMPO

Montes Claros

2015

Ana Flávia Gonçalves Cruz

A HISTÓRIA OU LEITURA DO TEMPO

Resumo de obra a ser entregue como trabalho acadêmico do 2º período do curso de História da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES.

Professora: Ivete Batista da Silva Almeida

Montes Claros

2015

Roger Chartier, A história ou a leitura do tempo, tradução de Cristina Antunes, (Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009), 77 p.

A história ou leitura do tempo, de Roger Chartier, trata das mudanças da disciplina da história, desde o final da década de 80, apresentando um panorama da chamada historiografia nas três últimas décadas. Desde seu primeiro livro publicado no Brasil, A história cultural entre práticas e representações (1990), Chartier analisa as reflexões teórico-metodológicas da história.

Esta obra tem como objetivo discutir a suposta “crise da história” nos anos 1980 e 1990. Para tal discussão, o autor fundamenta sua análise em obras, publicadas durante a década de 70, que questionavam o estatuto de verdade da historiografia, sendo elas: Como se escreve a história (1971) de Paul Veyne, Meta-história (1973) de Hayden White e A escrita da história (1975) de Michel de Certeau.

Para Chartier, o diagnóstico da possível “crise da história” se baseou em uma questão principal. “Se a história, como disciplina de saber, partilha suas fórmulas com a escritura de imaginação, é possível continuar atribuindo a ela um regime específico de conhecimento? A ‘verdade’ que produz é diferente da que produzem o mito e a literatura?” (1999, p 12-13). Essa questão suscita um grande debate, que tem por um lado a defesa da disciplina da história enquanto e ciência e produtora de verdade. E, por outro lado, a disciplina como uma narrativa embasada métodos ficcionais. Porém, reafirma-se a capacidade de saber crítico da disciplina, apoiada em suas técnicas e operações específicas.

Chartier inclui ao debate o italiano Carlo Ginzburg, que recorre aos conceitos aristotélicos para esclarecer que retórica e prova são indissociáveis, de modo que, para o historiador, a historiografia possui uma verdade específica investigada com base nos vestígios e provas do passado. Michel de Certeau apresenta um posicionamento semelhante. Segundo ele, para dar credibilidade ao discurso histórico, faz-se necessária a presença de referências, notas, citações e fontes. Para de Certeau, o discurso é estabelecido como saber do outro e, consequentemente, historiografia trata de narração e ciência, conhecimento e relato.

As instituições e técnicas que norteiam a disciplina da história devem ser consideradas em seus contextos específicos, segundo o autor. Tendo em vista a sociologia de Pierre Bourdieu, Chartier enfatiza que existem leis, determinações do campo que ditam o que é ser historiador, e “em cada momento, a ‘instituição histórica’ se organiza segundo hierarquias e convenções que traçam as fronteiras entre os objetos históricos legítimos e os que não o são e, portanto são excluídos ou censurados” (1999, p 18). Deste modo, no fim da década de 1990 o lugar social da disciplina história entra em questão e torna-se necessário discutir como as sociedades a interpretam.

A história, enquanto disciplina, é propensa a uma perspectiva que não dissolva todo o conhecimento na historicidade, mas que também reconheça as variantes de procedimentos e as restrições que guiam toda a operação histórica.

No dias atuais, a disciplina da história não é vista como a única forma de relação com o passado, tendo em vista a existência da memória e da ficção. Chartier cita o estudo de Paul Ricoeur, que dedicou-se a analisar as diferenças entre memória e história. Para ele, a historiografia tem um comprometimento de busca da veracidade, enquanto a memória costuma ser entendida como se fosse naturalmente verdadeira. Em A memória, a história, o esquecimento, Ricoeur difere o trabalho relacionado à historiografia em três fases: o estabelecimento da prova documental, a construção da explicação, e a apresentação em forma literária. Porém, Chatier ressalva que “a epistemologia de verdade que rege a operação historiográfica e o regime de crença que governa a fidelidade da memória são irredutíveis, e nenhuma prioridade, nem superioridade pode ser dada a uma à custa da outra” (1999, p 24)  

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