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A CIDADE FEITA À MÃO

Por:   •  19/10/2018  •  Resenha  •  999 Palavras (4 Páginas)  •  244 Visualizações

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A CIDADE FEITA À MÃO

ROSÁRIO. Daniely Meireles do. Cidade feita a mão:  percepção e tradução na constituição de uma poética visual. Belém: Revista Tucunduba, 2012.

Maria José Borges da silva

Doutoranda em Artes (UFMG/2016). Mestre em Artes (UFPA/2012). Especialista em Semiótica e Artes Visuais (UFPA/2005). Licenciatura Plena em Educação Artística – Artes Plásticas (UFPA/2002). Tem experiência na área de Artes, Educação e Filosofia da Arte, com pesquisa e produção voltadas para as Artes Visuais, Percepção, Teoria da Imagem e Cultura Visual. É professora de Artes Visuais na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará, além de atuar como docente do curso de Graduação em Artes Visuais, no Plano Nacional de Formação de Professores da educação Básica (PARFOR). É membro da associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (2014) e da Federação dos Arte/Educadores do Brasil (2014).

        

        A partir do texto a cidade feita à mão, percebe-se o ponto de vista e a observação da autora acerca da cidade de Belém dos anos 2000. Ela relata os principais objetos de sua estimação que são eles uma bússola, uma ampulheta, uma lupa e um olho de vidro. Esses objetos são definidos de acordo com o que seriam usados. A bússola seria usada numa tentativa de orientação, porque as cores moviam a autora para lugares diferentes, onde os números e os cálculos não modelavam novos caminhos. A ampulheta por sua vez tentava segurar o tempo com grãos de areias visíveis, contudo o tempo não se movimenta pela contagem dos pontos que caem. A lupa ajuda o olho com sua lente vermelha. O vermelho representa a temperatura da contemporaneidade, do calor, da complexidade, da mistura, do movimento e daquele discurso inflamado que insiste em defender a beleza. Já o olho capita e a lupa amplia. Nessa visão o vermelho não estava somente na paisagem, estava nos corpos, na concretude.

Pertencia a um corpo que chama cidade, que se mostra e a entrada não é necessária. Essa pesquisa foi formada a partir do vício de perceber a cidade por meio dos vários pedaços recolhidos. O tom narrativo deste trabalho está em primeira pessoa, sendo que retrata uma cidade que é matéria e que está numa relação direta com o corpo e se faz parte dele através de sua imagem e sua concretude, ou seja, uma cidade-corpo.

A cidade é vista como aquela que engloba muitas partes mutáveis, pois tem a necessidade de criar espaços e nesses espaços determinar seus lugares. Isso faz com que sua pele seja coberta por várias substâncias que interagem entre si formando provocações. Esses lugares são construídos pelo homem de acordo com seus desejos, sendo movidos pela interação com o espaço e o tempo.

Se observa a partir de então, que desde ano dois mil a autora passou a adotar a cidade de Belém afim de construir seus trabalhos de poéticas visuais, tudo o que ela via era guardado, tudo era novidade, e isso lhe causara ansiedade.

A autora tinha um olhar cuidadoso, curioso, artístico, era um misto de vontade e fome, tinha o desejo de abrir portas até então desconhecidas e adentrar objeto, descobrir recortes, testemunhar pormenores. Tudo isso era manifestado em letras, desenhos, pinturas, cores, suportes, tecidos que compunham a pele e a matéria urbana. Tanto a pele quanto a matéria eram cobertas por uma dualidade que se explicava somente na experiência, onde elas se misturavam numa única coisa, o objeto, e no mesmo espaço, a cidade.

Na visão da autora, a sensação que se tinha da cidade e do seu tecido físico, era que ela sempre estava disponível tanto para os visitantes quanto para os habitantes, ou seja, a matéria se constituía daquilo que colhemos ou resgatamos do cotidiano, assim sendo, a matéria é imagem. Isto é, a garantia de que sua pele é composta por vários microrganismos que completam diariamente o alicerce visual daquilo que percebemos.

A autora também faz referência à mistura de cores e formas, ao caos visual, a passagem efêmera do tempo, os diversos barulhos, as propagandas, o cheiro, as pessoas sentiam tudo isso. Para ela a matéria era vista como um germe da cidade contemporânea, onde a forma e a solidez estavam representadas na estrutura de tudo aquilo que era perceptível.

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