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Personagens em Felizmente há luar!

Por:   •  27/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  843 Palavras (4 Páginas)  •  159 Visualizações

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2) Realização de um trabalho sobre as personagens Gomes Freire de Andrade, Vicente e Matilde de Melo, da obra “Felizmente há Luar!”

 Na obra “Felizmente há luar!” existe, em cada personagem, uma consciência de uma problemática social geral e isso é mais importante do que saber a fundo a história e a vida de cada uma delas. Assim, cada personagem representa uma atitude ideológica, ativa ou passiva e não um grupo social ou profissional.

  Pode-se considerar, então, que há uma oposição de ricos vs. pobres,  de opressores vs. oprimidos e também do masculino vs. feminino.  

 Nesta obra, a ação política e social é sobretudo masculina, sendo a mulher uma espécie de “sombra” do seu marido, cabendo-lhe a ela as tarefas de cuidar do seu  bem - estar e de zelar pela educação dos filhos.

Gomes Freire de Andrade – tal como é dito, ele “está presente, embora nunca apareça”. Este general pertence ao grupo dos Governadores, politicamente liberal e igualitário, é acusado de traição ao país, de querer matar o rei; trata-se de um personagem único e central da peça. Representa o General Humberto Delgado que acredita na justiça e na luta pela liberdade. Homem com valores e íntegro, está sempre presente nas palavras das outras personagens, sendo mesmo idolatrado pelo povo pois representa o símbolo da esperança e da liberdade que todos desejavam. Este personagem é visto por D. Miguel, por Manuel e por Beresford como o Antigo Soldado já que tem um palmarés de feitos heroicos e brilhantes. É ainda visto como estrangeirado, tendo vivido em Paris com a sua mulher Matilde de Melo.

Vicente – Este homem pertence ao grupo dos Delatores (acusador, denunciante) e representa um dos “bufos” do regime salazarista. Esquece as suas origens pobres, tendo vergonha do seu nascimento e da sua condição social baixa. Ele é originário do povo, e acaba por subir na vida, fazendo qualquer coisa para ganhar um cargo na polícia. Como ser humano, apresenta-se como um falso, não olhando a meios para atingir os seus fins, e torna-se num demagogo, hipócrita, traidor, desleal e sarcástico. Ele encontra na traição a forma de ultrapassar a sua condição social, mostrando ser um homem mesquinho e medíocre. Sempre movido pelo interesse da recompensa, ele adula quem considera que lhe dá jeito para atingir os seus objetivos. Só acredita em duas coisas, no dinheiro e na força.

Matilde de Melo – Matilde é uma das duas figuras femininas da obra e são de estratos sociais diferentes. Ela pertence ao grupo do Povo sendo a força do segundo ato. Figura trágica que tenta desesperadamente pelo seu discurso salvar o seu marido. O seu temperamento revela desespero na medida em que ela vive uma luta constante por lealdade, justiça e verdade e, por vezes, até parece um pouco alucinada. Ela está apaixonada pelo General Gomes Freire e revela uma completa devoção a ele. E ela tem seu o afeto, por exemplo, quando ele, sem dinheiro, em Paris, vende duas medalhas para lhe comprar uma saia verde.

 Matilde aparece como a força do segundo ato, carregada de emoção, provocando o clímax da história. É ela quem denuncia e quem se revolta contra o movimento castrador que se desenvolvia por todo o país, quem ousa enfrentar o poder absoluto em prol da liberdade, da mudança e da democracia. Usa frases simples, mas fortalecidas com grande energia e coragem: “Cortam-se as árvores para não fazerem sombra aos arbustos”.

 Matilde é uma mulher digna e possui características que fazem dela uma pessoa muito forte, sendo lutadora e destemida. Mulher inteligente, culta e vivida, é portadora de um forte poder de argumentação como se pode verificar na sua discussão com o Principal Sousa. Apesar de Matilde, ávida de justiça, revelar esta força interior e acusar os males do seu povo e denunciar a sua falta de índole, a corrupção e a tirania sociais, ela é também uma mulher frágil, consumida pela angústia que suplica fortemente pelo amor da sua vida, mesmo que, para isso, tenha de contrariar princípios morais e sociais. Ela defende e grita pelas condições do povo, a podridão das relações da igreja, a falta de índole da nobreza e a ignorância do povo que ela tenta despertar para a lástima de pessoas que governavam Portugal. Ela mostra que toda e qualquer ameaça ao poder conservador era, imediatamente, aniquilado.

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