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O CONTO PORTFOLIO LETRAS 2° SEMESTRE

Por:   •  15/10/2022  •  Projeto de pesquisa  •  1.860 Palavras (8 Páginas)  •  80 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

A definição de Escrita Criativa pode parecer obvia, e muitas pessoas acreditam que sabem exatamente do que se trata, mas acontece que ela não depende exclusivamente de inspiração, ela vem do esforço constante, da leitura diária e práticas de escrita. Segundo MACVEAN (2016, p.14) a Escrita Criativa é o processo de criação por meio da escrita que demanda atenção, imaginação e concentração direcionadas para a produção de um texto original e que possua significado e valor, mesmo que apenas para o escritor. A forma e o conteúdo da Escrita Criativa podem várias num aspecto amplo, mas costuma envolver pensamento imaginativo e a criação de algo totalmente novo.

Além disso, o Termo Escrita Criativa não significa que uma obra seja muito criativa, única e/ou original. Mas é a busca pela criatividade através dos exercícios práticos. E para desenvolver é necessário saber o que é a criatividade. Para Gil e Cristóvam-Bellman (1999) a palavra criatividade tem origem no verbo creare, como começar, gerar, formar. O seu conteúdo foi utilizado de início do sentido de fantasia, imaginação, poder de abstração e inteligência.

Santos e Serra (2007) citaram a criatividade como algo que podemos utilizar. É como exercitar um músculo, à medida que o trabalhamos, mais apto se torna, mais forte fica e mais facilmente se adapta a mudanças e desafios.

A criatividade pode ser definida como uma autorrealização, motivada pela constante execução criativa. A criatividade abre portas a novas a “experiências”, a uma necessidade de transmitir ideias, valores e de resolver problemas. Está intimamente ligada à qualidade de pensamento, tal como a flexibilidade, as crenças do indivíduo e as suas percepções, bem como a tolerância à ambiguidade ou imprevisibilidade (Franken, 1998).

A Escrita Criativa, nesse sentido busca transmitir significado, tomando como ponto de partida a imaginação. Sendo assim, a Escrita Criativa é a brilhante arte de inventar coisas do jeito mais atrativo, adequado e convincente possível. E pode ser relacionado ou não com textos literários.

Esse trabalho apresenta um conto, produzido com a estimulação da Escrita Criativa, com a prática de leitura, escrita e criatividade. E para fechar  um relato reflexivo apresentando os pontos que levaram a criação do conteúdo, as dificuldades e aspectos da experiencia com a Escrita Criativa.

2 DESENVOLVIMENTO

O LADO SOMBRIO DA AVENIDA BRASIL

        Era tarde da noite, de um dia cansativo, conturbado. Sai do trabalho, daquele escritório imundo, parecia que a senhora da limpeza estava mais desgostosa com a vida do que eu, me liberaram mais tarde do que o planejado daquela reunião estúpida, sempre a mesma ladainha. Caminhei rapidamente pelo corredor que saia da sala de projetos e dava para os armários onde guardamos nossos pertences, armários empoeirados, a sujeira tomava conta daquele quartinho minúsculo, literalmente um cubículo. Destranquei o cadeado enferrujado, peguei minhas chaves do carro, minha jaqueta jeans customizada com patches e sai desesperadamente ao encontro do meu veículo, naquele estacionamento sombrio e escuro, onde dava para sentir os sopros gelados do vento daquela noite de sexta-feira.

Destravei meu carro, sentei ao volante, passei o cinto apertado sobre meu corpo, já não havia mais forças nem para arrumar aquele cinto desajeitado. Coloquei a chave na ignição, engatei a marcha ré e acelerei forte com anseio de sair daquele lugar e ir logo para casa, não suportava um segundo a mais, aguardava ansiosamente para o término daquele dia cansativo que havia sugado as poucas energias que meu corpo ainda possuía.

Ao sair pelo portão daquele bendito estacionamento, o carro parecia cambalear, todo desengonçado e fazia um barulho sinistro, algo assustador. Desliguei a chave e tirei do contato, arranquei o cinto com ódio e sai do carro batendo a porta com força, dei a volta no carro procurando o motivo daquele barulho que estava me perturbando, quando notei que o pneu traseiro do lado do passageiro estava completamente murcho, furado com certeza e nenhuma borracharia atenderia naquele horário, maldito horário.

Voltei para o interior do carro, peguei meu celular que já estava com a bateria quase esgotada, brilho da tela escuro, quase não se via nada, consegui encontrar o aplicativo e solicitei um Uber, com urgência. Droga!! Não aguentava mais aquele dia conturbado, precisava da minha casa, da minha cama quentinha e confortável.

Passaram trezentos carros naquela avenida, não que eu tenha contado, mas que vi muitos faróis em um pequeno espaço de tempo, mas nenhum era o Renault Logan na cor preta, placa ABZ-2D64, características do carro que me salvaria daquela imensidão.

Dez minutos depois, avisto um carro com o farol alto que cegava meus olhos, como colírio em dias de exame de vista, mas ainda assim conseguia ver que era um carro preto, tão preto que brilhava, as rodas chamavam atenção de quem passava no quarteirão adiante. O carro foi chegando cada vez mais perto, e mais perto, até que parou na minha frente e abaixou os vidros envolvidos insulfilme fumê. Boa noite, senhora Maria Eugênia?  Disse o motorista com olhar de espanto e desligando o carro de mansinho. Sim, eu mesma senhor Frederico, o salvador da Pátria, eu respondi aliviada.

Abri a porta traseira e me sentei atrás do banco do passageiro, que conforto, o carro cheirava novo, eu aspirava novamente ar puro, bancos macios, carpete limpinho, dava gosto de estar naquele lugar. Mas assim que entrei no veículo, o silencio reinou, ouvi os ruídos do senhor Frederico procurando a ignição para dar partida no carro, e logo após o ronco estremecedor daquele motor, parecia estar fundindo, ele olhou com cara de assustado pelo espelho retrovisor e ali já pensei que ficaria novamente no meio do caminho, mas ele seguiu firme, colocando marcha.

Estava exausta, então me acomodei naquele banco acolchoado, encostei minha cabeça no encosto virada para a janela, estava tranquilizada. Até que adentramos na Avenida Brasil, uma das maiores e mais movimentadas da cidade. Por onde eu sempre passei, todos os dias da minha vida, mas hoje eu percebi algo diferente. De um lado lindos prédios reluzentes, a pintura da fachada em dia, vidros limpos, luzes acessas, ao fundo dava para visualizar as famílias reunidas para o jantar, provavelmente com o banquete completo, com direito a torta holandesa de sobremesa, bebidas para todos os gostos, e a arrogância confinante. Do outro lado, era vastidão, pessoas com poucas roupas no frio imenso, que gelava os fios de cabelo, muitas deitadas em cima de papelões, envolvidos em cobertores rasgados, ao lado apenas seu melhor amigo, o cão que por mais devastadora a situação, ali permanecia aconchegado em carinhos de quem um dia sonha com a vida melhor. Na mão um cachimbo, no rosto um olhar assustado, e o pensamento de que ali estavam, sozinhos, sempre sozinhos, angustiados com a situação.

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