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SONHEI QUE ESTAVA NO PARAISO AO LADO DO SENHOR

Por:   •  27/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.029 Palavras (5 Páginas)  •  176 Visualizações

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SONHEI QUE ESTAVA NO PARAISO AO LADO DO SENHOR[1] 

José Henrique da Silva[2]

Aquela manhã estava bela. Era 18 de maio de 2018, acho eu. Não tenho tanta certeza por que as datas não estavam sendo considerados durante os três dias em que estive naquela cidade. E que cidade! Fui visitar um primo que habita em Amarante no Piauí. Rodrigo como é chamado. Chamou-me a atenção o fato da beleza impar daquele lugar. Beleza esta nunca antes presenciada por esses olhos que a terra futuramente há de comer.

Andei em lugares muito lindos, como por exemplo, o Parque, e a fabrica Lira, cartão postal daquela pacata cidade. Lugar perigoso, que o diga aqueles que foram esporados por aquelas bravas abelhas. Visitei lugares históricos, palco de alguns filmes. Raízes do sertão que o diga, oh querida Dandinha!

Nas andanças realizadas durante minha estada na cidade pude presenciar um fato bastante curioso. Todas as tardes. Quase noites. Avistava-se um senhor no alto de um morro. Minha distância em relação a ele era separada por uma longa escadaria. Em um belo dia tomei coragem de subir ao seu encontro. Arrependi-me de ter feito aquilo! Chegando ao topo quase morro com o coração palpitando intensamente! Enquanto me recompunha do sufoco, o senhor olhava meio que desconfiado para o lado esquerdo em que eu estava.

Após tomar fôlego me aproximei do senhor, meio que com receio, e perguntei-lhe:

- Senhor, podes informar o seu nome?

- O senhor então respondeu: Me chamo Da Costa e Silva. Perguntando em seguida: - E você garoto, como se chama?

- Eu então disse: José Henrique da Silva.

Parei um pouco. Pensei na possibilidade de um parentesco entre mim e o informante, porém não me inventei de falar sobre aquilo.

- Então o questionei: Vejo que todo fim de tarde o senhor se põe a ficar aqui em cima, parado, observando. Fiquei curioso com isso. Poderia me explicar o motivo?

- O senhor, com um riso bem simples, demonstrando felicidade, responde: Garoto sente-se ao meu lado. Olhe pro horizonte. Consegue enxergar as maravilhas que daqui do alto são perceptíveis?

- Olha garoto é daqui de cima, olhando para esta paisagem maravilhosa, que consigo escrever belas poesias como esta, veja:

Eu sou tal qual o Parnaíba: existe
Dentro em meu ser uma tristeza inata,
Igual, talvez, à que no rio assiste
Ao refletir as árvores, na mata…

O seu destino em retratar consiste;
Porém o rio todo que retrata,
Alegre que era, vai tornando triste
No fluído espelho móvel de ouro e prata…

Parece até que o rio tem saudade
Como eu, que também sou dessa maneira,
Saudoso e triste em plena mocidade.
Dá-se em mim o fenômeno sombrio
Da refração das árvores da beira
Na superfície trêmula do rio…

Da Costa e Silva em, “Pandora”. 1919.

Foi aí que me dei conta de quantas coisas aquela visão de cima poderiam deixar uma pessoa em estado de estase, que foi o que senti ao presenciar tamanha beleza.

O senhor então fala: Consegue mirar o Rio Parnaíba? Podes perceber o correr das águas? Vê as maravilhas da cidade ao seu redor, como se o mesmo banhasse as construções de pedra?

Foi ai que me veio à mente o trabalho do autor Alcebíades Costa Filho. De cima pude enxergar, ao me basear na sua escrita, a importância do rio para o desenvolvimento daquela cidade nordestina. A utilização dele como meio para o cambio das relações comerciais era a principal investida observada. Eu pude imaginar as descidas e subidas dos barcos trazendo mercadorias para o sustento daquela população. Fiquei até emocionado!

Ao olhar para o lado direito, em meio às casas, pude observar os muros baixos de um cercado. Era o cemitério da cidade. No momento parecia estar havendo a visita de um falecido, já que muitas pessoas estavam em volta do túmulo. Naquele momento lembre-me de Elane e Elene da Costa Oliveira, ao falar sobre A sensibilidade de devotos católicos diante da morte no Piauí oitocentista no século XIX, destacando a importância dada por essas pessoas ao se prepararem para a morte, a necessidade que elas vinham em preparar seus fúnebres, a escolha da mortalha, o local, tudo muito importante. Ou seja, toda uma ritualística cujo fim era prepara-se para uma boa morte.

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