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Análise de “Pode o Subalterno falar?” através do feminismo

Por:   •  2/10/2021  •  Artigo  •  366 Palavras (2 Páginas)  •  115 Visualizações

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Análise de “Pode o subalterno falar?” através do feminismo

        A obra de Spivak faz com que imaginemos até que ponto a subalternidade se delimita apenas em classe econômica ou social. Partindo do ponto de que o texto não  caracteriza o ser subalterno apenas como um sujeito marginalizado, podemos direcionar o olhar para aqueles que se dispõem nas camadas mais baixas da sociedade.

Diante do que foi mencionado, “se no contexto da produção colonial, o sujeito subalterno não tem história e não pode falar, o sujeito subalterno feminino está ainda mais profundamente na obscuridade” (Spivak, 2010, p. 66-67). Ao analisar o trecho citado, pode-se referenciar a falta de coletividade entre os camponeses franceses com a ausência do que encontramos na nossa sociedade atual como "sororidade." Desse modo, a carência de consciência daqueles trabalhadores frente à necessidade de se enxergarem como parte de um todo ao invés de subcategorias de algo maior, diz respeito ao mesmo evento que presenciamos no feminismo, principalmente no Brasil, dos dias atuais, porém com outras pontuações e características.

Tal questionamento ultrapassa as barreiras da subalternidade ao atingir os indivíduos de maneira que nos faça sempre pensar que, ao invés de unirmos nossas forças contra algo maior que nós, fazemos exatamente o contrário. Afinal, o primeiro sinal de vitória da opressão é sobre a subjetividade. São notícias e mensagens como “deveria ter visto que ele era abusivo”, “continuou com ele porque quis” e “estava usando tal roupa, só podia ser um pedido” vindo de outras mulheres, que fazem com que fiquemos caladas em situações de agressão, assédio ou até mesmo uma violação sexual. Há ainda aquelas que se negam a reconhecer outras mulheres socialmente, gerando ainda mais segmentação dentro da comunidade. Se pretas e brancas estão brigando e se fragmentando, transexuais e cisgêneros não se reconhecem uma na outra, uma voz que deveria ser de todas passa a não ser de nenhuma. Sendo assim, o que é o efeito da subalternidade senão perder a própria força ao ponto de ter sua existência violentada e reduzida a nada? Sororidade e subalternidade são elementos do mesmo tipo de opressão, a única diferença entre eles é a clareza da segmentação.

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