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Amor De Perdição

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Por:   •  2/7/2014  •  484 Palavras (2 Páginas)  •  190 Visualizações

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De acordo com Luckas, uma obra deveria mostrar a realidade através da estética. Ele defendia a ideia de que a obra litarária deveria fazer o ser humano ter consciência do mundo em que vive, desvelar a aparência de "realidade". Tais aspectos não eram encontrados, por via de regra, em obras românticas e, sim, em obras realistas. Porém, alguns autores romântcos apresentavam, em suas obras, características consideradas realistas. Um exemplo disso é o romance "Amor de Perdição", escrito por Camilo Castelo Branco.

Camilo Castelo Branco opunha-se ao romance realista, pois achava-o imoral. De acordo com ele, os romances realista retratavam pessoas fúteis, que premeditavam crimes e que desorganizavam famílias: padres que rompiam o celibato e alterações sexuais. Ele rejeitava tal composição literária porque era a favor da apologia ao sentimento. São suas as palavras: “(...) Quero escrever romances para as pessoas lerem na sala, não nos quartos de banho. Quero escrever romances para que todas as pessoas da família possam ler: as moças mais jovens, as senhoras (...)”. Apesar disso, sua obra é uma espécie de transição entre o romantismo e o realismo, pois já é final do romantismo e já existem indícios de realismo, e , mesmo Castelo Branco não simpatizando com o realismo, ele escreve de forma realista em vários momentos. Tais características se fazem presentes nas críticas às instituições religiosas e conventos. Um exemplo disso é quando ele fala de personagens que bebem no convento, que fazem coisas que não dizem respeito à religião, sendo, muitas vezes, imorais. Fatos como esse denunciam a hipocrisia da sociedade da época. Outro exemplo é quando o narrador denuncia a corrupção do evento de Viveu e enfatiza a lealdade, o senso prático, a sensatez de João da Cruz, relativizando, assim, a passionalidade predominante no romance.

O autor também utiliza-se do foco narrativo para transmitir mais realidade ao leitor. Primeiramente, o narrador apresenta-se em 1° pessoa na introdução falando sobre a história de sua família. No decorrer dos capítulos seguintes passa a se apresentar em 3° pessoa caracterizando-se como narrador onisciente por penetrar e desvendar o que se passa nas mentes e corações das personagens. Esta fórmula busca a veracidade no que é dito. A 1° pessoa do início funciona como suporte para esta verdade e confirma o que será relatado. Já o uso da 3° pessoa nos outros capítulos concretiza esta veracidade precisando datas, descendências e costumes da época, além das circunstancias vividas pelas personagens. Além disso, passa a intervir, a criticar, permitindo-se também introduzir na história.

Assim sendo, a forma com que Castelo Branco permeia a realidade e tenta mostrar a "sujeira" existente, por trás de uma sociedade correta e perfeita, e a estética utilizada por ele fazem com que o letor amplie seus horizontes em relação à sociedade em que vive; o leitor consegue ter uma visão um pouco menos embaçada da realidade. Dessa forma, "Amor em Perdição" pode ser considerada uma obra realista.

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