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Resumo livro 1808

Por:   •  20/8/2015  •  Resenha  •  1.914 Palavras (8 Páginas)  •  1.604 Visualizações

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Livro: 1808

A obra em questão apresenta a História que envolve a fuga da rainha, do principe regente e de toda a corte portuguesa para o Brasil, sob a proteção da Marinha Britânica, em 29 de novembro de 1807.

Em Portugal ainda vigorava a monarquia absoluta, não haveria como eleger outro soberano. Sem o rei, o país perdia o rumo e ficava ameaçada toda a atividade econômica, a sobrevivência das pessoas, o governo e a independência nacional.

O Trono de Portugal era ocupado pelo príncipe regente D. João, que reinava em nome de sua mãe, D. Maria - que era chamada de “a Rainha Louca”.

Em novembro de 1807, D. João foi obrigado a tomar a decisão mais grave de sua vida, onde seu adversário era o senhor absoluto da Europa, o imperador francês Napoleão Bonaparte. No entanto, o único país que não havia vencido era a Inglaterra. A Inglaterra era uma antiga aliada de Portugal, D. João relutava em ceder às exigências do imperador francês.

Em novembro de 1807, as tropas francesas marcharam em direção a Lisboa, prontas para varrer Portugal e chutar seu príncipe regente do Trono.

D. João não havia muita escolha, ou cedia a Napoleão e aderia ao bloqueio econômico, ou aceitava a oferta dos aliados ingleses, que garantiam proteger o rei e a família real, a maior parte da nobreza, seus tesouros e todo o aparato estatal na viagem para o Brasil. Diante disso, a fuga para o Brasil era uma opção evidente e bem avaliada, pois aqui haveria mais riquezas naturais, mão-de-obra, e maiores chances de defesa contra os invasores do reino.

Ao mesmo tempo em que D. João fingia aceitar o ultimato da França, negociava com a Inglaterra para que não fosse uma pura e simples submissão a interesses alheios.

D. João tinha assinado um acordo secreto com a Inglaterra pelo qual, em troca da proteção naval durante a viagem para o Rio de Janeiro, abriria os portos do Brasil ao comércio com as nações estrangeiras.

Enquanto isso, D. João enganava Napoleão, chegou a assinar a proibição de entrada de navios britânicos nos portos portugueses, a prisão e o confisco de todos os bens de cidadãos britânicos residentes em Lisboa, já que Napoleão permanecia ameaçando arruinar o império Português.

Portugal não tinha gente nem recursos para proteger, manter e desenvolver seu imenso império colonial. Dependia de escravos e sua economia baseava-se no que conseguia tirar de suas colônias. A riqueza em Portugal era resultado de dinheiro fácil, como ganhos de herança, cassinos e loterias. Muitos nobres e outros dignitários viviam de mesadas da Coroa. Outra explicação para a decadência era por ser uma das nações mais conservadoras e católicas de toda a Europa, influenciando no comportamento individual e coletivo.

Em 29 de novembro de 1807, Lisboa acordou em estado de tristeza e sombria devido ao que se desenrolava sobre as água do Rio Tejo: a partida de pessoas da nobreza, conselheiros reais e militares, juízes, médicos, advogados, comerciantes e suas famílias para viver do outro lado do mundo. Nas ruas, o povo ficou indignado com a partida, havia choro, demonstração de desespero e revolta.

Antes de partir, D. João levou cerca de 80 milhões de cruzados dos cofres do governo, o que representava metade das moedas em circulação em Portugal, além de uma quantidade de diamantes extraídos de Minas Gerais.

Diante do exposto acima, Portugal viveria os piores anos de sua história. Milhares de portugueses fugiriam do país, pareceriam de fomo ou tombariam nos campos de batalha numa sequência de confrontos que se tornaria conhecida como a Guerra Peninsular.

Durante a viagem para o Brasil, a Corte passou por diversas dificuldades. Com o excesso de passageiros e a falta de higiene, a proliferação de pragas se tornou inevitável. Também podemos destacar um fato interessante, a escala de D. João em Salvador. Há versões em que devido à ventania e as fortes tempestades, a esquadra tinha sido dispersada pelos ventos durante a noite sem que os marinheiros percebessem. No dia 22 de janeiro, após 54 dias de mar, D. João aportou em Salvador, enquanto que o restante do comboio havia chegado ao Rio de Janeiro uma semana antes, no dia 17 de janeiro.

Há historiadores os quais afirmam que D. João resolveu fazer uma escala na Bahia por motivos estratégicos. O sucesso de seus planos precisava de um Brasil unido em torno da Coroa Portuguesa, com apoio financeiro e político de todas as províncias. Salvador era um centro importante do comércio e das decisões da colônia, assim poderia assegurar apoio dos baianos e das províncias do Norte e Nordeste.

Apenas uma semana depois de portar em Salvador, D. João foi ao Senado da Câmara assinar seu mais famoso ato em território brasileiro: a carta régia de abertura dos postos ao comércio de todas as nações amigas. Ainda em Salvador, aprovou a criação a criação da primeira escola de medicina do Brasil e os estatutos da primeira companhia de seguros. Também deu licença para a criação de dois esquadrões de cavalaria e um de artilharia.

Com um território virgem, escassamente povoado, o Brasil tinha um pouco mais de 3 milhões de habitantes. De cada três brasileiros, um era escravo. A população indígena era estimada em 800 mil pessoas. A partir da chegada da corte ao Rio de Janeiro, o tráfico de escravos aumentou. Quase 2 milhões de negros cativos foram importados para trabalhar nas minas e lavouras do Brasil durante o século XVIII. A população em geral era analfabeta, pobre e carente de tudo.

Em 1808, a colônia vivia basicamente de escambo. Graças ao ouro e ao diamante que brotavam da terra, a população das cidades mineiras explodiu no século XVIII, ao passo que Vila Rica chegou a ser a maior cidade do Brasil. O contrabando dominava boa parte do comércio da colônia. Metais e pedras preciosas escoavam pelo Rio da Prata, em direção a Buenos Aires. De lá, seguiam para a Europa, em pagar impostos a Lisboa.

Na América, os escravos eram a força que cultivava as lavouras de algodão, fumo e cana de açúcar, e também a que extraia ouro e prata das minas. O pavor das rebeliões de escravos tirava o sono das famílias brancas, abastadas e bem educadas.

A colônia brasileira ganharia muito com a vinda de D. João, a começar pela sua independência. No entanto, os custos da família real portuguesa eram enormes. Era preciso alimentar e pagar as despesas de uma corte que não trabalhava nem produzia coisa alguma, acostumada com o luxo pelo qual não pagava de seu bolso. Gastavam muito acima do que tinha e podia, sempre na certeza de que o Rei lhe daria mais. Para sustentar essa situação, primeiramente os ricos e poderosos da colônia cobriam das despesas, na certeza de obter troca em troca rápidas e generosas vantagens. Posteriormente, houve o aumento indiscriminado de taxas e impostos, sem benefícios para o povo.

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