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RESENHA: VIEIRA OU A CRUZ DA DESIGUALDADE

Por:   •  14/4/2018  •  Resenha  •  1.279 Palavras (6 Páginas)  •  1.954 Visualizações

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UNIME-UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA

FAC – FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

LETRAS COM HABILITAÇÃO EM PORTUGUÊS E INGLÊS

PATRICIA DA SILVA

RESENHA

VIEIRA OU A CRUZ DA DESIGUALDADE

 

Lauro de Freitas

2012


PATRICIA DA SILVA SOUZA



RESENHA

VIEIRA OU A CRUZ DA DESIGUALDADE

Resenha apresentada ao curso de Letras da UNIME – União Metropolitana para o Desenvolvimento da Educação e Cultura LTDA, como requisito para aprovação na disciplina Literaturas de Língua Portuguesa, ministrada pela profª. Andrea Beraldo.






Lauro de Freitas

2

Referências bibliográficas
BOSI, Alfredo. “
Dialética da colonização”. São Paulo: CIA das Letras, 1992.

Alfredo Bosi inicia seu texto Vieira ou a Cruz da desigualdade relatando que a testemunho de que o poeta baiano Gregório de Matos e o padre Antônio Vieira se conheceram, porém apesar de serem contemporâneos Gregório escrevia sobre as mazelas da Bahia e Vieira possuía conhecimentos e horizontes internacionais.

Bosi segue seu texto declarando-se leitor e amador dos escritos de Vieira há vários anos e tenta demonstrar nas linhas seguintes algumas características do padre citando uma frase dita pelo mesmo para persuadir nobres e cleros: A verdadeira fidalguia é a ação.

Segundo Alfredo Bosi Vieira aconselhava os reis, as rainhas, opinava em decisões políticas e seguia de perto o modelo de estratégia das potencias rivais Holanda e Inglaterra.

O padre pregava em clima hostil tendo que convencer os donos do poder a financiarem e investirem na colônia e Bosi apresenta como exemplo o Sermão de São Roque e os discípulos de Jesus em meio à tempestade no mar. Conforme o autor essas analogias são para explicar a necessidade de convencer os banqueiros a investirem seu dinheiro na colônia.

Na concepção de Bosi o padre Antônio Vieira acreditava que o dinheiro era o remédio para resolver os problemas de todas as nações, e Portugal era o único país que sabia distinguir e ignorar o dinheiro fiel do infiel, o pio do ímpio e o nobre do ignóbil. Já para inquisição os novos cristãos poderiam até ser perverso, mas seria interessante usar as armas do mal contra o próprio mal.

Para Vieira os propósitos de Deus não podiam ser impedidos por causa das imperfeições humanas e cita o exemplo do profeta Elias que recebia alimentos das mãos dos anjos e também dos corvos, então não importava se estão servindo com fidelidade ou infidelidade o importante era demonstrar e servir a fé. Na visão portuguesa era necessário que Deus realizasse suas obras que são sempre boas ainda que os instrumentos utilizados sejam ruins.

Bosi afirma que os jesuítas tinham acesso livre aos privilégios e era sua função produzir um discurso universal capaz de convencer o clero a colaborar na reconstrução do reino. Os discursos de Vieira levavam o ouvinte a uma reestruturação conceitual de valores. Alfredo Bosi cita trechos do Sermão da Primeira Dominga do Advento com o tema do novo nascimento de cada homem, pois a bíblia diz que é necessário ao homem nascer de novo para ser transformado em uma nova criatura. Mas para que as mudanças ocorressem era preciso esforço e muita vontade de cada um, ou seja, o individuo deveria mover-se em busca de mudanças internas e também externas.

Os sermões poderiam conter desde passagens bíblicas até a vida dos santos para dar argumentos para os homens. O desejo pelos bens materiais deixa de ser pecado e erro, agora o homem deveria viver com o suor do seu rosto labutando na busca dos seus objetivos e contribuindo financeiramente com a igreja.

No Sermão da Sexagésima o autor pondera, só possuir prestigio o pregador que prega e traz consigo títulos e Vieira é enfático e pragmático: Cada um é suas ações. Pois é preciso priorizar o fazer e não a substancias.

No Sermão de Santo Antônio o padre reprova a atitude do clero e dos nobres em relação à isenção de tributos nocivos para com o povo confrontando duas realidades dispares: O mercantilismo e o evangelho. Diante de tais contradições percebe-se a franqueza católica e a hipocrisia protestante, então observando os discursos de Vieira parece moral e impecável, pois para ele todos são iguais perante Cristo, todos devem contribuir igualmente grandes e pequenos, altos e baixos, ricos e pobres.

Antônio Vieira faz uma analogia com os fenômenos naturais e cita a chuva que cai igualmente sobre justos e injustos. Deus manda chuva para todos os homens, mas quando a chuva cai e molha a terra é repartida de forma desigual, dessa forma contrapõe a justiça de cima com a injustiça de baixo, afirmando que a lei da igualdade é superior ao caso da desigualdade exortando os homens a abandonar o que são para chegarem a ser o que devem. Os três estados devem deixar de ser o que são, para serem o que é necessário, e igualar a necessidade, o que desigualou a fortuna.

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