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A Fonética e fonologia do Português

Por:   •  24/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.283 Palavras (10 Páginas)  •  249 Visualizações

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Introdução: Fonética e fonologia do Português

Freqüentemente fazemos reflexões a respeito da língua que falamos, comparando diferenças causadas pelo sotaque, que ocorre devido aos contrastes referente ao espeço geográfico; pelo gênero, que determina, em uma língua, algumas diferenças de léxico e articulação das palavras se o falante for do sexo masculino ou se do sexo feminino; de tempo, devido a palavras, expressões e articulações que, com o tempo, surgem e que caem em desuso. Também é comum vulgarmente compararmos a língua que falamos com outras línguas, porém, houve a necessidade de se criar um estudo sistematizado sobre essas análises que corriqueiramente fazemos sobre a(s) língua(s). Ao ramo da ciência que investiga os fenômenos da linguagem, chamamos lingüística.

        A lingüística tem a língua e a fala como objetos de estudo, sendo língua um sistema de comunicação comum compartilhado por uma comunidade lingüística. O português, por exemplo, é uma língua compartilhada por diversos povos, porém, ao que causa a percepção da diferenciação do português falado aqui no Brasil para o português falado em Portugal, denominamos fala. Sendo assim, para a língua temos uma comunidade lingüística que compartilha o mesmo idioma, já para a fala temos as comunidades de fala.

        Na língua, encontramos variantes, aquelas que marcam as diferenças na fala quando comparamos distintos grupos de falantes. No Brasil, muitas dessas variantes ocorrem devido à relação que os nativos mantiveram com outras línguas devido à colonização, contanto com escravos, relações comerciais com outros povos, fronteiras com outros países entre outros fatores. Na maioria das línguas podemos ainda perceber contrastes causados pelas variantes etárias, sabendo que o léxico utilizado por pessoas jovens não será o mesmo utilizado pelos seus avós. A pronúncia das palavras também varia de acordo com a idade, como exemplo temos o “r” final do infinitivo, que costuma ser pronunciado por pessoas idosas e omitido na fala de pessoas mais jovens. Podemos citar também as variantes de sexo. No Brasil, o uso de diminuitivos e superlativos, como “gracinha”, “lindíssimo” e “chiquérrimo” costuma ser mais utilizados pelas mulheres que pelos homens.

        Algumas variantes podem acabar por serem discriminadas e outras prestigiadas pelos falantes de uma determinada língua. Teremos então os termos: variantes de prestígio e variantes estigmatizadas, o que corrobora para o surgimento das chamadas variantes padrão e variantes não padrão. Muitas das vezes o que determina uma variante padrão é a classe social e a relevância intelectual que a mesma ocupa em uma determinada comunidade, quando seus falantes possuem maior influência no meio social.

        Ainda que o alto nível de educação formal dos falantes contribua para que se consolide uma variante formal, não necessariamente essa variação atenderá aos padrões previstos pela gramática tradicional, nem deve, por isso, ser entendida como correta. Compreendemos que mesmo havendo variantes de prestígio, não podemos determinar que haja uma variante melhor ou pior em uma língua, há pois, variantes que podem ser definidas como formais e informais.

        As variantes formais e variantes informais são estilísticas, que dependem da ocasião e do contexto para serem utilizadas. Em uma conversa cotidiana com um amigo, utilizamos uma variante informal, que, certamente, não utilizaríamos em uma entrevista de emprego. Essas variantes podem ser ilustradas como diferentes vestimentas que, pelo bom senso, nossa intuição nos levará a escolher de acordo com a situação a ser considerada. Outro exemplo que podemos citar é o caso do uso de verbos no futuro (futuro simples) em linguagem formal, como é muito recorrente na linguagem textual e em discursos políticos, mas é substituído pela locução verbal (futuro composto) em conversas orais. A construção “vou ler um livro nas próximas férias” é muito mais comum que “lerei um livro nas próximas férias”, quando a primeira é vista, pelos brasileiros, como uma opção que causa menos estranhamento que a segunda quando expressas oralmente, já a segunda construção pode se aplicar perfeitamente à linguagem escrita, o que já não é o caso dos portugueses, para quem a primeira construção é perfeitamente comum e recorrente no contexto oral, sem causar qualquer estranhamento.

        O autor português Fernando Pessoa, em um de seus textos que vieram a ser publicados, após sua morte, na obra Livro do Desassossego, escreve: “Minha pátria é a língua portuguesa.”. Podemos limitar essa visão dizendo que a linguagem, por levar seus praticantes a partilharem princípios sociais, constitui uma identidade regional de uma comunidade de fala. A partilha de princípios e linguagem compõe os bens de uma comunidade, a prevalência da linguagem não é imposta por nenhuma regra, porém, seus princípios são compartilhados pela comunidade. A língua e a fala são aquisições valiosas na vida de um indivíduo,o individuo ascompartilha com determinados grupos, o que constrói sua identidade dentro de um meio social, porém, cada indivíduo possui o seu próprio dialeto, a aquisição que constrói sua identidade individual, ao qual chamamos idioleto.

        Definimos então que a fala supõe singularidades na língua, que ocorrem devido a condições sociais, espaciais, geográficas, temporais e históricas, tais como: região geográfica, faixa etária, gênero (masculino, feminino, neutro), estilo (formal, não formal), grau de instrução e classe social.

No estudo da linguística, faz-se necessário que estudemos áreas distintas como a fonética e a fonologia. Essas áreas de investigação são fundamentais para a análise linguística, uma vez que sistematizam um estudo detalhado sobre aspectos linguísticos como o som e o significado das palavras.

A fonética estuda os sons analisando os aspectos físicos e a articulação. Descreve os sons através de um complexo acervo de símbolos e busca explica-lo, basicamente, por meio dos processos esboçados pelo aparelho fonador até a chegada do som ao ouvido. A fonologia estuda as particularidades fônicas que diferenciam o significado de diferentes palavras (bata, cata, mata, etc.).

O estudo da linguística faz-se sumamente relevante quando observamos a linguagem como mecanismo fundamental para o desenvolvimento da humanidade e do indivíduo em sociedade. Uma vez que a comunicação desempenha um papel tão crucial nas nossas vidas, buscar compreendê-la garante que seus valores não se percam e que continue nos proporcionando cada vez mais benefícios. É importante ressaltar que a linguagem desempenhou um papel decisivo no processo evolutivo da raça humana e, sem ela, em pouco ou em nada nos diferenciaríamos das demais espécies que habitam o nosso planeta.

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