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Análise Quincas Borba

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Por:   •  18/9/2014  •  3.882 Palavras (16 Páginas)  •  360 Visualizações

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Quincas Borba - Machado de Assis

A História gira em torno da vida de Rubião, amigo e enfermeiro particular do filósofo Quincas Borba . Quincas Borba vivia em Barbacena e era muito rico, e ao morrer deixa ao amigo toda a sua fortuna herdada de seu último parente. Trocando a pacata vida provinciana pela agitação da corte, Rubião muda-se para o Rio de Janeiro, após a morte de seu amigo, causado por infecção pulmonar. Leva consigo o cão, também chamado de Quincas Borba, que pertencera ao filósofo e do qual deveria cuidar sob a pena de perder a herança.

Durante a viagem de trem para o Rio de Janeiro, Rubião conhece o casal Sofia e Cristiano Palha, que logo percebem estar diante de um rico e ingênuo provinciano. Atraído pela amabilidade do casal e, sobretudo, pela beleza de Sofia, Rubião passa freqüentar a casa deles, confiando cegamente no novo amigo.

O casal acaba envolvendo Rubião, este apaixona-se por Sofia. Cristiano Palha ao saber da corte de Rubião à mulher, sente-se dividido entre dois sentimentos: o ciúme que tem da mulher que chega a fazê-lo pensar em atitudes radicais, e, por outro lado, sua dependência econômica de Rubião. Sofia astuciosamente consegue manter intactos, tanto o interesse de Rubião, quanto a fidelidade conjugal.

Cristiano Palha se destaca como um esperto comerciante e administra a fortuna de Rubião, tirando parte de seus lucros.

Por outro lado, a ingenuidade de Rubião torna-o presa fácil de várias outras pessoas interessadas e oportunistas, que se aproximam dele para explorá-lo financeiramente.

Aos poucos, acompanhando a trajetória de Rubião, percebe-se como funciona a engrenagem social da época. Como ocorre a disputa entre as pessoas, as lutas pelo poder político e pela ascensão econômica da época. Dessa maneira, o romance projeta um quadro também bastante crítico das relações sociais da época. A Corte era a capital, o Rio de Janeiro, cuja moda era ditada pela tendência Francesa. Depois de algum tempo, Rubião começa a manifestar sintomas de loucura, que o levará à morte, a mesma loucura de que fora vítima o seu amigo, o filósofo Quincas Borba, de quem herdara a fortuna.

Arruinado, Rubião deixa de ser útil e é abandonado pela roda de parasitas que o cercava. Rubião acredita ser Napoleão III, num dado momento pede a um barbeiro que faça sua barba para que fique parecido com o busto de Napoleão III que tem na sua sala. Fantasia a realidade, fala sozinho na rua e, pouco a pouco, perde toda sua fortuna e também a razão. Palha e Sofia afastam-se cada vez mais e ele acaba sendo internado num asilo de onde foge para voltar a Minas, Barbacena. Morre lá em pleno delírio de grandeza, acompanhado de seu cão Quincas Borba. O relacionamento de Rubião com o cachorro Quincas Borba é ambíguo, às vezes, o cão aparece para ele como a encarnação do próprio filósofo, outras vezes, simboliza a vida simples da qual Rubião se afastara cada vez mais em sua nova situação social. Por outro lado, a variedade de tratamento a que Rubião submete o animal - do carinho ao aborrecimento - é também um símbolo da ambigüidade com que Rubião se move no mundo urbano.

Louco e explorado até ficar reduzido à miséria, o destino trágico de Rubião exemplifica a tese do Humanitismo. Seguindo a trajetória do Humanitismo, a filosofia inventada por Quincas Borba, de que a vida é um campo de batalha onde só os mais fortes sobrevivem. Os fracos e ingênuos, como Rubião, são manipulados e aniquilados pelos mais fortes e mais espertos, como Palha e Sofia, que no final, estão vivos e ricos, tal como dizia a teoria do Humanitismo. Esse Princípio de Quincas Borba: nunca há morte, há encontro de duas expansões, ou expansão de duas formas.

"Ao vencedor às Batatas!", principio este, que marcou e é o enfoque principal do enredo.

- "Supõe-se em um campo e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentam somente uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutri-se suficientemente e morrerão de inanição. A paz, neste caso, é a destruição; a guerra é a esperança. Uma das tribos extermina, a outra recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se.

Ao vencido, o ódio ou compaixão... Ao vencedor, as batatas !"

ESTRUTURA NARRATIVA:

Romance constituído de 201 capítulos curtos que apresenta a trajetória geográfica, econômica e social de RUBIÃO, o ingênuo professor de meninos de Barbacena (MG) que passa a capitalista na Corte (RJ).

PONTO DE VISTA:

O romance é narrado em 3ª. pessoa por um narrador onisciente que a si próprio se identifica como sendo o autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas, isto é, o próprio Machado de Assis.

TEMPO E ESPAÇO:

As ações iniciam em Barbacena a partir de 1867, deslocam-se logo para o Rio de Janeiro e se encerram alguns anos depois no mesmo local em que se haviam iniciado.

PERSONAGENS:

RUBIÃO:

É o personagem central, apesar do título. Rubião é um produto do acaso, do que resultam seu caráter indefinido e obscuro e sua perplexidade diante da realidade. Não tendo noção exata de como funciona o mundo, age por impulsos e sem coordenação, deixando-se levar pelos acontecimentos. Sua passagem fulminante de professor de mínimos em Barbacena a capitalista, como ele próprio se denomina, termina tragicamente, pois não tem as mínimas condições necessárias para enfrentar o salto social, tornado possível pela riqueza inesperada. Sua ingenuidade adequada em Barbacena, transforma-se em algo como pretensão descabida na Corte, sendo então envolvido e, finalmente, destruído pelo mundo que o cerca.

A incapacidade básica de Rubião entender o mundo transparece muito claramente no fato de nem chegar a perceber exatamente o sentido do aforismo de seu mestre- “Ao vencedor, as batatas; ao vencido, ódio ou compaixão”- e na sua tendência de sonhar com coisas inatingíveis, do que a paixão por Sofia é o melhor exemplo.

QUINCAS BORBA:(Joaquim Borba dos Santos)

Quincas Borba é o filósofo que ocupa reduzido espaço na narrativa, mas sua sombra se projeta

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