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O Uraguai de Basílio da Gama

Por:   •  1/11/2018  •  Resenha  •  637 Palavras (3 Páginas)  •  305 Visualizações

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O Uraguai, de Basílio da Gama, é um poema épico de cinco cantos, sem divisões em estrofes, seus versos não possuem rimas, e o poema faz parte do movimento literário denominado Arcadismo ((1768-1836), influenciado pelo Iluminismo. Neste contexto, os escritores buscavam expressar o bucolismo e o racionalismo que os homens estavam vivendo.

O poema traz como tema histórico o conflito nas fronteiras entre os dois povos ibéricos na América: Portugueses e Espanhóis. Devido ao tratado de Madri, que substituía o Tratado de Tordesilhas, e estabeleceria novas fronteiras para a exploração, os índios guaranis e padres jesuítas deveriam abandonar as missões às margens a esquerda do rio Uruguai, no entanto, não aceitaram tal decisão. Desta maneira, o poema irá tratar do confronto entre esses grupos, que culminará na Guerra Guaranítica.

O canto II de o Uraguai apresenta a batalha entre os luso castelhanos e os indígenas. Devido ao fato dos jesuítas se negarem a aceitar a nacionalidade espanhola, acabam por se tornar, responsáveis pela matança dos nativos.

O poema é uma crítica ao comportamento dos jesuítas e de valoração e coragem do índio, que, apesar de encontrar a morte, luta bravamente. Trata-se de um louvor ao caráter grandioso do índio, reivindicando seu direito natural de permanecer na sua terra. No entanto, embora o autor demonstre essa simpatia pelo indígena, também os trata como povo rude e simples, demonstrando uma posição de superioridade intelectual e de desenvolvimento do europeu, entre esse desenvolvimento,  a posse de armas de guerra evoluídas, a organização racional de seu exército e a diplomacia, contra as quais os índios, povo primitivo,  não poderiam concorrer.

No segundo canto, as tropas luso espanholas encontram o exército guarani. O líder dos portugueses lamenta o conflito. Basílio da Gama demonstra através dos diálogos travados e descrição das personagens a ambigüidade entre a racionalidade dos portugueses, que tentam evitar um embate por meio do diálogo e o primitivismo dos indígenas, que é um povo nobre e possui inocência em suas atitudes, desejando apenas o que é de seu direito natural, defender seu povo e seu espaço. Por outro lado, os indígenas sofrem a influência negativa dos jesuítas, que são descritos através da figura do padre Balda. Gananciosos, usam a inocência dos índios para promover seus próprios interesses ambiciosos, instigando os nativos ao combate violento.

O narrador mostra por meio do discurso do canto II os argumentos dos portugueses e dos indígenas em pé de igualdade. Os primeiros,tentam evitar o confronto por meio da diplomacia, o que não é bem sucedido. Este canto traz o discurso persuasivo de Andrade, general das tropas portuguesas, discurso em que tenta convencer os índios de que estão ali para salvá-los dos jesuítas.

Entre os chefes indígenas, os líderes Cacambo e Sepé, de personalidades diferentes, lutam bravamente no embate, demonstrando grande coragem e heroísmo, matam diversos brancos. Sepé, após lutar arduamente, acaba morto por um tiro no peito. É uma morte desumana e covarde, uma vez que o índio não teria condições de defender-se, de lutar em pé de igualdade devido à munição do europeu. “Era pequeno o espaço e fez o tiro, no corpo desarmado estrago horrendo” (GAMA, 2003. canto II) Neste ponto, podemos observar que, mesmo com a coragem do nativo, ele era incapaz de lutar com as armas simples que possuíam, contra as armas de fogo dos europeus, que representam o avanço dos exploradores. O poema representa o homem europeu como evoluído, enquanto o povo os índios, embora tivessem ruas razões na luta, coragem e sinceridade, era um povo primitivo.

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