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Polissemia

Trabalho Escolar: Polissemia. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/4/2013  •  9.591 Palavras (39 Páginas)  •  1.587 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A homonímia e a polissemia constituem dois conceitos-chave da Lexicologia e da Lexicografia. O nosso objetivo neste trabalho está pautado em discorrer sobre cada tema e consequentemente buscar subsídios suficientes entre gramaticistas e semanticistas, a fim de procurar esclarecer dúvidas que, por ventura ainda pesem sobre a identificação de uma ou outra forma.

Esta pesquisa está embasada em textos de cunho bibliográfico, por possibilitar o acesso ao conteúdo necessário de que necessito para o desenvolvimento dos capítulos.

No primeiro capítulo abrimos com a questão da polissemia e iremos demonstrando ao longo do trabalho como este processo ocorre e quais as fontes geradoras deste “fenômeno”, denominado assim, por Marques (1990, p. 59). Mais adiante, como não poderia deixar de ser citado, até mesmo devido a grande polêmica em torno deste conceito, abordamos o que há de mais moderno em relação ao estudo da homonímia. O objetivo deste estudo é compreender também como este fato ocorre na língua.

Há opiniões que convergem e outras que divergem tanto em questões terminológicas quanto substanciais, sobre a origem das palavras polissêmicas e homonímicas. Gostaria de deixar claro que não pretendo esgotar o assunto em torno do tema, pois o principal objetivo é discorrer sobre o tema e mostrar as diversas opiniões de autores e especialistas sobre o assunto, traçando as inferências possíveis a partir do referencial teórico pesquisado.

Fiquei um pouco em dúvida sobre como e por onde iniciar esta pesquisa, pois o tema não é dos mais amenos e o referencial teórico não é muito extenso. Porém, o tema sempre chamou a minha atenção desde a graduação, quando notei a freqüência com que as palavras polissêmicas são utilizadas no nosso cotidiano, e como o contexto é importante no esclarecimento e ampliação do significado.

Resolvi traçar uma comparação entre diferentes gramaticistas e semanticistas no que concerne ao tema, a fim de observar como se comportam as visões dos autores e como eles esclarecem este “fenômeno”.

Para o segundo capítulo elegemos o semanticista Michel Bréal para analisarmos a sua visão a respeito da polissemia e da homonímia, já que este lançou as bases da semântica no que tange ao estudo do significado das palavras. Para ele “Quanto maior a produção intelectual e artística de uma sociedade e quanto mais diversificada sua vida profissional, mais utilizadas serão as palavras e mais significados elas acumularão”.

É pertinente a definição do autor, pois a nossa vida é basicamente composta por significados, já que sem eles ficaria difícil descrever o mundo que nos cerca. O léxico é o componente da língua mais extenso, portanto o mais difícil de ser interpretado.

Bréal define muito bem a expansão do significado e diz que “a renovação e o enriquecimento do vocabulário de uma língua, advêm freqüentemente da expansão do significado de uma palavra e não da aquisição de um novo termo.”

A multiplicidade das relações interpessoais levam os indivíduos a analisar e categorizar as ações e as coisas do mundo.

Neste capítulo também discuto a importância do contexto para a atribuição do significado e as diversas fontes geradoras da polissemia.

Ullmann foi o nosso eleito para o terceiro capítulo, no qual mostraremos as diferentes formas de polissemia como a polissemia sistemática e a polissemia contrastiva ou homonímica que serão exemplificadas para um melhor entendimento.

No quarto capítulo pesquisamos sobre os sentidos denotativo e conotativo da linguagem e suas fontes geradoras de polissemias. Por fim, traçamos um parâmetro entre alguns autores com a finalidade de analisar as diferentes visões dos teóricos sobre o tema por nós escolhido para esta pesquisa.

CAPÍTULO I – A QUESTÃO DA POLISSEMIA

A polissemia é a multiplicação de significado resultante da aplicação das leis que regem a mudança semântica. Trata-se de um fenômeno que se dá tanto nas línguas antigas quanto nas modernas, mas com uma única diferença: na atualidade, ela é mais freqüente, em virtude da diversidade social e cultural do mundo contemporâneo. Propicia contextos de uso mais diversificados para as palavras. Quando uma palavra polissêmica é utilizada dentro de um contexto frasal, não há ambigüidade nem mal-entendidos, pois tanto o ouvinte quanto o falante vão ao encontro do sentido pretendido.

Se tivermos em conta as contribuições da literatura sobre o tema, poderemos destacar as seguintes idéias a fim de contribuir para uma melhor delimitação do conceito de polissemia.

a) A polissemia contribui decisivamente para tornar o léxico de uma língua um sistema profundamente econômico.

b) A polissemia afeta praticamente todas as palavras da língua e é explicável por mecanismos mais ou menos regulares que garantem a inteligibilidade dos usos polissêmicos das palavras.

A relação entre polissemia e economia lingüística não é nova. Ullmann (1964: 347) estabelece-a ao afirmar:

(...) a polissemia é uma condição essencial [da língua] eficiência. Se não fosse possível atribuir diversos sentidos a uma palavra, isso corresponderia a uma tremenda sobrecarga na nossa memória, teríamos que possuir termos separados para cada tema concebível sobre o qual quiséssemos falar. A polissemia é um fator inapreciável de economia e flexibilidade da língua (...)

A polissemia é econômica, porque o domínio das várias acepções de uma mesma unidade não requer da parte do falante qualquer esforço suplementar de memorização, efetivamente, o falante é capaz de apreender genericamente o significado de uma unidade lexical ao ser utilizada em contextos inesperados para denominar entidades inesperadas, ao mesmo tempo que é capaz de denominar entidades cujo nome não conhece usando palavras que designam entidades diferentes, sem que isso provoque dificuldades de comunicação. Correia (1995, p.43-69), diz que acompanhando a competência sintática, está a competência semântico-denominativa.

Tal como se estipula a existência de uma competência sintática, que permite produzir frases nunca antes produzidas e compreender frases nunca antes ouvidas, existe certamente uma competência semântico-denominativa que torna o falante capaz de utilizar palavras já existentes para produzir denominações nunca antes produzidas

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