Carta Aberta a Fernanda

Cara Fernanda,

Me chamo George Karan Kommers Mueller, tenho 18 anos e sou estudante de Engenharia de Software. Assisti no último dia 11 de maio ao programa “Fantástico” vinculado pela Rede Globo de Televisão, no qual este em um de seus quadros chamado “Eles Decidem” apresentou o seu dilema envolvendo sua vontade de ser mãe. No final do quadro os “palpiteiros” deram sua decisão final sobre o que você deveria fazer e você prontamente concordou e viu que o momento não era o mais adequado possível para ser mãe. Venho por meio desta carta aberta para me posicionar e argumentar o porquê eu acredito que a sua decisão foi a mais correta naquele momento.

Um dos principais motivos para mim que fizeram você e principalmente, os “palpiteiros” repensarem a respeito de ser mãe naquele momento, foi o dinheiro gasto para a criação de um filho, visto que em determinado momento do quadro você após informar o valor final de sua “sobra” mensal chega a aproximadamente R$ 960,00. Após uma rápida lida em alguns portais de notícias achei uma informação muito interessante, segundo a matéria “Economista calcula quanto custa ter um filho” publicada pela jornalista Simone Magalhães no jornal O GLOBO, o custo para criar uma criança de 0 a 3 anos varia em torno de R$ 6.500,00 por ano, ou seja, você irá gastar algo em torno de R$ 540,00 por mês, neste momento você pode até achar que ainda sobraria algum dinheiro, mas não podemos ficar no “achismo” e se ocorresse alguma emergência ou algum custo altíssimo de um última hora? É por este motivo que é sempre importante ter uma reserva para esses eventos inesperados, muitas mães de primeira viagem fazem uma poupança até 1 ano antes do nascimento dos filhos para não se apertar com a chegada do pequeno e pelo que eu pude notar no quadro você não parecia ter pensado sobre isso.

O segundo fator determinante e que certamente cessou qualquer dúvida sua a respeito desta questão foi o tempo, já que conforme apresentando no próprio quadro do Fantástico você trabalha cerca de 10 horas por dia, ou seja, seu tempo é curtíssimo durante o dia, logo do que serve a vontade se você não teria o tempo necessário para cuidar dele ou mesmo de estar presente nos seus primeiros anos de vida. Muitas mães não conseguem acompanhar esses anos de vida de seus filhos pois precisam trabalhar e deixar eles na creche, e quando alguma coisa dá errado as mães se sentem culpadas por não estarem presentes, você não estaria presente na vida de seu filho e isso só faria o sentimento de culpa crescer ainda mais se alguma coisa acontecesse. Acredito que se houvesse alguém em sua vida as chances seriam muito maiores de ter um filho.

Para finalizar acredito que a sua decisão foi a mais correta possível, visto que há uma série de fatores que não foram pensados na hora de querer a maternidade e quando botou-se tudo isso na ponta do lápis, este panorama geral de custos e responsabilidades se tornou mais claro e consequentemente te alertou para a realidade para com a criação de filhos. Além do mais há tantas histórias por aí de mães solteiras lutando para criar seus filhos e com suas economias cada vez mais apertadas, você não pensou somente em si mesma quando tomou esta decisão de adiar a maternidade, pensou também em seu futuro filho e o destino que ele teria. Fernanda, somente gostaria de dizer para