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NORMATIVO PRESCRITIVA NO ENSINO DO PORTUGUÊS

Por:   •  4/3/2022  •  Resenha  •  1.309 Palavras (6 Páginas)  •  88 Visualizações

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Ângela Maria da Silva

 

SOCIOLINGUÍSTICA E ENSINO DE LÍNGUA

MATERNA: UM OLHAR SOBRE A TRADIÇÃO

NORMATIVO-PRESCRITIVA NO ENSINO DO PORTUGUÊS  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO  

 

 

Partimos do pressuposto de que as práticas de ensino da língua materna contemporâneas ainda ignoram resultados relevantes das pesquisas científicas realizadas por estudiosos da língua nos últimos 40 anos, nos campos da Análise do Discurso, da Linguística Textual, da Psicolinguística, da Pragmática e, no que nos interessa abordar neste estudo, o da Sociolinguística.  Neste último campo, em particular, destaca-se o conflito relativo à dificuldade de ensinar a norma- padrão sem desprezar a bagagem e conhecimento linguístico que cada indivíduo possui, adquirido no uso do cotidiano, que faz da língua sua prática de comunicação e interação com o grupo que pertence. Tendo como referência a proposta dos

Parâmetros Curriculares Nacionais, percebemos a necessidade de “derrubarmos” alguns preconceitos linguísticos relativos às formas cotidianas, não padrão, de uso linguístico, visto que, em geral, por toda a vida escolar, o estudante tem em mente, ou isso lhe é imposto, que a única forma correta de se expressar é a norma culta.  

                        Embora se possa perceber uma mudança paulatina nas práticas de ensino de língua, no esforço de superar a abordagem normativo-prescritiva, este ainda se dá quase que exclusivamente mediante “regras” de “padrões gramaticais”, enquanto que o trabalho reflexivo acerca da valorização do contexto comunicativo, das intenções comunicativas dos sujeitos, suas vivências e a variação linguística própria de cada ainda é praticamente desconsiderada ou posta à margem da prática pedagógica.  

Como afirma Bagno (2003:43):

 

O primeiro desses conceitos é o que poderíamos chamar de senso comum, tradicional ou ideológico, e é aquele que tem mais ampla circulação na sociedade. Na verdade, trata-se muito mais de um preconceito do que um conceito propriamente dito. E que preconceito seria esse? É o preconceito de que existe uma única maneira “certa” de falar a língua, e que seria aquele conjunto de regras e preceitos que aparece estampado nos livros chamados gramáticas (...).

 

O objetivo a alcançar, neste contexto, seria trabalhar a língua em sala de aula de maneira ampla e reflexiva, mostrando aos discentes as variantes linguísticas utilizadas nos meios sociais para que, ao utilizá-las, não as encarem como “erros”, mas como “diferenças” sofrendo constantes transformações, comuns a toda língua, já que a língua é “viva”. Citamos como exemplo o caso do pronome você, que um dia já foi vossa mercê, que se transformou em vosmecê, vassuncê, vancê, passando a você e hoje, já se escuta . Com a ciência de que a linguagem é atividade humana, histórica e social, nada mais natural que colocar em prática a análise e a reflexão sobre a língua e suas variações correntes no cotidiano. A intenção deste trabalho é discutir o processo natural de produção e difusão das diferenças linguísticas, reflexo das diferenças socioculturais e históricas e buscar formas de, em se compreendendo tal fenômeno, pensar formas de conduzir uma prática docente que possa aplicá-las de acordo com a situação comunicativa, em benefício da aprendizagem linguística dos alunos, que inclui o domínio da norma culta, conforme contemplam os PCNs.  

         De maneira objetiva, o capítulo I aborda a história da língua e suas mudanças ao longo do tempo, mostrando as diferentes formas de comunicação, a padrão e a não-padrão. Neste capítulo, evidenciamos que existe um preconceito em relação ao código que falamos, já que, segundo os gramáticos, os falantes cultos conseguem utilizar a variedade padrão e os menos privilegiados não a aplicam. Vivemos em uma sociedade letrada e a cobrança pela língua normativa ainda é muito forte, ou seja, através da língua, muitas vezes, detectamos quem têm acesso às regras gramaticais. Esse preconceito será amenizado com a introdução sugerida pelos

PCNs, que sugerem a aceitação de outra forma de utilização da língua, a Sociolinguística, uma nova modalidade, que demonstra a eficácia na comunicação, desde que cumpra um papel social.

         O capitulo II mostra-nos que os PCNs têm um papel extremamente importante para sugerir metas de qualidade que amparem o estudante, fazendo com que ele seja capaz de enfrentar o mundo atual como cidadão reflexivo e autônomo, conhecedor dos seus direitos e deveres perante a sociedade. Os Parâmetros serão instrumentos úteis no apoio às discussões pedagógicas, na elaboração de projetos educativos, planejamento das aulas e na reflexão sobre a prática de ensino, auxiliando os alunos para que sejam capazes de posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando a comunicação como forma de mediar conflitos e tomar decisões grupais; conhecer características essenciais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio de construir progressivamente a noção de identidade nacional, utilizando os diferentes níveis de linguagens com a intenção de expressar e informar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais em contextos públicos e particulares, atendendo às diferentes situações comunicativas, utilizando as diversas fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e estabelecer conhecimentos.

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