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Literatura Expressiva Do Cordel Pedrossegundense

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Por:   •  14/9/2014  •  4.558 Palavras (19 Páginas)  •  625 Visualizações

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CORDEL NA LITERATURA EXPRESSIVA PEDROSSEGUNDENSE

Jocinete de Sousa Silva

Heldo Bacelar

RESUMO

A literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos expostos para a venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilografia, o mesmo estilo de gravuras usado nas capas. O cordel chega ao século 21 afirmando seu lugar na cultura, principalmente por estar em plena renovação acompanhando os temas da atualidade, mas ainda se percebe a desvalorização do cordelista nas cidades interioranas do nosso país, não há um espaço para expor suas poesias, não existe a comercialização, nem incentivo para a produção de cordéis. Assim é que esta pesquisa tem como principal questionamento: como o cordel, que tem como principal celeiro o nordeste, não é tão valorizado nas cidades interioranas. O objetivo desse trabalho de campo é divulgar o trabalho de cordelista pedrossegundense, mostrando à sociedade o que realmente é literatura de cordel, sua estrutura, origem, seus feitos e identificando o ser humano como criador na construção de valores da humanidade expressos através da poesia. O corpus foi constituído por questionamento aplicado ao cordelista pedrossegundense João Ferreira dos Santos, que muito contribuiu com esta pesquisa, além da análise de sua obra. O referencial teórico fundamentou-se nos trabalhos de Rouxinou do Rinaré ( 2004), Monteiro (2008) e Curran (2004), dentre outros autores.

Palavras-chave: Literatura de Cordel. Cultura popular. Expressão local.

1 INTRODUÇÃO

A literatura de cordel é uma arte secular, mas sempre nova, desses gênios da cultura popular em versos, narrada e impressa. De origem européia, o cordel remonta à idade média na Europa, quando nas praças os trovadores divulgavam velhas histórias, especialmente os romances de cavalaria, e chega ao Brasil trazido nas bagagens dos colonos portugueses, no transcorrer do século XIX. Com o surgimento das pequenas tipografias, o cordel se fixou no Nordeste Brasileiro, como uma peculiaridade da cultura regional, e mesmo quando ocorre em outros lugares está sempre ligado a poetas populares nordestinos.

É importante ressaltar que o cordelista saiu do campo da natureza para a crítica social, na análise profunda da realidade atual, projetando uma consciência crítica capaz de entender e se posicionar diante dos graves problemas sociais. Tendo uma temática amplamente diversificada, tudo, ou quase tudo, serve de motivo aos poetas populares para escreverem seus folhetos de heroísmo, bravura, religiosidade, eventos sociais, políticos etc. Os poetas produzem um relato extra-oficial, popular e poético dos fatos.

Assim, é que dada a importância do cordel, como uma manifestação da expressão literária popular, é que este trabalho de pesquisa enfocará a obra do cordelista pedrossegundense João Ferreira dos Santos, com o objetivo de divulgar seu trabalho, mostrando à sociedade o que realmente é literatura de cordel, sua estrutura, origem, seus feitos e identificando o ser humano como criador na construção de valores da humanidade expressos através da poesia.

Desta forma realizou-se uma abordagem sobre o conceito de cordel, sua história, a leitura coletiva e o cordel no nordeste.

O estudo não se esgota com esta pesquisa, uma vez que o campo do cordel Pedro II, já pode ser considerado bem expressiva com manifestações de vários autores. Neste estudo, para fins de delimitação do tema, restringiu-se ao trabalho de apenas um destes autores, mas é importante salientar que existem autores com obras publicadas e reconhecidas localmente, tratando de temas relacionados ao imaginário e à vivência popular.

2.LITERATURA DE CORDEL

2.1 Conceituando o Cordel

A imprensa escrita possibilitou a publicação rápida e a baixo custo de um enorme manancial de literatura oral conservada de memória, por narradores ou cantores, de geração em geração, sem se saber de autores definidos.

O termo “literatura oral”, com essa concepção foi criado, pelo estudioso Francês Paul Sebillot,1881, para denominar o folclore dos contos, cantos, fábulas, lendas, mitos anedotas, adivinhações, parlendas, rodas, jogos infantis, enigmas, charadas, provérbios, orações, canções, frases feitas, danças cantadas, desafios, acalantos, aboios, ditados; enfim, tudo o que o povo cria e conserva para a sua conversação e lazer. Uma particularidade é a de que cada povo conta as histórias de acordo com o seu caráter e época, atualizando essa oralidade, que deve vir de milênios.

A literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos expostos para a venda, pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome, são escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilografias, o mesmo estilo de gravuras usados na capa, as estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores ou cordelistas recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciadas acompanhadas de viola.

Em poucas horas o livreto é impresso, ilustrado e colocado à venda nas feiras, mas hoje o cordel não se restringe a simples folhetos; vários poetas, pesquisadores e estudiosos, editam verdadeiras enciclopédias em literatura popular. Diversos são os gêneros cordelianos, entre os mais difundidos estão a sextilha muito usados pelos poetas.

Não obstante sua grande popularização no nordeste, temos poetas populares de várias regiões. Alguns deles hoje formados com conhecimento amplo acerca de vários assuntos. Tais cordelistas são conhecedores das características do verdadeiro cordel: a linguagem popular, a espontaneidade dos versos, a inspiração para a criação, pois é assim que acontece a oralidade do cordel.

2.2 A História do Cordel

Houve no decorrer dos séculos, em diferentes culturas e países, a manifestação do fenômeno popular chamado cordel. Investigando esse fenômeno vimos que se manifestou na Alemanha nos séculos XV e XVI, como também na Inglaterra, Holanda, França, Espanha e Portugal, no século XVII. Na França os folhetos de cordel, eram vendidos em gavetas ou tabuleiro dependurados por uma tira de couro passada em volta da nuca do vendedor, à moda dos camelos.

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