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Análise Literária- A Cartomante

Por:   •  30/8/2018  •  Resenha  •  925 Palavras (4 Páginas)  •  476 Visualizações

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“A cartomante”  é um conto literário que apresenta  os elementos básicos da narrativa (enredo, tempo, lugar, personagens), um número reduzido de personagens, com apresentação, complicação, clímax e desfecho.

Machado de Assis, considerado o maior escritor realista da literatura brasileira, foi também romancista. Suas produções eram cultas, destacando a intertextualidade. Foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e um dos escritores mais aclamados da literatura.

O conto traz uma história de um triângulo amoroso entre Rita e os amigos de infância Vilela e Camilo. O romance resulta em paixão, traição e vingança, embora seja profetizado, por uma cartomante, como um final feliz.

Os personagens revelam em suas características, desempenhos determinantes para a essência da obra. A começar por Camilo; 26 anos, funcionário público e apresentado como “ingênuo na vida moral e prática... não tinha experiência nem intuição”; Vilela, por sua vez, era advogado, 29 anos, com um porte grave que o fazia parecer mais velho que sua esposa Rita, apresentada como uma “dama formosa e tonta; graciosa e viva nos gestos, olhos cálidos, boca fina e interrogativa”. Rita tinha 30 anos.

A obra apresenta características de tempo psicológico, como em "... foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu à cartomante ...” e cronológico, como no trecho  “ numa sexta feira de novembro de 1869...”. Além disso, estão presentes os espaços abertos, como as ruas do Rio de Janeiro, que permitem aos leitos, acompanhar o trajeto dos personagens (Camilo desceu pela Guarda Velha, olhando de passagem pela casa da Cartomante...) e fechados na obra, sendo este último, o espaço mais importante, como a casa da cartomante , tendo os principais acontecimentos ocorridos em sua moradia(...subiram então ao sótão, por uma escada ainda pior que a primeira e mais escura. Em cima, havia uma salinha, mal alumiada por uma janela que dava para o telhado dos fundos.) e de Vilela, local onde ocorre a tragédia (cheguei à casa de Vilela...).

A obra, em terceira pessoa, tem uma narrativa extradiegética, a qual o narrador  não participa dos acontecimentos, mesmo tendo uma visão geral de tudo o que se passa na história e apresenta a traição como tema já de destaque na sociedade brasileira em pleno século XIX. Machado de Assis rejeita, na obra, um final feliz e apresenta uma visão mais pessimista e objetiva da vida. Fortalecendo, assim, um final trágico, porém realista e lógico, na obra.

O clímax ocorre quando Camilo recebe um bilhete de Vilela pedindo que e compareça a sua casa. Apreensivo, Camilo, apesar de incrédulo, decide visitar a cartomante e esta o assegura que seu romance com Rita não é do conhecimento de Vilela. Camilo então decide atender ao bilhete de Vilela, quando se depara com a sua amante morta e também é morto por um tiro disparado pelo amigo traído.

A narrativa apresenta um ritmo, em sua maior parte, lento, sendo, contudo, abrupto em seu desfecho. O autor dinamiza o relato do conto, enquanto eleva e prolonga seu suspense. Recorre a tal recurso, mantendo o leitor atento em sua leitura. Contudo, o final abrupto contrasta com o próprio ritmo; tornando-o irônico.

O título conversa com a obra quando a cartomante pode ser representada pelos dias atuais quanto às ilusões que são vividas por muitos ao buscar esse tipo de ajuda e sendo vítimas, muitas vezes, desses oportunistas que visam obter lucros de pessoas, geralmente desesperadas, e diz exatamente o que as pessoas querem ouvir, o que facilita o convencimento do golpe.

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