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O Ufanismo adaptado do modelo Europeu

Por:   •  4/10/2015  •  Dissertação  •  812 Palavras (4 Páginas)  •  200 Visualizações

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O Ufanismo adaptado do modelo Europeu

Ufanismo: definição

A palavra ufanismo é uma referência à obra de Afonso Celso intitulada “Por que me ufano pelo meu país”. Essa expressão significa que alguém se sente orgulhoso; tornar-se envaidecido: ufanaram-na as qualidades; ufanava-se de seu país.

Essa expressão é utilizada no Brasil para demonstrar patriotismo, enaltecendo o potencial da pátria, suas belezas naturais e riquezas.

Às vezes os ufanistas acabam exagerando no tom e se vangloriam de forma desmedida quando falam de seu país, acabando por destoar da realidade, ou então, se esquecendo de ver a realidade como um todo, que é feita de aspectos negativos também. Para ilustrar essa ideia lembrei-me de uma notícia estampada na capa de um famoso jornal paulista, logo após a vergonhosa derrota da seleção brasileira: “Agora que o ufanismo futebolístico acabou, voltemos com a realidade”.

Contexto Histórico-Cultural

Como nossa intenção é traçar um paralelo entre o movimento romântico no Brasil e o sentimento de ufanismo, precisamos primeiro pensar no momento histórico-cultural ao qual ele estava inserido.

Como toda estética literária, o romantismo se baseou em ideologias pautadas no contexto cultural e social da época. Assim precisamos lembrar que o país estava conquistando sua independência política, deixando de ser colônia de Portugal.

Embora essa independência não tenha acarretado grandes mudanças na estrutura socioeconômica brasileira, sendo que o país continuava dividido em grandes latifúndios, e se mantinha fundamentalmente agrário, a mentalidade das pessoas sofria uma mudança mais profunda.

Houve o nascimento de um novo público leitor, ansioso por obras nacionais, estimulado pelo nacionalismo ufanista que ganha força após 1822.

Os escritores encontram então um objetivo nessa primeira fase romântica: contribuir para a edificação do país através de uma literatura que fosse o reflexo desse novo mundo.

Criando uma literatura autônoma os escritores começaram então a falar de nossa gente, das paisagens física e humana, exaltando a sua beleza e originalidade. Os escritores queriam com isso criar uma identidade nacional e definir o rumo cultural, valorizando os elementos nativos do Brasil.

A Adaptação do Modelo Europeu

Diante do exposto era natural que os escritores nacionais fizessem uma versão nacionalista do movimento romântico que ocorria na Europa. Em busca de inspiração para essa identidade própria eles se voltaram à cultura primitiva, e consequentemente à figura do índio.

O índio passou a ocupar o lugar do herói, lembrando muitas vezes a figura de um cavaleiro medieval provido de caráter impecável e honra inquestionável. Dessa forma os escritores assumem a imagem exótica que as metrópoles europeias tinham dos trópicos.

Precisamos lembrar que enquanto na Europa o romantismo se voltava para a idade média, revivendo as origens de suas nações, aqui no Brasil os escritores se voltaram às culturas primitivas e o choque com a chegada do homem branco vindo do continente.

Ótimo representante dessa visão poética é a obra “Iracema” de José de Alencar:

“Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta.”

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