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O ensino da literatura de cordel no livro didático: uma análise

Por:   •  24/3/2021  •  Artigo  •  3.207 Palavras (13 Páginas)  •  263 Visualizações

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O ensino da literatura de cordel no livro didático: uma análise

Teaching of cordel literature in textbook: An analysis

Maria Reginalda da Silva¹

Débora Maria do Nascimento²

¹ Mestranda do Mestrado Profissional em Letras em Rede Nacional (PROFLETRAS) pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Solonópole-CE, Brasil, profregisilva@gmail.com.

² Doutora em Educação; professora adjunta na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Pau dos Ferros – RN, Brasil, pedeboramar@yahoo.com.br

Palavras Introdutórias

Apresento esse trabalho

Com a melhor intenção

Pra podermos pensar

Como anda a produção

Da literatura popular

Dentro da educação

Como está nos livros

Essa forma de expressão

É o que vamos analisar

Meu cordel do coração

Fruto do bem falar

Do nosso amado sertão.

O ensino de produção de textos tem sido abordado em diversos estudos, sob muitas perspectivas teóricas e tem sido um grande desafio para os docentes de todo o país. Neste trabalho, a proposta é colaborar com essas discussões refletindo, especificamente, sobre o lugar ocupado e destinado à produção textual do cordel no livro didático nos anos finais do Ensino Fundamental.

Primeiro, abordaremos sinteticamente os temas que movem a produção desse artigo: produção textual, livro didático e literatura de cordel. Em seguida, apresentaremos uma análise da produção textual do gênero cordel nos livros didáticos nos anos finais do Ensino Fundamental, pontuando sobre o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), quais livros foram analisados e, finalmente, sobre a atividade de produção de cordel, retratada nesse artigo mais detalhadamente.

Para começo de conversa: como ensinar a produzir textos?

Para Geraldi (2012, p. 131) é “devolvendo o direito à palavra – e na nossa sociedade isto inclui o direito à palavra escrita – que talvez possamos um dia ler a história contida, e não contada, da grande maioria que hoje ocupa os bancos das escolas públicas”. Assim, entendemos que o texto deve ser escrito a várias mãos e deve chegar a outras tantas mãos, não sendo um trabalho individual nem deve ter apenas o professor como leitor.

A escrita é um processo que envolve conhecimento de mundo, das normas básicas de ortografia e gramática, raciocínio, organização do pensamento, criticidade, conhecimento acerca do tema a ser desenvolvido, da familiaridade com o gênero a ser escrito, entre outros aspectos, por isso, não é algo mecanizado como uma cópia de atividades do quadro ou de livros, não deve ser banalizado dessa forma. É uma atividade de valor, que pode e deve ser apreciada, por isso, não é para ficar restrita ao contexto escolar, visto que está presente em diversos ambientes da vida humana em sociedade.

Dessa forma, a escola exerce papel fundamental, pois é a principal instituição responsável pela sistematização da aprendizagem no processo da escrita. Como conteúdo programático, não é exclusivo das aulas de Língua Portuguesa, sendo um saber processual, que exige continuidade, dando abertura a (re)formulações e perpassando por todas as disciplinas ministradas pelas escolas, assim, tem o objetivo de desenvolver o desempenho na aquisição, elaboração e expressão do conhecimento.

Nesse contexto, o professor deve elaborar atividades que provoquem nos alunos a necessidade e o objetivo de escrever determinados gêneros. Assim, deve conhecer diversas estratégias que contemplem habilidades para desenvolver a competência escritora, exercendo, dessa forma, seu papel de mediador nesse processo.

Uma ferramenta que muito colabora com a aquisição de saberes diversos, dentre eles, a produção textual, é o livro didático, distribuído gratuitamente aos estudantes de escolas públicas pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC). Esse suporte auxilia o professor sobre as muitas maneiras de conhecer e aprender a aplicar as características específicas de determinados gêneros, pois é a ele que o profissional recorre constantemente para programar suas aulas, buscando formas interativas e didáticas.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental, reforçam a relevância que o livro didático proporciona às aulas.  

O livro didático é um material de forte influência na prática de ensino brasileira. É preciso que os professores estejam atentos à qualidade, à coerência e a eventuais restrições que apresentem em relação aos objetivos educacionais propostos. (BRASIL, 1998, p. 67)  

O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) distribui obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, destinados aos alunos e professores das escolas públicas de educação básica do país. O PNLD também contempla as instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público. As escolas participantes do PNLD recebem materiais de forma sistemática, regular e gratuita. Trata-se, portanto, de um programa abrangente, com ações diversas, constituindo-se em um dos principais instrumentos de apoio ao processo de ensino-aprendizagem nas escolas beneficiadas.

Metodologia

O presente estudo aconteceu por meio da pesquisa qualitativa , pois  não houve preocupação com representatividade numérica, mas com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, buscando compreender os dados encontrados. Quanto aos objetivos, realizamos uma pesquisa bibliográfica em livros didáticos, assim conhecendo melhor o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, levantando hipóteses, dessa forma, entrando na classificação de pesquisa exploratória. E é documental porque utilizamos fontes constituídas por material já elaborado, basicamente por livros e artigos científicos.

A análise aconteceu com exemplares expostos para escolha do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), em uma escola de ensino fundamental, no município de Solonópole-Ce. Esses livros estão sendo utilizados por alunos e professores da rede municipal, entre os anos de 2020 e 2023, series finais (do 6º ao 9º ano).

As coleções em que se encontrou atividades com o gênero cordel foram:

  1. APOEMA, da Editora do Brasil, livro do 9º ano;
  2. Singular e plural, da Editora Moderna, livro do 7º ano;
  3. Tecendo linguagens, da Editora IBEP, livro do 6º ano.

Dentre eles, o livro que apresentou atividade de produção textual com o cordel foi o do 7º ano, da coleção Singular e Plural, da editora IBEP, que apresentaremos a seguir.

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