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A GESTÃO COMPARTILHADA DEMOCRÁTICA: O COMPROMISSO COM A PARTICIPAÇÃO COLETIVA.

Por:   •  6/2/2016  •  Artigo  •  4.020 Palavras (17 Páginas)  •  283 Visualizações

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A GESTÃO COMPARTILHADA DEMOCRÁTICA: O COMPROMISSO COM A PARTICIPAÇÃO COLETIVA.

     

                LUCIMARA NAKAMURA VITAL

Acadêmica no curso de Pedagogia da UNINOVE.  Graduada e Pós-Graduada em História pela UENP. Pós-Graduada em Coordenação e Orientação Escolar pela FAEL

RESUMO

Todas as reformas educativas, as propostas curriculares, as leis e resoluções sobre o ensino e os projetos de investigação pedagógica, recorrem cada vez mais a termos como autonomia, trabalho coletivo e gestão democrática na escola. É por esse motivo que as escolas públicas brasileiras vem percorrendo caminhos em busca desta gestão democrática, principalmente com relação à  preocupação com a busca  da boa convivência, visto serem estes fatores que ajudarão a produzir melhores relações sociais.  Nesse sentido, o realce da escola como objeto de estudo não se explica apenas pela sua importância cultural, mas também pelas estratégias de modernização e de busca de eficácia do sistema educativo. Uma dessas estratégias diz respeito à descentralização do ensino, atribuindo à escola maior poder de decisão e maior autonomia. Esse processo demanda não só uma transformação no conceito de gestão, mas especialmente no enfoque teórico-prático, no conteúdo da administração, na própria natureza e prática social da escola, foco central deste artigo.

Palavras- chaves: gestão - democracia – escola – autonomia – convivência.

1 INTRODUÇÃO

Frente  aos novos paradigmas educacionais deve ser assegurado ao aluno, um estudo condizente  com as necessidades do mundo globalizado e informatizado. Diante disso, pesquisadores têm apontado para a necessidade de que haja em toda instituição de ensino uma gestão democrática, aberta às diversidades, às críticas e análises da situação educacional do país e conscientes da dificuldade de se manter uma certa ordem e uma melhor convivência no meio escolar.

O tema em questão vem tratar desta necessidade para que aconteça essa forma de democratização, para que haja  um convívio mais aberto e participação  de todos os segmentos da instituição escolar em busca de possíveis soluções ao problema e, conseqüentemente, de convivência a que a escola vem enfrentado ultimamente.

Nesse sentido, justifica-se a realização dete, cujo objetivo é buscar subsídios através de um estudo  que contribuam para um novo olhar sobre o trabalho do gestor. Isto é um desafio ao gestor  para que se torne responsável e democrático buscando caminhos para um desenvolvimento social justo e baseado no respeito às diferenças entre todos.

2 GESTÃO DEMOCRÁTICA: CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Desde a segunda metade do século XX,  o mundo tornou-se palco   da chamada sociedade pós-industrial, cuja maior riqueza é o conhecimento. Paralelamente, a economia mundial transformou-se, a inovação tecnológica subverteu os processos de produção, extinguindo funções laborais e criando outras; foram exigidas qualidades inovadoras do trabalhador e adotadas novas técnicas de gestão, em função de um mercado mais exigente e competitivo.

No plano social, as desigualdades econômicas modificaram o sentido das relações sociais, bem como do processo de formação da consciência das pessoas. As escolas, como fruto do capitalismo, sempre prepararam as pessoas para o trabalho dentro de um contexto histórico, fazendo com que o trabalhador se tornasse cada vez mais domesticado e ainda exigindo maior produtividade num mercado altamente competitivo.

A gestão democrática torna-se, então, uma luta para modificar as relações sociais na construção de saberes, de forma que a sociedade civil possa fazer frente a tais mudanças, superando-as.

A gestão escolar em uma perspectiva democrática requer que se destaquem alguns elementos: a descentralização do poder do diretor; a autonomia do corpo docente e do quadro administrativo; a participação de alunos e comunidade na construção coletiva e na definição dos objetivos da escola, bem como de suas estratégias de ações, compromissos e competências, destacando-se ainda a garantia da representatividade do conselho escolar e a predisposição de todos para construir uma escola comprometida com a transformação social. (Gestão em Rede, 2004).

O conceito e a   prática   de   gestão    democrática    ainda    não   estão suficientemente desenvolvidos nas organizações  e instituições educacionais. Tanto o conceito de gestão quanto o de democracia não se originaram no interior da escola. No  entanto, a escola como campo privilegiado de intervenção política e ideológica traz na sua essência pedagógica a possibilidade de construção de novos paradigmas e práticas que priorizem a via democrática na escola e na sociedade.

O sentido democrático empregado para qualificar a condução de um processo de gestão está intimamente ligado aos valores da sociedade, da cultura da escola e, fundamentalmente, à concepção de cidadania e do saber que se promove para o exercício de transformação da escola e da sociedade..(CARDOSO, 1996, p. 32).

Contudo, os processos de gestão nas escolas vão alem da gestão administrativa e procuram estimular a participação de diferentes pessoas, articulando os aspectos financeiro, pedagógico, administrativo e relacional. Esta participação articulada busca atingir um objetivo específico e promover uma educação de qualidade, que abranja os processos formativos, que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino, na pesquisa, nos movimentos sociais e nas manifestações culturais, analisando e propondo objetivos a serem alcançados.

A concepção de gestão democrática não tem sido interpretada com base na totalidade do processo educativo e em seu significado político-social. Em muitos casos, a idéia de gestão fundamentada nos princípios e valores democráticos tem sido interpretada de forma parcial, ou seja, tornando fatos isolados do processo de gestão como determinante democrático. (Cardoso, 1996, p. 30)

Um exemplo que se coloca é a escolha de diretores escolares por meio de eleições. Essa forma, sem dúvida nenhuma, constitui um elemento importante de descentralização do poder e de construção da autonomia da escola. O processo eletivo representa uma dimensão democrática importante. Entretanto, não se pode tomar como determinante de gestão democrática apenas a forma de escolha do diretor por meio de processo eletivo. Mas, por si só, não assegura a gestão democrática, visto que a gestão constitui um processo pedagógico e apresenta um caráter dinâmico, dialético e que se dá no movimento político-administrativo da escola.

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