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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

Por:   •  28/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  6.162 Palavras (25 Páginas)  •  146 Visualizações

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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESEMPENHO ESCOLAR DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL[pic 4]

THE IMPORTANCE OF READING TO THE STUDENT’S PERFORMANCE IN FUNDAMENTAL EDUCATION

José Ferreira SIMÕES1 Beatrice Laura CARNIELLI2

RESUMO

Este artigo condensa os principais resultados de uma pesquisa sobre o hábito de leitura dos alunos da 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental. Inicialmente, discute a leitura na visão da sociologia da leitura, do enfoque sociointeracionista e do método de Análise de Discurso. Focaliza divergências entre a leitura teorizada e a praticada na escola. Apresenta uma categorização de alunos leitores segundo os índices de leitura nas 4ªs e 8ªs séries. Demonstra a correlação entre os índices de leitura e o desempenho acadêmico, tomando por base os dados de Língua Portuguesa em correlação com outras disciplinas. Os cruzamentos desses dados asseveram que há forte correlação entre a prática da leitura e o desempenho escolar e, também, estabelecem perfis característicos segundo os “gostos” ou “hábitos” de leitura e os produtos finais decorrentes dos processos leitura-desempenho acadêmico que, em tese, devem ser interativos.

Palavras-chave: Análise de Discurso, Sociologia da Leitura, Educação Fundamental.

ABSTRACT

This article summarizes the main results of a research on the reading habits of the students in the 4th and 8th school years from Fundamental Education. Firstly, it discusses reading from the Reading Sociology perspective, considering the socio-interactionism and the method of discourse analysis. It also focuses on the opposition between the theoretical reading and the one practiced at school. Besides, it presents a categorization of the students in the 4th and 8th school years according to the respective reading rates. Finally, it shows the correlation between the reading rates and the students´

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(1) Mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasília. Professor do Curso de Letras, da Universidade Católica de Brasília. e-mail: jsimoes1@terra.com.br

(2) Doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora do Curso de Mestrado em Educação, da. Universidade Católica de Brasília. e-mail: beatrice@pos.ucb.br


performance, considering the available data of Portuguese Language in connection with other subjects. The interpretation of the data suggests typical profiles according to the reading habits and also the final products obtained from the reading/school performance processes, which should be interactive.

Key words: Discourse Analysis, Reading Sociology, Fundamental Education

Introdução

O interesse pelo papel da leitura no desempenho acadêmico foi suscitado pela constatação da difusão entre os educadores de “pseudoverdades”, as quais serviram para que se formulassem questões a investigar. Por exemplo, há uma assertiva comum entre os docentes existir, por parte dos alunos, certa resistência em praticarem a leitura, quer por dever escolar, quer por espontânea atividade cultural ou por lazer. A desculpa comum é que: “dá sono; é chato; num tá com nada; é ruim; careta...” Essas opiniões pouco esclarecem as realidades contextuais inerentes ao ato de ler. Por conseguinte, seria legítimo a qualquer observador, até mesmo desatento, questioná-las. “Ora, por que ler é chato? Por que ler dá sono? Por que ler não está com nada? Por que ler é careta?”

Essas posturas são fundamentadas em histórias de fracassos. “Essa história de fracassos, muito rapidamente, leva a certas conclusões como: não gosto de ler, leitura não é para mim, ou eu não preciso ler. Ninguém tem coragem de dizer que não sabe ler” (PERINI, 1995, p.110).

Um slogan veiculado por uma revista brasileira dizia que “você é o que você lê”. Isso remete às teorias pedagógicas, em que as primeiras análises do processo cognitivo eram fundamentadas no “inatismo” e, a partir das análises de Piaget, verifica-se que esse processo é de cunho interacionista. Ou seja, gradati- vamente, o sujeito constrói o desenvolvimento da inteligência e do aprendizado, explicados especialmente nas abordagens psicogenéticas, em que fica evidenciado o papel do individual, mas, sobre ele, prevalece o social.


Há consenso acadêmico e leigo de que há falhas na condução do processo de ensino- aprendizagem. O problema central, reconhecida- mente, é que a escola não vem sendo eficiente nem eficaz nessas questões; tanto no âmbito especificamente cognitivo, quanto na contextuali- zação da leitura como processo de socialização.

Pensemos na leitura como instrumento norteador e mediador da construção do pensamento. Pensar não é apenas uma atividade intelectual, filosófica, é um fenômeno construído ao longo da existência do sujeito que busca desvendar a si e ao mundo. A escola, com todo o seu conjunto de atividades, há que, no contexto das leituras, desenvolver no educando a capacidadedepensar, talvezseguindooraciocínio de Descartes: “Penso, logo existo”. Seguindo esta lógica, há sérias críticas à eficácia da escola, com afirmações categóricas dizendo que ela não oportuniza ao educando exercitar o pensar.

Um texto, verbal ou não, é um componente da vida e, pelo seu dinamismo, não pode ficar apenas no nível da compreensão meramente referencial. A leitura do óbvio é necessária à informação, mas a leitura das “entrelinhas”, do discurso do “não dito” (ORLANDI:1988), permeia além da informação, a formação do senso crítico, a perspicácia, indispensáveis à formação do cidadão.

Se o primeiro pressuposto da leitura é a produção de sentidos, deve-se ir além e apreciar a obra do ponto de vista estético. Leitura é também arte, é criação, é liberação de visões e versões, é convivência com a beleza. Faz-se necessário que se ensine ao aluno não só a “ler”, mas a gostar da leitura e a descobrir os prazeres e alegrias que ela lhe poderá proporcionar. Seria

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