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Resenha - O Alienista

Por:   •  30/4/2019  •  Resenha  •  903 Palavras (4 Páginas)  •  216 Visualizações

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O Alienista, o louco consciente

Por Karlos Germano,

Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu no Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839, de família pobre, e gago, talvez não soubesse que viria a se tornar o maior escritor brasileiro. Sendo considerado o “Deus” da literatura brasileira. Machado estava sempre além de seu tempo. Foi fundador da Academia Brasileira de Letras, e escreveu grandes obras, como: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), entre outras. Morreu em 1908, deixando um legado célebre, que vem influenciando grandes nomes da literatura nacional.

O Alienista, obra que marca o início de sua jornada Realista, foi publicada inicialmente em 1882. Em menos de 40 páginas, divididas em 18 capítulos, é um livro curto, porém de vasto conteúdo. Nos conta a história de Dr. Simão Bacamarte, um médico de Itaguaí, que fez carreira na Europa. Casou-se com D. Evarista, mulher na flor da idade, porém, sem nenhum atrativo notável. Sempre imerso no campo da ciência e da psiquiatria, constrói o primeiro manicômio da pacata cidade, denominado “Casa Verde”, com objetivo de beneficiar a humanidade com o “remédio universal”. A princípio, quem tinha lugar cativo no sanatório eram os enfermos da região, que apresentavam alguma insanidade pontual. Porém, no decorrer do enredo, Dr. Bacamarte desperta um faro não confiável no entendimento da população e começa a enclausurar pessoas de intelecto sadio. Começando por Costa, um prudente morador da cidade. Apenas recebeu uma herança e de bom grado começou a fazer desenfreados empréstimos para os habitantes de Itaguaí, sem intenção aparente de cobrança, e como consequência acabou na pobreza. Os encarceramentos não pararam por aí. O alienista não absolveu nem D. Evarista, sua própria mulher. Os motivos foram supérfluos, e ele não hesitou em recolher sua companheira. Os moradores em situação de alerta, são influenciados pelo barbeiro Porfírio a uma rebelião contra o médico e fechamento da Casa Verde. No entanto, o objetivo do barbeiro de maneira implícita, era um cargo no governo. Após algumas reviravoltas a narrativa fica ainda mais instigante, e apresenta um desfecho surpreendente.

Machado, na apresentação do Dr. Simão, passou a mim a impressão de que ele possui uma personalidade de gênio forte e grande presunção. Expondo nas passagens em que ele tem certeza de que quase todos a sua volta estão loucos, o autor coloca o personagem em uma posição de juiz e carrasco, onde ao mesmo tempo julga a loucura ou sanidade das pessoas, e as prende em seu sanatório, com o aval das autoridades da época. Tive a impressão de que o Dr. Simão, que deveria ser um “benfeitor” para a população, acaba sendo o antagonista da história, por conta de seus julgamentos presunçosos e imparciais. Divergindo das obras românticas na essência, O Alienista nos traz alterações bruscas no enredo, contrariando o caminho do óbvio que poderia ser previsto pelo leitor com base nos fatos anteriores. É uma obra de fácil entendimento, sem escrita maçante e de interpretação prazerosa.

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