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Resenha Crítica O Alienista

Por:   •  19/8/2020  •  Resenha  •  812 Palavras (4 Páginas)  •  176 Visualizações

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Simão Bacamarte é um extravagante médico de 34 anos que decide retornar ao Brasil após

consolidar sua carreira na Europa, chegando em nosso país, decide se mudar para a cidade de

Itaguaí no interior do Rio de Janeiro para se dedicar ao estudo da ciência, ele resolve morar

com D. Evarista, uma moça de 25 anos, que escolheu como sua esposa pelo fato da possibilidade

de gerar filhos robustos e inteligentes, deixando de lado qualquer fator emocional pela cônjuge,

com isso é possível perceber um pouco da personalidade do Doutor, que era um homem

extremamente racional que baseava cada decisão da sua vida nas teorias científicas que

estudava diariamente, sentimentos e afetos eram deixados de lado e só o raciocínio lógico era

visto como prioridade.

Com o tempo, ele começa a se interessar pela mente humana, em especial o estudo da loucura

e das graves doenças mentais, Bacamarte observava que o hábito da sociedade de Itaguaí era

de não tratar os doentes, e sim escondê-los das outras pessoas, com isso o médico solicitou à

câmara da cidade o direito de cuidar deles em um casarão conhecido como Casa Verde, que

funcionaria como uma espécie de manicômio onde o Simão poderia desenvolver seus estudos

sobre distúrbios mentais , logo após algum tempo, a situação começa a ficar fora de controle já

que o Dr. Bacamarte começou a enxergar a loucura em praticamente tudo, qualquer

peculiaridade que um indivíduo em questão tivesse era motivo para ser internado, seja em

emprestar dinheiro por exemplo, ou ser indeciso em fazer escolhas simples.

Ao decorrer da história é possível acompanhar uma série de eventos que, por um lado

envolvem bastante humor, mas por outro demonstram a ambição pelo poder e conhecimento,

apesar da obra em questão ser de 1882, ela consegue tratar de diversos assuntos de sua época e

da atualidade, o primeiro ponto perceptível nesse livro é a crítica que o autor faz ao estudo na

ciência no seu tempo, ou seja no século XIX, existe uma clara ironia com a forma de pensar

extremamente racional, que ignorava aquilo que era subjetivo e priorizava uma suposta análise

imparcial sobre tudo, Dr. Simão Bacamarte é um personagem que vivia pela ciência e agia

desesperadamente pelo conhecimento e sabedoria, achando que seguindo por esse caminho da

razão, ele poderia chegar a um certo tipo de solução universal de tudo que existe, e cada passo

era extremante planejado e baseado na lógica, isso é visível pela forma com que ele

diagnosticava os doentes, ou em ações mais pessoais como a forma que ele escolheu sua esposa

citada anteriormente. Provavelmente Machado de Assis buscava criticar o uso excessivo da

ciência em sua época, fazendo com que as pessoas enxergassem o mundo de forma mecânica.

Outro ponto em questão no livro é a questão da loucura, mesmo para pessoas com pouco

conhecimento prévio sobre a mente humana é possível perceber que a proposta do autor foi

questionar onde está a linha que divide os loucos dos equilibrados. Machado de Assis criou

Simão Bacamarte como a representação do fanatismo dos cientistas de sua época, que

colocavam a ciência em um pedestal, reduzindo a importância

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