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Resumo Raízes do Brasil

Por:   •  5/6/2016  •  Resenha  •  1.201 Palavras (5 Páginas)  •  809 Visualizações

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1. RESUMO DO CAPÍTULO “TRABALHO E AVENTURA”

Neste capítulo da obra “Raízes do Brasil”, Sérgio Buarque de Holanda apresenta a forma como ocorreu a colonização e exploração econômica do território português na América e as razões pelas quais esta se deu desta forma. A tese do autor é que a colonização portuguesa na América foi marcada pelo desleixo e abandono, resultado da personalidade do povo português. Para ele, existe uma dicotomia de tipos: o aventureiro e o trabalhador. O aventureiro é determinado pela busca de objetivos amplos, de conquistas grandiosas e da recompensa imediata. O ideário do trabalhador é mais restritivo, marcado pelo grande esforço e persistência, a baixa recompensa e pequenos horizontes. A colonização do “Novo Mundo” teria sido marcada pelo espírito aventureiro, em que se buscava a prosperidade com pouco custo e as riquezas fáceis.

Outra característica importante da colonização portuguesa e do espírito aventureiro é a plasticidade. Talvez devido ao desleixo provocado por esse espírito, os colonizadores facilmente se adaptaram as condições da América, copiando os costumes indígenas e de outros lugares do mundo. A criação de grandes lavouras de cana-de-açúcar se deu pela baixa industrialização da Europa, de modo que a produção de gêneros agrícolas no continente europeu fosse o suficiente para satisfazer a demanda, só faltando produtos tropicais. Esse sistema de grandes lavouras floresceu em todas as partes em que havia clima quente, nas outras prevalecendo a agricultura de subsistência. A plantação de cana já era realizada na ilha da Madeira, onde africanos eram usados como mão-de-obra, bastou-se transplantar esse sistema para as novas colônias.

A abundância de terras contribuiu para a formação de grandes latifúndios monocultores. Sua exploração marcou-se pela ação predatória, a utilização de métodos destrutivos e rudimentares, como os indígenas haviam feito até então. Essa mão-de-obra indígena não pôde ser usada nesse tipo de empreendimento devido à própria natureza desses povos de não sedentarização, não adequação à ordem e constância; e principalmente, a resistência.

Buscava-se a riqueza fácil, a pequena população do reino português impedia a emigração em larga escala de camponeses e a atividade agrícola já então era menosprezada em Portugal. Esses motivos contribuíram para a formação de uma colônia totalmente voltada para o mercado externo e a incapacidade de se instaurar uma civilização agrícola nos trópicos.

A técnica utilizada pelos colonos na agricultura era extremamente primitiva comparada com a já utilizada na Europa. Esse fato é explicado pela passividade dos colonos e, principalmente, pela diferença natural entre o ambiente americano e europeu. O próprio emprego do arado era prejudicado pela geografia e as condições do solo (excessivamente carregado de resíduos vegetais). Assim, a produção era marcada por uma certa transitoriedade, não buscava-se meios de fertilizar a terra, apenas alterava-se a localização da fazenda. Esses métodos de cultivo predatórios e de relativa facilidade influenciaram os demais colonos que vieram posteriormente. Novamente, o caráter plástico da personalidade portuguesa impôs-se, a busca de riquezas com o menor esforço foi a responsável em parte pela simples adoção dos métodos de agricultura já realizada pelos povos indígenas.

Aos portugueses, também se denota a completa ausência de orgulho racial. Já aos tempos do descobrimento, a população portuguesa poderia ser identificada como mestiça. A utilização de mão-de-obra escrava já era utilizada em larga escala na metrópole, servindo-se de negros e mouros. Dessa forma, entende-se que já havia uma relação estreita entre os portugueses e os negros escravos, relação esta que tomaria a tendência gradual ao abandono das barreiras sociais, econômicas e políticas entre dominadores e dominados. Aos indígenas, foi reconhecida a liberdade civil tutelada e inclusive estimulou-se o casamento com brancos. A personalidade dos povos “selvagens” serviu inclusive de inspiração para obras mitológicas de caráter nacional – como as de José de Alencar e Gonçalves Dias -, que associavam suas características à nobreza feudal européia.

O latifúndio e a escravidão minaram qualquer esforço no sentido de desenvolver outras atividades produtivas. A abundância de mão-de-obra escrava e a escassez de trabalhadores livres entravaram o comércio. A realização de atividades manufatureiras realizava-se pela mesma lógica de ganho fácil que reinava nos trabalhos agrícolas. Era comum o abandono da atividade por outra mais lucrativa, o que impendia a especialização dos trabalhadores e o desenvolvimento do artesanato. A nobreza utilizava a mão-de-obra escrava para realizar atividades artesanais e assim obter lucros fáceis.

Entre os portugueses que colonizaram a América também é importante

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