TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Por Quê Aprender Japonês?: Entre A Motivação Instrumental E O símbolo De Etnicidade

Trabalho Universitário: Por Quê Aprender Japonês?: Entre A Motivação Instrumental E O símbolo De Etnicidade. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  16/8/2013  •  1.970 Palavras (8 Páginas)  •  596 Visualizações

Página 1 de 8

POR QUE APRENDER JAPONÊS: ENTRE A MOTIVAÇÃO INSTRUMENTAL E O SÍMBOLO DE ETNICIDADE

(Resumo do trabalho de monografia para obtenção do título de Bacharel em Linguística)

Marley Francisca de LIMA

(Orientação – Heloísa Augusta Brito de Mello - UFG)

ABSTRACT: This study was developed in the Japonese School of the Associação Nipo-Brasileira de Goiás. Most of the participants are Japonese immigrant decendants who did not acquire the Japonese language from their parents and who have found in the school the opportunity to fulfill this lack in their lives.

KEYWORDS: Bilingualism; motivation; Japanese language learning.

Introdução

Este estudo traz os resultados de um projeto de pesquisa que resultou no trabalho de final de curso do Bacharelado em Lingüística da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. O trabalho teve como cenário a comunidade japonesa em Goiânia, representada neste estudo pelos alunos de uma escola da comunidade. Os estudos sobre falantes de imigrantes na região de Goiás têm sido raros, senão inexistentes, visto que o Estado caracteriza-se mais pela migração do que pela imigração. Por ser de significativa relevância o desvelamento da situação sociolingüística e de bilingüismo dessas comunidades, nos propomos neste estudo, de natureza qualitativa, compreender as motivações que levam os descendentes de japoneses, na sua maioria monolíngües em português, a aprender a língua japonesa no contexto desta escola e suas implicações para o processo de ensino e aprendizagem. Além disso, também procuramos identificar quais fatores contribuem para que a língua ainda esteja presente no domínio familiar no caso de alguns, enquanto que ausente no caso de outros.

Desse modo, tendo em vista os objetivos propostos, iniciamos este estudo com as seguintes perguntas de pesquisa:

1) Quais motivações levam os alunos desta escola a investir na aprendizagem da língua japonesa?

2) A língua japonesa é de alguma forma usada/falada no domínio familiar? Quando e em que situações.

3) Quais fatores contribuem para que a língua japonesa seja usada ou não em casa entre os familiares?

Para responder estas e outras perguntas que surgiram no decorrer do estudo nos apoiamos no paradigma qualitativo de pesquisa, de cunho etnográfico (LÜDKE e ANDRÉ, 2005; ERICKSON, 1986). Optamos por esta abordagem por acreditar que ela possibilita a interpretação dos registros de dados com base tanto no referencial teórico e na visão do pesquisador, quanto na percepção dos participantes da pesquisa. Também recorremos aos estudos de bilingüismo (BAKER, 1997; MELLO, 1999, 2003; PRUDENTE, 2006; entre outros) e da sociolingüística para melhor compreender a situação de imigração ao longo das gerações, na qual se encontram inseridos os participantes do estudo.

Contexto da pesquisa

A pesquisa foi realizada em uma escola de língua japonesa , situada nas dependências da Associação Nippo-brasileira de Goiás , na cidade de Goiânia. Esta escola iniciou suas atividades no início de 1999 com a finalidade de divulgar a língua e a cultura para a comunidade goiana. Foi construída com subsídios do governo japonês e também com a ajuda da comunidade nipo-brasileira, cada parte contribuindo em cerca de cinqüenta por cento dos custos. Atende tanto a comunidade nipônica quanto os não pertencentes à ela. As aulas são ministradas, em sua maioria, nas tardes de sábado. Durante o período das entrevistas para ao presente trabalho, a escola contava com oito professoras, sendo uma nativa, seis descendentes e uma não descendente, todas com experiências no Japão, e cerca de 110 alunos, distribuídos em 14 turmas . Estas, por sua vez, divididas em Jido (3-5 anos), Júnior (6-14), Seijin (acima de 15 anos, curso básico) e Chukyu (curso intermediário). O corpo administrativo da escola é formado por uma comissão voluntária de associados da ANBG, denominada “Uen iin kai”, e subordinada à esta mesma associação.

Os participantes da pesquisa

Os participantes deste estudo totalizam trinta e seis pessoas com idades que variam entre cinco e cinqüenta e três anos. Do total de participantes, dez residem fora de Goiânia, sendo quatro em Nerópolis, dois em Anápolis, dois em Inhumas e dois na cidade de Goiás. A maioria dos alunos, num total de 26, pertence à terceira geração (sansei), cinco são da segunda geração (nisei), quatro da quarta geração (yonsei) e apenas um, issei, é de primeira geração .

Dados do questionário feito com alunos da EMLJG

Faixa etária

A faixa etária dos alunos entrevistados variou entre 5 e 53 anos, sendo o maior número de alunos entre 11 e 20 anos, e 10 com faixa de idade entre 5 e 10 anos. Destes últimos, muitos estudam na escola desde a idade de 3 ou 4 anos.

Grau de descendência

À época da entrevista com os alunos, a escola pesquisada contava com um número de 57 alunos descendentes de japoneses. No entanto, por motivos relacionados ao tempo, só foi possível realizar a pesquisa com 64 % desses alunos. Dos alunos entrevistados, 1 é nascido no Japão e filho direto de japonês, portanto foi considerado como issei; 5 são filhos de imigrantes; 26 são netos; e 4 são bisnetos de imigrantes. Apenas 2 dos alunos tem mãe nascida no Japão, enquanto que 13 são filhos de mãe brasileira, sem ascendência japonesa, das quais apenas duas falam o idioma japonês. Levando-se em conta que a mãe tem papel fundamental na aquisição da linguagem pela criança, a maioria dos entrevistados filhos de mães brasileiras não adquiriu o idioma japonês. Dos pais, 7 são issei, ou seja, japoneses que vieram para o Brasil como imigrante.

Número de alunos entrevistados por turmas

Dos 36 alunos entrevistados, 16 faziam parte da turma Júnior (6-14 anos), e 16 da turma Seijin (adultos), sendo 3 da turma Jido (3-5 anos) e apenas um da turma Chukyu (intermediário).

Motivações para estudar o idioma japonês

A partir das respostas 1-5 sobre o motivo de estudar o idioma japonês, pôde-se perceber um interesse em resgatar a cultura que havia sido ignorada até então, como na justificativa

...

Baixar como (para membros premium)  txt (12.7 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com