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Biografia de Lygia Bojunga Nunes

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Por:   •  12/9/2014  •  Trabalho acadêmico  •  1.134 Palavras (5 Páginas)  •  490 Visualizações

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Bojunga, Lygia (1932)

Biografia

Lygia Bojunga Nunes (Pelotas RS 1932). Autora de literatura infantojuvenil. Passa sua primeira infância em uma fazenda. Aos 8 anos muda-se com a família para o Rio de Janeiro. Em 1951, torna-se atriz da Companhia de Teatro Os Artistas Unidos, e viaja pelo interior do Brasil. Atua nesse momento, também, como atriz de rádio. Ao abandonar os palcos e as atividades que exerce, começa a escrever para o rádio e a televisão. Em busca de uma vida mais integrada à natureza, refugia-se no interior do estado do Rio de Janeiro. Funda, acompanhada de seu segundo marido, Peter, uma escola rural para crianças carentes, a Toca, que dirige por cinco anos. Faz sua estreia literária em 1972, com o livro Os Colegas, e, já em 1973, recebe o Prêmio Jabuti. Em 1982, torna-se a primeira autora, fora do eixo Estados Unidos-Europa, a receber o Prêmio Hans Christian Andersen, uma das mais relevantes premiações concedidas aos gêneros infantil e juvenil. Nesse mesmo ano muda-se para a Inglaterra, vivendo alternadamente entre esse país e o Brasil. Em 1988, volta ao teatro, escrevendo e atuando em palcos no Brasil e no exterior. Trabalha com edição e produção de livros, feitos de forma artesanal. Em 1996, publica Feito à Mão, uma realização alternativa à produção industrial, como indica o título, composto manualmente com papel reciclado e fotocopiado. Em 2002, publica Retratos de Carolina, o primeiro livro de sua própria editora, a Casa Lygia Bojunga. Pelo conjunto de sua obra, em 2004, ganha o Astrid Lindgren Memorial Award, prêmio criado pelo governo da Suécia, jamais antes outorgado a um autor de literatura infantojuvenil. Com esse incentivo, cria nesse ano a Fundação Cultural Lygia Bojunga com o intuito de desenvolver ações que aproximem o livro da população brasileira.

Comentário crítico

A produção literária de Lygia Bojunga caracteriza-se pela transgressão dos limites entre a fantasia e a realidade e aborda questões sociais contemporâneas com lirismo e humor. A autora, segundo a crítica literária Marisa Lajolo, nos momentos mais significativos de sua obra, debruça-se "sobre a perda da identidade infantil" e sobre as possibilidades de construção dessa mesma identidade dentro das perspectivas cotidianas dos centros urbanos contemporâneos.

Em seu livro mais conhecido, A Bolsa Amarela, vê-se o processo de amadurecimento da jovem Raquel, que vive em conflito com a família. Com o objetivo de criar um refúgio para o seu universo íntimo, suas fantasias e segredos, transforma uma bolsa amarela numa espécie de extensão do seu mundo interior, de modo a mantê-lo protegido e resguardado. O embate entre suas reinações e a realidade externa se dá, desse modo, na dimensão da bolsa amarela ou em suas imediações - numa zona limítrofe em que não se pode distinguir exterior e interior. O elemento pedagógico, presente na maior parte da literatura produzida para o público infantojuvenil, aparece em A Bolsa Amarela não como um fator ou acontecimento externo que transforma a personagem, e sim como fruto de um processo reflexivo da própria Raquel, e que se realiza através de sua busca pela preservação da própria identidade.

A Casa da Madrinha, livro posterior de Lygia, dá outra direção a essa mesma problemática - o conflito entre realidade interna e externa -, e tem como foco os medos infantis. O protagonista da trama é um menino pobre, morador de uma favela do Rio de Janeiro, que sai de casa em busca da casa da madrinha, lugar inventado por seu irmão, em que as dificuldades materiais não existem. De maneira diferente de A Bolsa Amarela, um narrador externo fornece o contexto no qual transcorre a história. Mostra assim Alexandre, o menino pobre, no momento em que faz uma apresentação para conseguir alguns trocados e comer com um pavão que encontra pelo caminho. E Vera, uma menina de classe média, que mora com a família em uma casa no campo. O diálogo entre esses personagens, que mescla situações da história pessoal de Alexandre com suas fantasias, estabelece a tensão narrativa. Vera quer abrigar o menino dentro de sua casa, mas é persuadida pelos pais a deixá-lo temporariamente na casinha de ferramenta e mandá-lo embora em seguida. É no contato de Alexandre com Vera

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