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CONTRA UM ENSINO DE LÍNGUA DESCONTEXTUALIZADO E ABSTRATO DE GRAMÁTICA

Por:   •  23/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.083 Palavras (5 Páginas)  •  181 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ – UEPA

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA

LINGUÍSTICA I

PROF. AYVÂNIA PINTO

11. AGO 2016

LAÍSE SOUZA DE ALCÂNTARA

CONTRA UM ENSINO DE LÍNGUA DESCONTEXTUALIZADO E ABSTRATO DE GRAMÁTICA

Por muito tempo o ensino de língua portuguesa se limitou a memorização pelos alunos de regras e normas contidas nas gramáticas tradicionais. O profissional de língua portuguesa se detinha a expor os alunos a várias sentenças a partir das quais identificava o sujeito, o verbo, o objeto direto, o objeto indireto, demostrando o que seria certo e o que seria errado; ensinando ao aluno macetes para saber, por exemplo, onde tem crase entre outras técnicas.

No entanto, percebia-se que diante de um tema de redação o aluno não fazia uso das regras outrora estudadas em sala de aula, resultado um tanto quanto óbvio, visto que somente através da prática da escrita o aprendiz começará a se atentar para o uso da norma padrão.

Na verdade, como o ensino da língua materna pretenderá a utilização da norma culta em situações contextualizadas como um texto, uma dissertação, se somente ensinou ao estudante a adotar uma noção de certo e errado acerca de sentenças soltas e aleatórias.

É evidente que o aluno, roboticamente, diante de uma sentença procederá na identificação de seus elementos, porém em meio a uma redação é diferente, pois o discente escreve pensando na história ou argumento que utilizará na produção textual e não na gramática tradicional, justamente porque não internalizou as normas e sim as decorou.

Ademais, esse método mecânico de ensinar a língua desestimula o aluno e o amedronta, visto que o educador muitas vezes, nesse ensino de certo ou errado, retrai o aluno na bagagem linguística que ele já trouxe do seu cotidiano ao preconcebê-las como erradas, dessa maneira, inibindo esse aluno de se posicionar e de argumentar.

O educador esquece, nesse ponto, que não existem erros linguísticos e sim adequação linguística. O fato desse educador não enfatizar isso em sala de aula acaba por diminuir as possibilidades do aluno.

Também é de suma importância lembrar que não se deve perpetuar os preconceitos linguísticos, ainda mais dentro de uma instituição de ensino, pois a apropriação da língua também significa entender e compreender as variantes linguísticas, exercendo tolerância com as diferenças sociais , culturais, de faixa etária, regionais, entre outras. Tornando-se até um dever do profissional de letras propagar a valorização das diversas manifestações da língua, largando de mão o conceito de certo e de errado.

Além do mais, será que o ensino da língua portuguesa objetiva somente a imposição ao aluno da gramática tradicional, será que é somente isso que se espera do ensino da língua, será que é isso que a educação propõe para um falante ou leitor. É imperativo recordar, nesse momento, que a língua bem utilizada se torna um dos mais eficazes e poderosos instrumentos de domínio social.

Os líderes nacionais, muitas vezes nem tão inteligentes e capazes, possuem quase sempre notáveis habilidades no âmbito da linguagem ao ponto de manipular e influenciar um grupo. Então, é imprescindível que o ensino da língua se direcione a formação de grandes profissionais e cidadãos críticos dotados de variadas habilidades linguísticas.

Dessa forma, o aluno deve vivenciar a língua e não memorizar a Gramática. Esta deve sim ser estudada, mas de forma dinâmica e contextualizada possibilitando o aluno a verdadeira apreensão desse conhecimento.

Muito mais que isso, o educando deve aprender que não existe somente a norma padrão, mas muitas outras formas de linguagem, devendo saber adequar-se a cada situação. Pois, nem sempre, a norma padrão será a mais aconselhável dependendo da situação fática em que o aluno se encontre.

Dessa maneira, o aluno passará a entender o mundo, o seu mundo, e as variações da língua que já fazem parte de sua vida desde sempre. Esse educando terá a consciência que já utilizava as variações linguísticas ao falar com seus amigos, com seus pais, ao pedir uma informação a alguém desconhecido, entre outras situações, e poderá identificar o porquê dos discursos políticos serem de um jeito, enquanto o programa de comédia é de outro, que ainda é diferente do jornal, etc. O aluno, por fim, entenderá a finalidade dos discursos que o rodeiam. É com esse objetivo de formar um aluno crítico, cidadão consciente, que o ensino de letras deve estar voltado.

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