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A Licenciatura em Letras em Português e Inglês

Por:   •  5/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.849 Palavras (8 Páginas)  •  165 Visualizações

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Universidade Tecnológica Federal Do Paraná – UTFPR – Campus Pato Branco

Aluno: Henrique Pereira Andolfato                    

Curso: Licenciatura em Letras em português e Inglês               Período: 1º

Disciplina: História Da Educação                    Prof.: Aruanã Antônio Dos Passos

Data: 03/05/2021

Atividade Semana III

  1.       Nesse texto a autora faz uma reflexão crítica sobre a crise educacional existente em vários países.  Com a crise acontecem muitas faltas de oportunidades, com ela descobrimos questões escondidas e temos a possibilidade de descobrir qual a verdadeira razão do problema, na educação, é a natalidade de seres humanos nascerem no mundo. Mesmo que a crise na educação prejudique todo o mundo, é fato que na América ela aconteça de forma mais intensa, pois a educação, realiza um papel diferente na América, sua natureza política é mais importante do que em outros países de forma incompatível. Podemos estudar que papel a imigração acaba desenvolvendo na consciência e na estrutura política do país. Esses imigrantes acabam garantindo uma nova ordem.  Onde essa nova ordem, está nos levando a continuar pensando sobre a questão de banirmos a pobreza e a opressão num quadro onde estabeleceu-se com o mundo exterior o bom acolhimento dado a todos os pobres e oprimidos da Terra.  Hannah Arendt acreditava que só é possível dar um significado ao mundo, na medida em que os homens tomarem consciência de que o mundo, este mundo no qual vivemos, é resultado de artefatos humanos que trazem em seu bojo individualidades, que somadas formam um constructo coletivo. Nas reflexões de Arendt, é possível afirmar que a educação contemporânea estaria colocando todas as regras do juízo humano normal à parte, causando assim um deterioramento deste mesmo juízo. Este juízo em processo de corrupção, para Hannah Arendt, seria o próprio senso comum, por meio do qual os cinco sentidos individuais estão adaptados a um único mundo comum a todos nós e com a ajuda do qual (do senso comum ou juízo humano) nele (mundo) nos movemos.

[...] o fato importante é que, por causa de determinadas teorias, boas ou más, todas as regras do juízo humano normal foram postas de parte. Um procedimento como esse possui sempre grande e perniciosa importância, sobretudo em um país que confia em tão larga escala no bom senso em sua vida política. Sempre que, em questões políticas, o são juízo humano fracassa ou renuncia à tentativa de fornecer respostas, nos deparamos com uma crise; pois essa espécie de juízo é, na realidade, aquele senso comum em virtude do qual nós e nossos cinco sentidos individuais estão adaptados a um único mundo comum a todos nós, e com a ajuda do qual nele nos movemos. O desaparecimento do senso comum nos dias atuais é o sinal mais seguro da crise atual. Em toda crise, é destruída uma parte do mundo, alguma coisa comum a todos nós. A falência do bom senso aponta [...] o lugar em que ocorreu esse desmoronamento. (ARENDT, 2007, p. 227).

Arendt aponta para a perigosa perda da autoridade em nome da liberdade. Segundo ela, ter autoridade não é sustentar uma postura totalitária. Num cenário de pós-guerra, no qual regimes de exceção como o nazi-fascismo que se estabeleceu na Alemanha e na Itália, e o socialismo stalinista, na União Soviética, podem ter levado a filósofa alemã a ponderar que, a contrapartida ocidental, ou seja, a democracia excessivamente permissiva que estava a surgir não seria a resposta adequada para as questões sociais prementes que surgiam, em especial aquelas relacionadas a educação das crianças. Para Arendt, essa ambiguidade da perda da autoridade não pode existir na educação e, nem tampouco, na criação familiar. As crianças não devem recusar a autoridade docente ou paterna/materna como se estivessem sendo oprimidas pelos adultos.

A segunda crítica importante destacada no texto “A crise da educação” está associada a própria pedagogia e seus métodos, processos e linhas de ação e pensamento. Segundo Arendt, quando ocorre na educação a desvalorização do ensino específico e focado em áreas do conhecimento, dando-se maior ênfase a um saber mais aberto, amplo e geral, tal enfoque retira a autoridade docente. Arendt alega que a formação e a autoridade do professor acabam sendo prejudicadas e enfraquecidas perante os alunos pela falta de um domínio mais efetivo sobre sua área de atividade causado por este deslocamento quanto aos assuntos e temáticas a serem ensinados. De acordo com esta linha de pensamento, a generalização dos saberes sufoca o conhecimento particular e não permite a compreensão mais aprofundada daquilo que se ensina, criando-se um saber mais difuso, fraco e que, como repercussão, tende a formar as crianças sem a necessária base. Ao considerar a crise da educação, Arendt nos faz pensar que está não apenas se encontra exposta aos ataques avassaladores do tecnicismo utilitarista, mas decorre diretamente do desfalecimento da esfera pública, culminando na vitória do labor e do trabalho. Atrelada a perda de sentido do espaço público encontra-se também o desvirtuamento dos conceitos de “autoridade”, “liberdade”, “tradição” que, para o   mundo grego, eram sinônimos de responsabilidade e cuidado para com os valores históricos do homem. A atual crise desferida sobre a educação pode se fazer sentir pelo comportamento de muitos jovens que se recusam a manter com as gerações passadas um vínculo de conservação das tradições, de maneira especial o respeito à autoridade, entendida aqui não como agente de coerção, mas como referência dos valores éticos e morais de uma sociedade. O educador cumpre com uma dupla responsabilidade: proteger o mundo daquele que é novo, a fim de preservá-lo da ruína, e inserir a criança paulatinamente no velho mundo do qual é herdeira, sem abandoná-la a si própria, onde ela poderá assumir sua condição de novidade e renovar o mundo, exercendo com responsabilidade a sua liberdade.

[...] A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos as nossas crianças o bastante para não expulsá-las do nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tão pouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disso com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum. (ARENDT, 2007, p.247).

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