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ONDE ESTÁ A INFÂNCIA

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Por:   •  24/11/2013  •  Tese  •  709 Palavras (3 Páginas)  •  261 Visualizações

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ONDE ESTÁ A INFÂNCIA?

Valeska Favoretti Serafim

O objetivo principal deste trabalho é mostrar a realidade em que as crianças da modernidade vivem a partir de uma reflexão sobre o curta-metragem “A Invenção da Infância”, escrito e dirigido por Liliana Sulzbach, reafirmando, assim, a premissa de que “ser criança não significa ter infância”.

Colatina-ES, 20 de outubro de 2013.

SULZBACH, L. A invenção da infância. Rio Grande do Sul: 2000. Disponível em: <http://portacurtas.org.br/filme/?name=a_invencao_da_infancia>. Acesso em: 11 set. 2013.

O curta-metragem dirigido por Liliana Sulzbach, intitulado “A invenção da infância”, é de cunho altamente crítico e reflexivo. Sua riqueza material e realística contrasta situações sociais diferenciadas sobre a infância no Brasil, excluindo a imaginação poderosa de crianças, único faz-de-conta relatado no filme. Esse documentário rendeu-lhe, desde o ano de seu lançamento, não só premiações nacionais como a do “Festival de Gramado” (2000) e a do “Festival de Cinema de Recife” (2001), mas também várias premiações internacionais como a do “Image du Nouveau Monde”, em Quebec (2000), a do “Short Shorts Film Festival”, em Tóquio (2002), dentre outras.

Ao longo de seus quase 26 minutos, o curta-metragem caminha para um ponto de convergência em que crianças brasileiras de camadas sociais completamente distintas enfrentam as mesmas dificuldades com relação à vivência plena da fase infantil. Para isso, o filme vai aos lugares mais sofríveis, como, por exemplo, a Pedreira de Santa Luz e a Plantação de Sisal de Retirolândia, ambas na Bahia, e escancara realidades gritantes de crianças pobres do Brasil que precisam trabalhar desde a mais tenra idade para ajudar a família. Batendo de frente com essa triste realidade, estão crianças de camadas sociais mais elevadas, vítimas de uma infância “roubada” em função de uma série de atribuições impostas por adultos. Esse fato, com certeza, seria desconhecido caso o filme não fizesse tanto sucesso.

A proposta da autora é confirmar a seguinte premissa: “ser criança não significa ter infância”. Isso é ratificado, ao longo da projeção, por meio de depoimentos de realidades diversas. Ao mesmo tempo em que se chocam, consegue-se estabelecer uma forte semelhança entre elas: a sobrecarga de atividades, por motivos que vão desde a necessidade mais primitiva da subsistência até os luxos das artes e da educação.

Sulzbach bombardeia o telespectador com fatos reais, relatados fiel e detalhadamente, mostrando divergentes faces da infância vivenciada por crianças brasileiras. A pobreza extrema é exibida por meio de desabafos e de imagens de mães e de suas inúmeras crianças, algumas vivas e outras mortas, revelando que a infância interrompida e/ou desfigurada pela morte e/ou pelos males da miséria vão desde doenças até o trabalho pesado e perigoso. Em contrapartida, há crianças de poucos irmãos e muito conforto, mas também, sobrecarregadas como adultos, devido às suas imensuráveis atividades que também lhes roubam a infância: natação, balé, dança.

Pelos depoimentos das crianças, observa-se que, mesmo sem tempo de brincar,

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