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Mrs. Dalloway

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Por:   •  15/11/2013  •  2.060 Palavras (9 Páginas)  •  576 Visualizações

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Em 1928, na edição americana de Mrs. Dalloway, Virginia Woolf declara que um romance nasce num autor tal como os frutos e as folhas desabrocham das árvores. Esta metáfora aluz ao início da obra com a contastação de que Clarissa Dalloway (Mrs. Dalloway) fica com a responsabilidade de comprar flores, as quais a nível simbológico representam fragilidade. Não nos devemos iludir, pensando que Woolf era frágil pois a própria considerava que a sua expressão literária era uma cota parte da sua “loucura”.

Mrs. Dalloway faz com que o leitor viage a uma cidade de Londres Pós Primeira Guerra Mundial e a que se perca numa realidade por um lado extasiante e por outro intimidante. Na verdade, a obra é resultado duma realidade não muito distante da que a Woolf presenciava visto que esta começara a escrevê-la a 14 de Outubro de 1922.

A doença mental, a homossexualidade, o feminismo e a constante opressão são temas abordados na obra. Os temas ganham vida com as personagens principais, que neste caso são Clarissa Dalloway e Septimus. A Clarissa é a heroína do romance e reflecte o lado da alta sociedade, uma mulher que se envolve na vida segundo a Teoria dos Opostos . O Septimus representa o resultado negro de uma guerra. Este sofre de “shell shock” (stress pós-traumático) e presenteia-nos com a sua perspectiva do mundo e o desejo da morte. Como outrora Stephen King afirmou“Os monstros existem. Os fantasmas também. Eles vivem dentro de nós e...ás vezes ganham." , e no decorrer da análise da obra verficamos quem ganhou…

Assim sendo, o que procuramos na análise da obra Mrs. Dalloway é não apenas as características elementares de uma obra literária, como por exemplo analepses e figuras de estilo,

mas também compreender o mundo de duas personagens tão enigmáticas e por consequência tão envolventes. E poderemos verificá-lo também com a visualização de excertos do filme.

Será que iremos afirmar que estas duas personagens são “Doppelgängers”? Resta-nos, assim, esperar que a análise comece…

3. Virginia woolf e contextualização histórica

Virginia Woolf nasceu em Londres a 25 de Janeiro de 1882, filha de Leslie Stephen, crítico literário, e Julia Duckworth Stephen. O seu trabalho como romancista, autora e crítica levou a que ficasse reconhecia como uma das figuras proeminentes do modernismo.

Woolf cresceu numa família de classe média alta, envolvida na sociedade. Tinha 3 irmãos, dois meios-irmãos e duas meias-irmãs. Foi educada em casa pelo que se tornou numa devorada de livros aproveitando a extensa colecção do seu Pai. Com apenas 13 anos perde a mãe e depois com 15 padece a sua irmã Stella o que levou ao inicio da sua experiência com doença mental, uma depressão profunda que a acompanhou até à sua morte.

Estando perante a época Vitoriana, tentaram cortar as asas a Woolf visto que na altura não encorajavam mulheres a seguir os estudos. Mas em 1904, após a sua mudança para Bloomsbury, Woolf conhece um grupo de jovens que expressam as suas opiniões acerca do mundo. Abordavam sobre a religião, sexo, arte e, para choque de alguns, homossexualidade, temas que eram tabus na era Vitoriana.

O primeiro romance de Woolf, The Voyage Out, foi publicado em 1915, após três anos de casamento com Leonard Woolf, que também fazia parte “clã Boomsbury”. Durante a era vitoriana, Woolf escrevia no seu diário romance e críticas o que lhe permitiu tentar encontrar o “eu” como escritora enquanto se debatia com a sua doença bipolar. Mrs. Dalloway torna-se a voz de Woolf, visto que esta consegue criticar os profissionais médicos da altura no âmbito da doença mental.

Em 1925, com Mrs Dalloway, Woolf consegue expressar novas realidades de uma Inglaterra Pós Primeira Guerra Mundial através de uma nova forma literária. A obra está divida em partes em vez de capítulos, e a sua estrutura permite que a mistura de pensamentos das personagens se complete. Segundo os críticos, esta foi a obra em que Woolf encontrou a sua “voz” como escritora.

4. Resumo da obra

Estamos em meados de Junho, faz quase 5 anos desde o dia do Armistício e Clarissa Dalloway, com 52 anos, decide ir comprar flores para a sua festa. Clarissa recorda-se de um verão em Bourton, quando tinha apenas 18 anos, e como nesse dia sentiu que algo de mau iria acontecer. A caminho da florista, Clarissa encontra-se com um velho amigo Hugh Whitbread. Este encontro relembra-lhe de outro velho amigo que no verão em Bourton afirmou não gostar de Hugh, o amigo era Peter Walsh. Clarissa recorda-se das duras palavras de Peter, de como ela iria casar com um Primeiro Ministro.

Estes pensamentos fazem com que esta comece a pensar na ideia da Morte. Tem consciência que o mundo vê-la como Mrs. Dalloway, esposa de Richard Dalloway, e não como Clarissa.

Septimus Warren Smith tem 30 anos, é Veterano da Primeira Guerra Mundial e sofre de Shell shock. Lucrezia é a mulher de Septimus. Lucrezia ou Rezia sofre imenso com a doença mental do marido e receia que este se mata visto já ter pronunciado esse desejo. Septimus vive assombrado com a morte do seu melhor amigo Evans. No céu um avião escreve “TOFFEE” que leva Septimus a acreditar que estão tentar comunicar com ele através de uma mensagem secreta.

Clarissa regressa das compras e sente que está num convento. Tem dormido sozinha desde que esteve doente pelo que se sente feliz por estar só. Ao pensar que não se sente apaixonada por Richard, assume que sente atracção por mulheres e que acredita ter estado apaixonada pela sua amiga Sally Seton. O beijo que Sally deu a Clarissa perpetuou a felicidade desta que pensou na altura “if it were now to die ‘twere now to be most happy”, frase de Othello na peça de Shakespeare.

Peter Walsh aparece em casa de Clarissa, para sua surpresa. Afirma que está em Londres para tratar do divórcio da sua noiva Daisy que vive na Índia. Isto leva a que Peter relembre que outrora clarissa rejeitou o seu pedido de casamento.

Quando sai de casa de Clarissa acaba por passear em Trafalgar Square e depois em Regent Park, acabando por se sentar num dos bancos. Adormece mas quando acorda pensa “the death of the soul” e relembra-se de quando ele acredita que a alma de Clarissa morreu. No verão em Bourton,

Clarissa conhece Richard e Peter apercebe-se que esta vai casar com Richard. Peter sente que alguém acabou de passar por cima da sua cova.

Peter relembra-se de Sally Seton e

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