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A Estética Parnasiana

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Por:   •  23/9/2014  •  1.186 Palavras (5 Páginas)  •  519 Visualizações

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A estética Parnasiana

Caracterizada pela expressão “arte pela arte”, nosso conhecimento acerca das particularidades inerentes à arte literária nos revela que o “meio” externo também se tornou um fator que muito incidiu sobre o poder criador de todos os representantes de nossas letras. Fato é que tal exteriorização está intrinsecamente relacionada ao meio social como um todo, e esse, por sua vez, muito influenciou as correntes ideológicas de todos os tempos.

As figuras artísticas da era parnasiana não se deixaram abater por causas externas. Uma vez pautadas sob uma ótica puramente neutra de capturar a realidade, cultuavam a poesia voltada para si mesma. Em meio a esse ínterim, instaurava-se todo um jogo de antissentimentalismo e, consequentemente, antirromantismo, pois pregavam o ideal de que tais peculiaridades acabam por comprometer a capacidade imaginativa, o profissionalismo poético do artista.

A poesia parnasiana esteve arraigada por um rigor técnico. Foi justamente esse o traço marcante das representações artísticas parnasianas, pois o poeta se revela como um ser frio e indiferente às emoções. Assim sendo, a objetividade, o tecnicismo e a imparcialidade ocupam lugar de destaque.

O Parnasianismo, esteticamente dizendo, foi uma retomada aos moldes ligados à Antiguidade Clássica, tendo como principais precursores: ThéophileGautier, Stéphane Mallarmé e Paul Verlaine.

A estética Primeira Geração Modernista

Nascida da Semana de Arte Moderna de 22 e de seus antecedentes estéticos e ideológicos, a primeira geração de escritores modernistas corresponde fundamentalmente ao grupo protagonista desses eventos. Foi meta privilegiada sua a elaboração e execução de um projeto estético de arte brasileira, com “brasilidade”. A essa primeira geração, também, convencionalmente, denominada “heroica”, coube, portanto, estabelecer os novos paradigmas de arte. Assim, a missão a que seus autores se propunham era solapar os pilares da arte acadêmica tradicional “importada” da Europa ao longo dos anos, numa postura carregada de iconoclastia e que se pretendia fundante da verdadeira arte brasileira. Assim, é central à literatura modernista dessa geração a proposição de uma estética poética que transgrida, em forma e conteúdo, os limites das, até então, escolas tradicionais. É relevante no modernismo a instituição do simples, do prosaico, do cotidiano na temática literária, mesmo que trazendo consigo reflexões, de fundo, complexas.

Os Sapos

Manuel Bandeira, 1918

Enfunando os papos,

Saem da penumbra,

Aos pulos, os sapos.

A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,

Berra o sapo-boi:

- "Meu pai foi à guerra!"

- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,

Parnasiano aguado,

Diz: - "Meu cancioneiro

É bem martelado.

Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.

O meu verso é bom

Frumento sem joio.

Faço rimas com

Consoantes de apoio.

Vai por cinquüenta anos

Que lhes dei a norma:

Reduzi sem danos

A fôrmas a forma.

Clame a saparia

Em críticas céticas:

Não há mais poesia,

Mas há artes poéticas..." Urra o sapo-boi:

- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"

- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

Brada em um assomo

O sapo-tanoeiro:

- A grande arte é como

Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.

Tudo quanto é belo,

Tudo quanto é vário,

Canta no martelo".

Outros, sapos-pipas

(Um mal em si cabe),

Falam pelas tripas,

- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".

Longe dessa grita,

Lá onde mais densa

A noite infinita

Veste a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo,

Sem glória, sem fé,

No perau profundo

E solitário, é

Que soluças tu,

Transido de frio,

Sapo-cururu

Da beira do rio..

PROFISSÃO DE FÉ

Olavo Bilac

Não quero o Zeus Capitolino

Hercúleo e belo,

Talhar no mármore divino

Com o camartelo.

Que outro - não eu! - a pedra corte

Para, brutal,

Erguer de Atene

...

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