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As Pombas - Raimundo Correia

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Por:   •  15/3/2014  •  595 Palavras (3 Páginas)  •  874 Visualizações

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Vai-se a primeira pomba despertada...

Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas

De pombas vão-se dos pombais, apenas

Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E á tarde, quando a rígida nortada

Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,

Ruflando as asas, sacudindo as penas,

Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,

Os sonhos, um por um céleres voam,

Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam

Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,

E eles aos corações não voltam mais...

A pomba, símbolo da paz e da elevação espiritual, representou a figura da Virgem Maria e também da própria Igreja. Na Bíblia, Noé, depois do dilúvio, soltou três pombas; uma delas voltou com um ramo de oliveira, que era um sinal de reconciliação com Deus, firmando-se como símbolo da paz. A pomba branca é símbolo da simplicidade e da pureza, assim pode-se fazer uma analogia entre pomba, pureza e paz.

O estilo parnasiano no texto beira a perfeição, o belo é a poesia com sua correção métrica gramatical, com versos decassílabos, modelo clássico de composição. O belo, o sublime e a natureza permeiam o poema.

Pode-se dizer, que nas quadras, o eu lírico descreve o revoar das pombas. Este pode ser comparado aos sonhos dos adolescentes, que, semelhantemente, voam. Entretanto, esses não voltam mais, ao contrário das pombas que, ao final do dia, retornam aos pombais. O assunto aparente está nesse sair das pombas de madrugada de seus ninhos e voltarem ao anoitecer.

As pombas animadas e em bandos saem dos ninhos ao amanhecer, portanto quando o dia raia com aquele tom rosado agradável do dia nascendo. Invertendo a ordem, temos os jovens que saem a noite - final do dia, período de magia, de romantismo - e voltam pela manhã, não é assim que os jovens saem e voltam das baladas? Não estão eles sempre tentando desbravar novos espaços e conhecimentos, e aventurando-se em busca do novo, de liberdade, de prazer e do amor? Segundo Udo, um casal de pombas brancas é um símbolo popular do amor.

O poeta traz à luz o fato de que de que a vida é efêmera, que a passagem do tempo é veloz e irrecuperável. Faz referência de um dia após o outro, porém no caso das pombas, as situações não se modificam, sempre retornam.

A madrugada e a tarde podem corresponder, respectivamente, ao início e final do período de um dia que foi vivido mais acabou, não tem retorno. Isso está presente no último terceto, quando o eu lírico expressa

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