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Análise Do Discurso - A Essência Do Texto

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Por:   •  9/11/2013  •  1.854 Palavras (8 Páginas)  •  665 Visualizações

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A ESSÊNCIA DO TEXTO

RESUMO

Neste trabalho analisaremos a crônica Só de Sacanagem (ANEXO 1), composta por Elisa Lucinda, de acordo com seu sentido ideológico e suas vozes que compõe a polifonia, ou seja, levantaremos os efeitos que produzem sentido.

INTRODUÇÃO

Para a Análise do Discurso de linha francesa a linguagem só se realiza se inserida em um contexto social, histórico e cultural, portanto a escolha do corpus se deu levando em consideração o contexto sócio-histórico, em outras palavras, as condições em que o texto se fez, mostrando-se totalmente engajado naquele momento.

Sendo assim, os objetivos que motivaram este trabalho foram: analisar a crônica Só de Sacanagem relacionando-a a fatores externos, de ordem social e histórica, levantando seu sentido ideológico e as vozes que compõe a polifonia (a heterogeneidade) do texto, de modo a possibilitar a produção de sentido, ou seja, sua essência.

Inicialmente responderemos a questão o que é ideologia e posteriormente a teoria polifônica de Bakhtin. Em seguida identificaremos o contexto político do Brasil e, finalmente, analisaremos a crônica reconhecendo os fatores ideológicos e a presença das vozes polifônicas que possibilitam a criação de efeitos de sentido.

IDEOLOGIA

De acordo Chauí (1980, p. 113) a ideologia é:

um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam a prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer. Ela é, portanto, um corpo explicativo (representações) e prático (normas, regras e preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador, cuja função é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes a explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças à divisão da sociedade em classes a partir das divisões na esfera de produção.

Podemos então considerar a ideologia como um conjunto de idéias e valores, das quais utilizamos para nos expressar, defender nossos ideais, nossos sentimentos e assim nos mostrar diante da sociedade. Por outro lado, ela também serve para mascarar a realidade.

Por isso, Aranha (2005, p. 61) vai dizer que a ideologia tem influência marcante nos jogos de poder e na manutenção dos privilégios, por esse prisma podemos então afirmar que a classe dominante é beneficiada.

Características ideológicas

Naturalização: é aquela na qual entendemos ser natural uma situação que na verdade é histórica, como exemplo uma família rica que detém poder diante de uma família pobre e aquela por ter um maior poder aquisitivo manda e essa obedece por acreditar que a hierarquia é uma situação natural.

Universalização: podemos dizer que a universalização é o tipo de ideologia em que a classe dominada “se vê” como classe dominante, em outras palavras, a classe dominada não enxerga na verdade qual é a intencionalidade do dominante.

Abstração: a abstração pode ser considerada como resultado da universalização, pois segundo Aranha (2005, p. 62) as representações ideológicas não se referem ao concreto, mas ao aparecer social.

Lacunar: pode ser considerada ocultamento de uma verdade, pois caso essa verdade venha ser dita com clareza pode derrubar interesses de uma determinada ideologia.

Embora, Fiorin (2007) diga que a ideologia é uma “visão de mundo”, pois ela vai expressar o ponto de vista de uma determinada classe social em relação à realidade e que temos tantas visões de mundo em uma sociedade quantas forem as classes sociais, ele afirma que no mundo capitalista a ideologia dominante é a da classe dominante, ou seja, a burguesia.

POLIFONIA

Segundo Mikhail Bakhtin (1999. p. 272.)

a presença de outros textos dentro de um texto, causada pela inserção do autor num contexto que já inclui previamente textos anteriores que lhe inspiram ou influenciam. A polifonia é um fenômeno também identificado como heterogeneidade enunciativa, que pode ser mostrada (no caso de citações de outros autores em obras acadêmicas, por exemplo) ou constitutiva (como a influência de dramaturgos clássicos).

“A polifonia é um fenômeno de nível mais superficial, que diz respeito ao que foi chamado heterogeneidade marcada do discurso.”

(AUTHIER-REVUZ, 1982: 91-151).

O corpus, o sujeito e o contexto político

O corpus

A crônica é uma crítica à realidade brasileira, mostrando que mesmo existindo políticos corruptos devemos fazer a nossa parte e tentar mudar essa realidade. Elisa Lucinda aciona vozes de outro interlocutor e as coloca em contradição. Assim, a polifonia faz parte da construção da imagem do país, uma vez que as vozes utilizadas visam a construção de um significado, de uma ideologia, que deve ser entendida pelo sujeito interlocutor inserido naquele contexto sócio-histórico.

O sujeito

A existência de dois sujeitos inseridos no texto nos leva a crer que existem dois paradigmas, um que representa o povo conivente e comovido com a situação real do Brasil, que não tenta de forma alguma mudar a concepção existente envolvido pela ideologia caracterizada pela naturalização ou então que também leva vantagem em cima dos outros, mostrando uma ideologia de classe dominante e o outro sujeito que representa um povo cansado de tanta corrupção, enganação, que reivindica seus direitos e que no final das contas tem esperança que as coisas dêem certo no final.

O contexto político

Na época em que a crônica foi escrita o Brasil enfrentava um grande escândalo de corrupção, em que foi nomeada como Esquema do Mensalão. O objetivo desse esquema era beneficiar o governo federal, pois a propina era paga mensalmente aos Deputados para que eles aprovassem os projetos do governo, dessa forma, o dinheiro era pago de várias maneiras. Nessa ocasião um assessor político de um Deputado foi flagrado em um aeroporto carregando dólares dentro da cueca,

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