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Modernismo: Orpheu - Mario de Sá - Carneiro e Almada Negreiros

Por:   •  1/7/2016  •  Seminário  •  2.253 Palavras (10 Páginas)  •  685 Visualizações

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INSTITUTO MUNICIPAL DE ENSINO SUPERIOR DE SÃO MANUEL

PROFº DRº ALDO CASTALDI

SIMONE NEPOMUCENO

ORPHEU: MÁRIO DE SÁ - CARNEIRO E ALMADA NEGREIROS

Trabalho entregue à professora Sandra Macedo, referente à matéria de Literatura Portuguesa. 6º Semestre de Letras.

SÃO MANUEL

2015

“Morte, que mistérios encerras?...Ninguém o sabe... Todos o podem saber... Basta ir ao teu encontro, corajosa, resolutamente, que nenhum mistério existirá já!”

Mário de Sá-Carneiro

RESUMO

O modernismo é um movimento literário que vai de encontro contra o conservadorismo da época, buscando entrelaçar novas revoluções culturais e sociais, ou seja, nascendo uma nova geração. Suas principais influências são causadas pelas Vanguardas Europeias, com o país em crise com a queda da monarquia, buscam novas ideias e linguagem. Mário de Sá- Carneiro e Almada Negreiros e outros autores contribuíram comas edições da Revista “Orpheu”.O modernismo é dividido em três gerações: primeira o Orfismo, segundo o Presencismo e a terceira Neo-Realismo.  

Palavras – chave: Modernista– Críticas – Conservadorismo - Escrita

SUMÁRIO

  1. INTRODUÇÃO.............................................................................................05
  2. REVISTA ORPHEU.....................................................................................06
  3. MÁRIO DE SÁ CARNEIRO .......................................................................07

III.I. OBRA....................................................................................................07

                  III.II. CURIOSIDADES................................................................................09

  1. ALMADA NEGREIROS..............................................................................11

IV.I. OBRA....................................................................................................11

IV.II. CURIOSIDADES................................................................................12

  1. CRÍTICAS DA ÉPOCA................................................................................15
  2. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................16
  3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................17

  1. INTRODUÇÃO

O Modernismo Português surge em 1915, com as primeiras publicações da Revista Orpheu. Através do movimento das Vanguardas Europeias, os autores a qual se iniciavam a primeira fase do modernismo, obtiveram como fonte de grandes inspirações.  

Tratando de uma revolução em relação ao tabu do conservadorismo vivido da época, ou seja, desvinculando a sociedade e agregando novos os valores e(musica cinema e tecnologias avançadas).

As poesias publicadas na revista Orpheu, tratam de uma grande crítica com todos os acontecimentos da época, as guerras mundiais, a nova reforma do governo (a queda da monarquia 1910) de Portugal.

O Modernismo divide em três grandes gerações: Orfismo, Presencismo e Neo-Realismo.

  1. REVISTA ORPHEU

A revista de Orpheu foi um importante marco para o Modernismo Português. Criada por Fernando Pessoa, Mário de Sá – Carneiro e Almada Negreiros teve sua primeira edição em 1915, com o intuito de divulgar ideais modernistas e as tendências culturais que rodeavam aquele século.

A revista, a pesar de ter grande repercussão e escândalos à burguesia que, estava acostumada com o cânone literário do século XX, não passou da segunda edição.

Mario de Sá-Carneiro foi um dos mais respeitados da geração de “Orpheu”, além de poeta. A principal Obra de Mário na Revista Orpheu foi “TACITURNO”, causando uma grande euforia no meio cultural português. Ou seja, surgiam novas ideias de modernismo acabando com o tabu do romantismo literário da época (Inadaptação ao mundo, Inseguro, Egocentrismo).

  1. MÁRIO DE SÁ - CARNEIRO

Mário de Sá – Carneiro foi um dos precursores e grande influenciador da revista Orpheu de 1915, junto com Fernando Pessoa e Almada Negreiros. Considerado um dos expoentes do Modernismo em Portugal e grande escritor da literatura Portuguesa.

Nasceu em Lisboa em 19 de maio de 1890. Perdeu a mãe aos dois anos de idade, e a dor o acompanhou para o resto da sua vida. Seu pai, quando viúvo, entregou o menino aos avós e seguiu uma vida de viagens,a fim de arcar com os estudos do futuro grande poeta português.Cursou quase um ano da faculdade de Direitos aos 21 anos. Em 1912 conheceu o tão famoso e fiel amigo Fernando Pessoa. Criaram então a revista Orpheu,

Sá – Carneiro, com as influências e conselhos de Pessoa, fez parte das correntes das vanguardas, como o futurismo, por exemplo, dando ênfase a sua poesia, com total dificuldade de expor-se como adulto e transpor barreiras entre realidade e fantasia.

Em suas obras, a predominância era o melancolismo, narcisismo e frustração de sentimentos, que, neste terceiro, retratava a perda da mãe, quando bebê.

Foi para Paris e, ingressou na Universidade de Sorbonne, onde sua vida passou a ganhar os contornos dramáticos, fazendo entregar sua vida a uma convivência desregrada. Abandonou a universidade e se aproximou mais de Pessoa. Começou então a falar ao seu amigo, o desejo de suicídio através de cartas com linguagem sarcástica e irônica.

III.I.     OBRA

Mário de Sá – Carneiro teve em seu contexto de obras, os livros: Princípio (novelas – 1912), Memórias de Paris (coletânea de memórias - 1913), A Confissão de Lúcio (romance - 1914), Dispersão (poesia - 1914) e o último publicado em vida, Céu em Fogo (novelas – 1915). As cartas que escrevia à Pessoa, mais tarde em, 1958 e 1959, foram publicadas em dois volumes, tornando-se alvos de análises dos estudiosos literários. Vejamos sua obra primordial: Dispersão.

Dispersão

Perdi-me dentro de mim 
Porque eu era labirinto, 
E hoje, quando me sinto, 
É com saudades de mim. 

Passei pela minha vida 
Um astro doido a sonhar. 
Na ânsia de ultrapassar, 
Nem dei pela minha vida... 

Para mim é sempre ontem, 
Não tenho amanhã nem hoje: 
O tempo que aos outros foge 
Cai sobre mim feito ontem. 

(O Domingo de Paris 
Lembra-me o desaparecido 
Que sentia comovido 
Os Domingos de Paris: 

Porque um domingo é família, 
É bem-estar, é singeleza, 
E os que olham a beleza 
Não têm bem-estar nem família). 

O pobre moço das ânsias... 
Tu, sim, tu eras alguém! 
E foi por isso também 
Que te abismaste nas ânsias. 

A grande ave dourada 
Bateu asas para os céus, 
Mas fechou-as saciada 
Ao ver que ganhava os céus. 

Como se chora um amante, 
Assim me choro a mim mesmo: 
Eu fui amante inconstante 
Que se traiu a si mesmo.

Não sinto o espaço que encerro 
Nem as linhas que projecto: 
Se me olho a um espelho, erro - 
Não me acho no que projecto. 

Regresso dentro de mim, 
Mas nada me fala, nada! 
Tenho a alma amortalhada, 
Sequinha, dentro de mim. 

Não perdi a minha alma, 
Fiquei com ela, perdida. 
Assim eu choro, da vida, 
A morte da minha alma. 

Saudosamente recordo 
Uma gentil companheira 
Que na minha vida inteira 
Eu nunca vi... Mas recordo

A sua boca doirada 
E o seu corpo esmaecido, 
Em um hálito perdido 
Que vem na tarde doirada. 

(As minhas grandes saudades 
São do que nunca enlacei. 
Ai, como eu tenho saudades 
Dos sonhos que não sonhei!...) 

E sinto que a minha morte - 
Minha dispersão total - 
Existe lá longe, ao norte, 
Numa grande capital. 

Vejo o meu último dia 
Pintado em rolos de fumo, 
E todo azul-de-agonia 
Em sombra e além me sumo. 

Ternura feita saudade, 
Eu beijo as minhas mãos brancas... 
Sou amor e piedade 
Em face dessas mãos brancas... 

Tristes mãos longas e lindas 
Que eram feitas pra se dar... 
Ninguém mas quis apertar... 
Tristes mãos longas e lindas... 

E tenho pena de mim, 
Pobre menino ideal... 
Que me faltou afinal? 
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!... 

Desceu-me na alma o crepúsculo; 
Eu fui alguém que passou. 
Serei, mas já não me sou; 
Não vivo, durmo o crepúsculo. 

Álcool dum sono outonal 
Me penetrou vagamente 
A difundir-me dormente 
Em uma bruma outonal. 

Perdi a morte e a vida, 
E, louco, não enlouqueço... 
A hora foge vivida, 
Eu sigo-a, mas permaneço... 

. . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . 

Castelos desmantelados, 
Leões alados sem juba... 

. . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . 

Paris, maio de 1913.

...

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