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ESCREVER É PRECISO O PRINCÍPIO DA PESQUISA

Por:   •  18/2/2019  •  Trabalho acadêmico  •  6.899 Palavras (28 Páginas)  •  273 Visualizações

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ESCREVER É PRECISO

O PRINCÍPIO DA PESQUISA

MARQUES, Mario Osorio. Escrever é preciso: o princípio da pesquisa. 5ª ed. rev. Ijuí/RS: Editora Unijuí, 2006. Coleção Mário Osorio Marques.

I - A questão é começar                                                                           p.15-20

A escrita, assim como a pesquisa, só se inicia pela definição de um começo, isso pode dar-se através de um título, um tema, uma hipótese ou mesmo uma pergunta problema, o importante é que haja um princípio. Além disso, também é importante dialogar com outros autores, indicando sempre seu endereço, ou seja, sua referencia bibliográfica.

Assim como em outras coisas da vida, segundo Marques, o ato de escrever também seu inicio, o mais difícil é como começar. Deixando de lado a ideia de escrever coisas pensadas e elaboradas previamente, o princípio da escrita pode ocorrer em uma conversa despretensiosa de seu autor com seus leitores, dito de outra maneira, escrever para pensar. O assunto pode até ser o mesmo que o de uma conversa falada, como a novela ou o futebol.

        As pessoas foram alfabetizadas e ensinadas a escrever cumprindo certos rituais, exige-se que mesmo antes de nascer o texto já esteja estruturado e pensado, que seja certo e coerente. Pelo contrário, escrever deve ser um ato inaugural de um dialogo entre o escritor e o leitor, no qual as ideias fluam com prazer, e não um ato enrijecido e doloroso a qual o processo de alfabetização tradicional obriga o indivíduo.

        Toda obra se inicia por seu título, pois é este que define o que seu autor/pesquisador está procurando. É muito importante saber o que se quer para poder começar, porém não há necessidade saber antecipadamente tudo o que se procura, pois se assim fosse não haveria necessidade de pesquisar.

        A criatividade pode surgir nos momentos mais inusitados. Escrever deve ser um ato de paixão e de entrega, e o assunto a ser tratado tem que ser do interesse de quem pesquisa, para que todo tempo possa ser aproveitado, mesmo quando não se esta a escrever. A pessoa com escreve com paixão, ou seja, com vontade e afinco, sem dúvida arrumará tempo para a escrita.

De como se chega ao tema                                                                            p.20-25

        Quando se escolhe um tema para a pesquisa deve-se escolher algo que seja do interesse do autor, que lhe desperte a paixão pelo estudo e a vontade de descobrir mais a respeito do assunto. Nunca a escolha deve ser feita de forma mecânica ou por imposição de outra pessoa.

 Aquele que escreve deve descobrir os próprios caminhos de sua escrita, alfo que requer dedicação e afinco, além de leituras sobre o assunto pretendido e o estudo da gramática, tudo para alcançar uma nítida compreensão a respeito de como usar pontuação e outros elementos necessários uma escrita coesa e correta.

        É importante que o ato de escrever provenha da criatividade do escrevente, não deve ser uma mera cópia. Mesmo em uma atividade acadêmica de pesquisa, quando se trabalha com outros autores a finalidade de construir um referencial teórico, é preciso que se leia diversas vezes os livros e artigos, para extrair deles suas ideias essenciais.

        Além dessa questão, outro grande problema que aflige quem faz pesquisa e estudos acadêmicos é a dificuldade em conseguir juntar harmonicamente os dados teóricos e os empíricos. Uma maneira de confrontar essa situação é começar a escrita colocando as próprias ideias no papel, e só depois se deparar com os dados empíricos e ideias dos autores lidos.

        O próprio ato de escrever pode ser objeto de um projeto de pesquisa, o autor deste livro, Osorio Marques, fez exatamente isso, colocando o ato de escrever como tema de sua investigação e propondo uma busca a respeito da aprendizagem, da escrita e da pesquisa.

        Além disso, é preciso manter sempre em mente ao escrever a figura do leitor, pois aquilo que se escreve e pesquisa é feito para que alguém possa ler e compreender o que se escreve.

        É verdade que a escrita produz e estabelece formas de poder, no entanto, é necessário certa cautela para que as leituras realizadas não minem a própria raiz do pensar, a criatividade. Do mesmo modo, o pesquisador precisa ter claro, juntamente com o tema e o problema de pesquisa, o seu lugar social enquanto pessoa e profissional.

        

As interlocuções ao escrever                                                                         p.26-32

        A escrita é composta por de diálogos e precisa ser pensada de uma maneira que permita que todos que leem o texto possam entender o seu significado, pois o ato de escrever compõe-se de inúmeras interlocuções, tanto do escritor com seus futuros leitores, quanto deste com os autores aos quais consultou para sua pesquisa.

        Nesta categoria de interlocutores se encontram ainda todas aquelas pessoas que contribuíram com seus depoimentos para gerar informações e dados ao escritor. Tal categoria é a mais aspirada em pesquisas práticas, trata-se de estudos nos quais se pretende encontrar novas e autênticas maneiras de fazer investigações cientificas, como a observação participante, os questionários e entrevistas.

Percebe-se assim que longe de ser uma tarefa solitária, a escrita é composta de diálogos. Neste contexto a pontuação é algo essencial.  Para dizer de forma clara aquilo que se deseja, é importante saber colocar os pontos e vírgulas nos lugares corretos.

        Além disse reler e revisar o que se escreveu é de fundamental importância para corrigir possíveis erros, melhorar a coesão e a coerência do texto e mesmo se aperceber de assuntos relevantes que deixaram de ser citados. O escritor é o dono de seus textos, podendo muda-lo conforme quiser e for necessário.

        Mas, uma vez que o texto saia das mãos do escrevente e chegue as mãos e olhos dos leitores, as leituras realizadas darão ao texto os mais diversos sentidos e interpretações imagináveis, tal abundância de significados também é uma interlocução.

        É importante lembrar de que sempre há a possibilidade de construir novos saberes a partir de saberes anteriores, a partir de todas essas interlocuções, com os sentidos dados pelos leitores, com o dialogo com autores lidos e com o contato com os sujeitos viventes.

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