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ANTONIO CANDIDO - LITERATURA COMPARADA

Por:   •  22/9/2021  •  Resenha  •  610 Palavras (3 Páginas)  •  241 Visualizações

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CANDIDO, Antonio. Literatura comparada. Recortes. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. P. 211-215

                                                                                                                Mariza Prado

                        Candido já afirmava há mais de quarenta anos que “estudar a literatura brasileira é estudar literatura comparada” a melhor crítica fez jus ao lema elaborado por ele. E fizeram de tal modo que é difícil separar os estudos de literatura brasileira da literatura comparada. Ao se basear nos modelos europeus, como a literatura portuguesa,  para se avaliar a produção interna, local, a crítica brasileira já desempenhava literatura comparada, apesar da disciplina não ser formalmente institucionalizada no Brasil, e o intelectual vai adiante, mostrando exemplos que comprovam “a existência de uma vocação comparatista espontânea e informal, como algo coextensivo à própria atividade crítica no Brasil” (1993, p. 213).

                   Ainda que as considerações de Candido refiram-se ao trabalho de críticos que o antecederam ou aos seus contemporâneos, é indiscutível a visão comparatista na obra do escritor, não apenas porque o autor recorre para uma abordagem interdisciplinar, mas também porque reavalia tradicionais conceitos e propõe outros, mais adequados à sua proposta, colaborando para a reflexão teórica que fundamenta a literatura comparada. Apesar da literatura brasileira ser galho secundário da portuguesa, uma Musa pobre nos jardins das Musas, é ela que nos representa.  Com esta frase, Antonio Candido iniciou uma verdadeira revolução da forma de analisar a literatura nacional e inovou ao propor a literatura como expressão cultural mais complexa, destacando sua natureza contextual. As obras produzidas em português brasileiro retratam um jeito nacional de levar a vida e observar o mundo.  

Ele comenta sobre a epígrafe, um recurso bastante empregado na época, e que usamos até hoje, é uma herança romântica, considerada como uma porta de entrada de referência e de reverência do Outro, do Precursor, ele destaca que essa forma citacional reforça sempre quem veio antes, quem veio depois.  A literatura brasileira seguia o modelo europeu, uma dependência cultural, mas esse sentimento de inferioridade já foi superado, haja vista que a literatura brasileira estabelece uma relação de identidade nacional, e assim os estudos da literatura comparada no Brasil vão se consolidando até que a disciplina foi oficialmente institucionalizada.  

Ao incluir a disciplina literatura comparada na Universidade de São Paulo, em 1961, Candido já demonstra seu interesse e apreço pelos estudos comparatistas, e, além disso, assinala um momento decisivo no campo das pesquisas comparatistas brasileiras, uma vez que incentiva este tipo de investigação, orientando dissertações de mestrado e teses de doutorado baseadas na visão comparatista de obras e escritores brasileiros e estrangeiros. Além dos escritos de Candido possibilitarem um refinamento na leitura de obras, ele estabelece um debate crítico consistente acerca dos problemas culturais e concepções literárias. A contribuição de Antonio Candido à literatura comparada no Brasil foi de grande importância.

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