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Sociedade Industrial e Transição Para a Sociedade Pós-industrial

Por:   •  7/12/2018  •  Resenha  •  962 Palavras (4 Páginas)  •  258 Visualizações

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Precedida de uma sociedade rural, onde aquele que detinha a maior porção de terras detinha também um poder diretamente proporcional à suas posses, uma nova fase extremamente importante para a história dos homens surge, a Revolução industrial, que também trouxe consigo uma novidade para a organização da sociedade, a sociedade industrial e apesar de ter sido ela uma das mais curtas fases pelas quais a humanidade passou, pode-se dizer que ela tenha sido a mais revolucionária para toda a história. Com a Revolução Industrial, devido ao grande avanço tecnológico – a criação da pólvora, o avanço da ciência como um todo, a criação da imprensa – a sociedade humana deu um enorme passo rumo a se distanciar cada vez mais da sociedade rural, otimizando sua produção e os meios de trabalho, produzindo em larga escala e consequentemente expandindo seus mercados e redes de conexão e comércio.

Além de todas as inovações trazidas nesse período, como a nova organização de produção, a manufatura, também houve uma inovação na organização de toda a sociedade industrial, especialmente a urbana, onde surge a divisão da sociedade em classes muito bem definidas, com uma classe trabalhadora cada vez mais alijada da necessidade de raciocínio para a realização de suas tarefas cotidianas e consequentemente cada vez mais mecanizada, moldada para exercer apenas sua função, fazendo com que o trabalhador tornasse-se cada vez mais alienado do produto final da sua força de trabalho, tudo isso consequência principalmente de uma novidade, a divisão do trabalho. Enquanto a Revolução Industrial dava paulatinamente uma importância e espaço maior para o desenvolvimento tecnológico, o trabalhador por sua vez perdia gradativamente sua capacidade e qualidade intelectual, trocando isso pelo aprendizado e prática de um só ofício.

As consequências sociais presentes nessa nova organização estão presentes em diversas obras de relevantes autores, como Karl Marx em “Trabalho estranhado e propriedade privada”, onde o autor explica todo o quadro onde o trabalhador tem sua força de trabalho transformada em mercadoria e por fim não encara o produto como fruto de seu trabalho e esforço. Também caracteriza esse período Adam Smith, por exemplo em “A Riqueza das Nações”, onde descreve todas as características da divisão do trabalho e seus benefícios e importância para o desenvolvimento do capitalismo. Alguns dos pontos levantados que inclusive prejudicavam o avanço da indústria são a acumulação do capital cada vez mais concentrada nos mais ricos, causando progressivamente uma pobreza ainda mais acentuada, consequência da opressão e exploração do proletariado, somada à limitação e dependência crescente do trabalhador para/com seu patrão. Outra característica que foi adicionada ao trabalhador nesse período foi sua mão de obra como uma mercadoria, essa que se tornou mais desvalorizada do que o próprio produto que produzia na indústria, como podemos ver em Marx

O trabalhador se torna tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais sua produção aumenta em poder e extensão. O trabalhador se torna uma mercadoria tão mais barata quanto mais mercadorias cria. Com valorização do mundo das coisas (Sachenwelt) aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo dos homens (Menschenwelt). O trabalho não produz somente mercadoria, ele produz a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e isto na medida em que produz, de fato, mercadorias em geral.

Ao elencar os elementos que fazem a sociedade industrial se diferir da sociedade rural anterior é essencial citar a divisão social do trabalho, essa que Adam Smith não vê como um fenômeno artificial, criado devido ao homem, mas sim devido a um efeito natural, decorrente das próprias necessidades humanas

Essa divisão do trabalho, da qual derivam tantas vantagens, não é, em sua origem, o efeito de uma sabedoria humana qualquer, que preveria e visaria esta riqueza geral à qual dá origem. Ela é a consequência necessária, embora muito lenta e gradual, de uma certa tendência ou propensão existente na natureza humana que não tem em vista essa utilidade extensa, ou seja: a propensão a intercambiar, permutar ou trocar uma coisa pela outra.

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